Documentário: Jane Austen – A Celebration of 250 Years

A professora Adriana dos Santos Sales (CEFET-MG) – presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil – foi uma das convidadas a participar do documentário realizado peoa Winchester University: Jane Austen – A Celebration of 250 Years, lançado em comemoração aos 250 anos de nascimento da escritora britânica.

O documentário reúne especialistas de diversos países para refletir sobre a vida, a obra e o legado de Jane Austen.

A participação da professora Adriana Sales representa não apenas um reconhecimento à sua trajetória de pesquisa dedicada à obra da autora, mas também uma valorização da produção acadêmica brasileira no cenário internacional. Em sua fala, ela contribui com uma perspectiva latino-americana sobre a recepção de Austen no Brasil e comenta sobre inúmeras edições dos livros de Austen para a língua portuguesa, incluindo traduções que ela realizou: Razão e Sensibilidade, Mansfield Park e Emma.

“Foi uma honra participar desse projeto e poder representar o olhar da pesquisa brasileira sobre Jane Austen. Essa comemoração de 250 anos é uma oportunidade de reafirmar a relevância da autora e o quanto suas obras continuam a dialogar com questões ainda muito presentes em nosso tempo”, afirma a professora.

Entrevista para o Jornal O Globo sobre Persuasão da Netflix

Por convite da Manoela César falei um pouco sobre minhas impressões a respeito da adaptação Persuasão do streaming Netflix. Por questões de espaço, o jornal não publicou todas as minhas respostas. Em breve, eu vou publicar aqui no blog a entrevista completa. Aguardem.

Abaixo, vocês podem ler o artigo escrito por Manoela César para o Globo!

205 anos da morte de Jane Austen

Nesta segunda-feira, dia 18 de julho, completam-se 205 anos da morte de Jane Austen, escritora britânica que se tornou uma estrela da literatura. Dois séculos depois de seu tempo, a autora é conhecida e admirada em todo o mundo, tendo, inclusive, sua imagem estampada nas notas de 10 libras na Grã-Bretanha, mas tem uma biografia repleta de mistérios. Os poucos registros que existem da vida cotidiana de Austen são cartas enviadas por ela aos parentes. Ela viveu num período em que as mulheres levavam uma vida reclusa e cheia de limitações e a sobrevivência feminina quase sempre dependia de pais, irmãos e maridos. Nesse contexto, o casamento era uma questão de muita relevância e foi muito retratada nos livros da britânica. Autora de sucessos como Razão e Sensibilidade, Persuasão e Orgulho e Preconceito, considerado o mais bem sucedido, Jane Austen começou a escrever aos 19 anos. Em todos os romances, as heroínas, sujeitas aos costumes patriarcais da época, lutam contra a ideia de precisar encontrar estabilidade financeira e status social no casamento. Mais recentemente, estudiosos têm encontrado novas leituras sobre as críticas presentes nessas obras, como é o caso da pesquisadora Helena Kelly, autora de Jane Austen, the secret radical. Ela questiona visões pré-estabelecidas sobre os textos da escritora e explora neles a presença de temas como a abolição da escravidão, o feminismo e a crítica à Igreja.

Neste aniversário de morte de Jane Austen, o programa Universo Literário conversou sobre essas novas visões da obra da autora com a professora Adriana Salles, doutora em Estudos Linguísticos pela UFMG, tradutora, especialista em Jane Austen e presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil.

Ouça a conversa com a produtora Enaile Almeida:

Clique aqui para escutar a entrevista.

Ainda nesta segunda-feira, 18, a professora Adriana Salles, participa da Homenagem ao Legado de Jane Austen, promovido pela Jane Austen Sociedade do Brasil em parceria com a Academia Mineira de Letras. O evento é gratuito e não é necessário inscrição. Serão realizadas três palestras sobre a trajetória literária da autora e a  professora doutora Adriana Salles aborda o tema “A permanência de Jane Austen”. A Homenagem ao Legado de Jane Austen é às 19h30, na sede da Academia Mineira de Letras – Rua da Bahia, número 1466, Centro. Mais informações no site

(Produção: Enaile Almeida e Félix de Alcântara, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória)

Jane Austen é mais atual do que você imagina

Tive o prazer de falar sobre Jane Austen para o portal Protagonista!! Minhas contribuições estão ao longo do texto:

Os ensinamentos que a romancista do século XIX deixou no mundo, por meio de ótimas histórias e grandes protagonistas, serão sempre lembrados como revolucionários.

* O texto abaixo é um recorte da matéria publicada pelo Portal Protagonista, para ler o texto completo clique aqui.

Adriana Sales Zardini é Docente do CEFET-MG, possui Doutorado em Estudos Linguísticos pela Faculdade de Letras, UFMG. Além disso, é editora da Revista Literausten, participa do Podcast Café com Jane Austen, é presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil desde 2009, escreve no blog Jane Austen Brasil desde 2008, é autora de diversos capítulos de livros e artigos sobre a escritora, além de ter traduzido Emma, Mansfield Park e Razão e Sensibilidade. Atualmente é membro da JASNA (Jane Austen Society of North America) e JASA (Jane Austen Society of Australia). A mesma relata que “Jane Austen recebeu uma educação simples em internatos, mas foi na casa dos pais que recebeu a instrução mais valiosa. Austen é filha do Reverendo George Austen, conhecido por seus sermões e, principalmente, por receber alunos que desejam se preparar para os estudos universitários. Assim, Jane tinha à sua disposição uma vasta biblioteca. Foi ali entre os livros que a escritora ‘colheu’ inspiração para tantas histórias maravilhosas como as que ela escreveu. Na época de Austen, não era comum uma moça escrever livros, muito menos com o objetivo de ganhar dinheiro. A família de Jane pertencia à ‘gentry class’, pessoas educadas, porém sem título de nobreza ou grandes heranças.”

“Austen muito provavelmente desejava apenas expressar suas opiniões e visão do mundo ao escrever. A importância de Austen na literatura universal é marcada, principalmente, pela escolha de temáticas simples, porém, que são factíveis em qualquer sociedade, inclusive no Brasil. O olhar certeiro de Austen para questões do foro íntimo é o que a escritora traz de revolucionário em suas obras. Naquela época, as mulheres viviam quase que exclusivamente para o lar. Eram raros os casos de mulheres com educação formal e que tinham como objetivo o trabalho fora de casa”, descreve Adriana Sales.

“Austen muito provavelmente desejava apenas expressar suas opiniões e visão do mundo ao escrever. A importância de Austen na literatura universal é marcada, principalmente, pela escolha de temáticas simples, porém, que são factíveis em qualquer sociedade, inclusive no Brasil. O olhar certeiro de Austen para questões do foro íntimo é o que a escritora traz de revolucionário em suas obras. Naquela época, as mulheres viviam quase que exclusivamente para o lar. Eram raros os casos de mulheres com educação formal e que tinham como objetivo o trabalho fora de casa”, descreve Adriana Sales.

Segundo Adriana Sales, “O universo feminino é apresentado em diversas nuances. Desde as mocinhas que nasceram em famílias ricas até as que passam por situações vexatórias por serem pobres. Ao descrever os hábitos e comportamentos da sociedade em que viveu, Austen nos dá um panorama sobre como era ser mulher naquele período. Se fizermos uma leitura mais detalhada de suas obras, podemos perceber inúmeros exemplos de regras de etiqueta, comportamento em público e privado, formas de se vestir e se arrumar, protocolos para fazer e receber visitas, cotidiano da vida rural da classe média inglesa, entre outros.”

“Sobre as personagens femininas, cada uma tem sua função em ‘abrir’ os olhos do leitor para questões que mereciam ser discutidas naquela época e continuam atuais até hoje.”, diz Adriana Sales. “As heroínas de Austen se mostram revolucionárias por terem um comportamento diferente, não rebelde, do que era esperado para mocinhas naquela época. Isso, por si só, já traz uma importância enorme para esse hall de personagens Austeneanas. Em graus diferentes, elas não se conformaram em viver a vida estabelecida para mulheres daquela época. Obviamente, Austen não é uma escritora feminista, o termo nem existia naquela época. Porém, podemos considerar as discussões presentes em seus livros como discussões acaloradas sobre a posição da mulher na sociedade no século XIX.” 

Adriana Sales relata como Jane Austen influenciou em sua vida, carreira e em como ela ajudou outros fãs a se encontrarem e terem referências: “Eu comecei a ler Austen na graduação em Letras e quando fui estudar nos Estados Unidos comprei todos os livros da autora. Durante a minha graduação pude assistir várias adaptações das obras de Austen, algumas inclusive no cinema, como Emma (1995). Eu fui me envolvendo com Austen aos poucos, até que em 2005 assisti uma nova adaptação de Orgulho e Preconceito para o cinema e ao chegar em casa já fui entrando no Orkut para ver se havia uma comunidade brasileira do livro/filme. Ao longo da minha participação nesse grupo no Orkut, que em 2005 já possuía mais de 10 mil membros, percebi que as pessoas tinham muita dificuldade de encontrar informações sobre Austen em língua portuguesa. Assim, em fevereiro de 2008, criei o primeiro blog/site referência sobre a escritora com o objetivo de divulgar a vida e obra de Austen, além de atualizar os leitores sobre notícias e lançamentos de adaptações e livros traduzidos.”

“No ano seguinte, em 2009, eu e mais algumas amigas fundamos a Jane Austen Society of Brazil, primeira sociedade da escritora em língua latina, com o propósito de organizar eventos e publicações semelhantes às que ocorrem na Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Até o momento, já traduzi três obras de Austen: Mansfield Park, Sense and Sensibility e Emma. Nossa sociedade já realizou inúmeros eventos, inclusive em outros estados do Brasil, para reunir leitores e fãs. Nesses eventos, temos roda de leitura, exibição de filmes ou séries de TV, apresentação de pesquisas e artigos científicos, entre outros. Nosso trabalho é reconhecido pelas Jane Austen Societies ao redor do mundo e, constantemente, somos convidados para eventos em outros países ou on-line.”

Ela continua: “Desde 2017, publicamos a Revista Literausten, primeira revista acadêmica totalmente dedicada à escritora, cujo objetivo é promover a discussão e divulgação dos trabalhos e pesquisas acerca de Austen aqui no Brasil. Atualmente, por causa da pandemia, estamos realizando lives no nosso perfil no Instagram (@janeaustenbrasil) e depois publicamos também no Youtube (Jane Austen Sociedade do Brasil). Vamos completar, agora em outubro, nossa 60ª live, que faz parte do projeto #janeaustenlives, cujo objetivo é entrevistar pesquisadores que fazem ou já concluíram pesquisas sobre os mais variados assuntos relativos à Austen e suas obras. Além disso, temos também um projeto chamado #RelendoAusten que proporciona a leitura coletiva e discussão das obras de Austen.”

Além dos projetos de leitura, Adriana possui uma trajetória de 12 anos de dedicação exclusiva ao universo da autora e diz ter “muita satisfação em falar da escritora e suas obras”. Como acadêmica, ela diz sempre encontrar um ‘jeitinho’ de falar Austen em suas aulas. “Em 2011, realizei um curso na Universidade de Oxford sobre Jane Austen e em 2018 defendi minha tese de doutorado sobre o universo dos fãs Austeneanos aqui no Brasil.”

“O olhar para tantas questões sociais que a cercavam possibilitou a Austen escrever histórias fascinantes e que, aos olhos de hoje, podem ser consideradas revolucionárias. Como o caso das discussões a respeito da mulher não ter direito aos estudos ou à herança do pai, apenas por pertencer ao sexo feminino; mulheres escolherem se casar quando houvesse sentimento entre os parceiros, e não apensar uma ‘transação comercial’ entre as famílias; entre outros. Austen inova por trazer os assuntos do privado para o enredo de seus livros. Mostra que as discussões entre mulheres e homens, a vida em sociedade e experiências de pessoas ‘comuns’ valia a pena ser escrito e lido. Essas histórias continuam ‘vivas’ até hoje por serem universais, ou seja, podemos conhecer uma história de vida ou pessoa na vida real que possuem características presentes nas obras de Austen.”, conta Adriana Sales.

“Orgulho e Preconceito” pode não ser tão romântico quanto você lembra

Entrevista para a Gaúcha Zero Hora sobre as adaptações para o cinema e a televisão de Orgulho e Preconceito.

Link para o jornal aqui.

Canal Jane Austen Sociedade do Brasil no Youtube

Prezados leitores, até o momento, nossas publicações no Youtube estão em playlists separadas por assuntos:

#janeaustenlives

Entrevistas

Podcasts

Encontro Jasbra 2017

Jane Austen na UniTV Belo Horizonte

Unitv BH
Divulgação do programa sobre Jane Austen

Entre os dias 2 a 4 de junho realizamos o VI Encontro Nacional da JASBRA (no Memorial Minas Gerais Vale) e fomos entrevistados pela equipe de jornalismo da UNI-BH. Muitos de nossos membros foram entrevistados e enriqueceram nosso conhecimento! Espero que gostem!

 

Globo News Literatura sobre Jane Austen

O canal Globo News já lançou o vídeo da nova temporada de programas sobre literatura! Obviamente Jane Austen não poderia faltar! No último dia 16 de julho, estive no Rio de Janeiro para o chá com Jane Austen na confeitaria Colombo. Foi evento maravilhoso e divertido. Além disso, contou com a participação da equipe de jornalismo do programa Globo News Literatura! Concedi uma entrevista para o programa e espero ansiosa pela exibição!

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Bastidores das gravações programa Globo News Literatura sobre Jane Austen e seu clube de fãs

Assim que eu ficar sabendo sobre a data do programa aviso aqui no blog para vocês!

 

 

Dois séculos sem Jane Austen – Rádio UFMG Educativa

O mercado editorial sempre foi muito limitado para as escritoras. Hoje em dia temos mais mulheres escrevendo, publicando e aparecendo no universo da literatura, mas esse espaço é recente. Agora imagine a situação há mais de dois séculos atrás? Pois foi nesse contexto hostil à participação feminina que deflorou uma das escritoras mais influentes da história, a inglesa Jane Austen. Autora de clássicos como Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade, suas obras marcaram um novo tipo de romance. E neste mês, lembramos os 200 anos de morte de Jane Austen.

Ouça a entrevista com a Presidente da JASBRA, sigla para Jane Austen sociedade do Brasil, Adriana Sales, que também é doutoranda em estudos linguísticos pela UFMG. Tamanho: 13,70 MB

A entrevista foi ao ar em 28/07/2017 no programa Universo Literário. Ouça aqui.

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Entrevista para o WordPress

Há alguns dias, recebi um convite do Edney Souza (Blog Interney) para falar um pouco sobre o blog Jane Austen Brasil para o WordPress em português. Agora há pouco recebi a notícia de que a entrevista já está no ar e vocês podem conferir neste link ou clicando na imagem abaixo. Reforço o agradecimento ao Edney pelo convite e agradeço imensamente à todos os leitores deste blog que são o motivo de tudo isso existir! Afinal, quando este blog surgiu, não havia quase nada sobre Jane Austen em português. E foi isso o que me motivou a criar o blog! Viva Jane Austen Brasil! E viva Jane Austen por seu legado maravilhoso!

Entrevista wordpress

Para fins de registro, eu também salvei uma versão em pdf para ficar arquivada aqui no blog.

Entrevista para o WordPress em português via Edney Interney Souza