MINICURSO – Jane Austen & Louisa May Alcott: Literatura, Cinema e Psicanálise

MINICURSO 

Jane Austen & Louisa May Alcott: 

Literatura, Cinema e Psicanálise

Profa. Dra. Natália Leite e Profa. Dra. Adriana Sales 

ERRATA: anteriormente foi publicado aulas às quintas de 20 às 21:30. Esta informação está correta. Porém, as datas das aulas é que saíram erradas. O correto é: 19 e 26 de maio, 2, 9 e 16 de junho. OBRIGADA pela compreensão!

O minicurso versará sobre algumas obras das escritoras Jane Austen (Orgulho e preconceito, Razão e Sensibilidade) e Louisa May Alcott (Mulherzinhas [Adoráveis Mulheres]), adaptadas para o cinema. Teorias Freudianas e Lacanianas serão o contraponto para a análise das obras para o cinema.

INSCRIÇÕES AQUI.

Curso on-line pela plataforma Google Meet, Turma virtual no Google Classroom.

O curso será gravado e ficará à disposição dos participantes.

Objetivos: 

  • Conhecer as vidas e obras de Jane Austen (Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibiidade) e a Louisa May Alcott (Mulherzinhas). 
  • Analisar a transposição dessas obras para o cinema sob o viés literário e psicanalítico. 
  • Explorar as potencialidades da transposição do texto literário para as telas,  ensejando a reflexão e discussão de temáticas contemporâneas através das contribuições da psicanálise Freudo-lacaniana.

Conteúdo programático e cronograma

Os filmes que serão analisados estão disponíveis nas plataformas Netflix e Amazon Prime:

  • Orgulho e Preconceito (2005)
  • Razão e Sensibilidade (1995)
  • Adoráveis Mulheres (2017)

[ 1 ] 19/05/2022

  • Introdução ao curso
  • Seleção dos livros e das um suas adaptações para o cinema
  • O livro e a tela: experiência de leitor / espectador 
  • A teorias da psicanálise no curso – ferramentas e limitações

[ 2 ] 26/05/2022

  • Perspectiva histórica: Orgulho e Preconceito (1813 / 2005) – do livro para a tela
  • (Des)caracterização das personagens
  • (Des)Construção do amor romântico

[ 3 ] 02/06/2022

  • Perspectiva histórica de Razão e Sensibilidade (1811 / 1995) – do livro para a tela
  • Diários de roteiro da Emma Thompson
  • A (des)construção das personagens: dualidades

(Freud explica; Lacan desconstrói) 

[ 4 ] 09/06/2022

  • Perspectiva histórica de Mulherzinhas (1868 / 2017) – do livro para a tela
  • Ser mulher e o feminino: sexo e tabus
  • A emancipação (?) da mulher escritora no século 19 

[ 5 ] 16/06/2022

  • Mulheres ao longo do tempo: mulheres do século 19 e as da contemporaneidade
  • Literatura, cinema e psicanálise: letras, telas e divãs…

Metodologia: Encontros virtuais às quintas-feiras dos meses de maio e junho de 2022, das 20:00 às 21h30. 

Adriana Sales é Doutora em Estudos Linguísticos pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. É professora e pesquisadora de inglês e suas literaturas no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. É especialista em Jane Austen pela Universidade de Oxford. É fundadora e presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil (JASBRA),  desde 2008. 

E-mail: aszardini@gmail.com

Curriculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4402320597450647

Natália Leite é Doutora em Estudos Linguísticos pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. É professora e pesquisadora  em Letras no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Especialista em psicanálise pelo Instituto de Psicanálise Lacaniana (IPLA). 

E-mail: nataliacostaleite@gmail.com

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8771481342037591 

Referências

AZERÊDO, G. Para Celebrar Jane Austen – Diálogos entre Literatura e Cinema. Curitiba: Editora Appris, 2013. 

BARTUCCI, G. Psicanálise e estéticas de subjetivação. In: BARTUCCI, G. (org). Psicanálise, cinema e estéticas de subjetivação. Rio de Janeiro: Imago,  2000. 

BIRMAN, J. Estilo e modernidade em psicanálise. São Paulo: Ed. 34, 1997.  

BIRTWISTLE, S.; COKLIN, S. The Making of Pride and Prejudice. London: Penguin Books, 1995. 

BYRNE, P. The Genius of Jane Austen – Her Love of Theatre and Why She Works in Hollywood. London: Harper Perennial, 2017. 

CARTMELL, D. Screen Adaptations – Jane Austen’s Pride and Prejudice. London: Methuen Drama, 2010.

FREITAS, P. M. From Novel to Film: The Transportation of Some Character Roles in Emma Thompson’s Screenplay of Sense and Sensibility. Dissertação de Mestrado em Literaturas de Língua Inglesa. Faculdade de Letras, UFRGS, 2013. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/72749/000884499.

pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 15 abr. 2022. 

FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Completas – ESB. Rio de janeiro, RJ: Imago, 1996. 

LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 

KECK, M. Changing Iconologies in Twentiefh Century Filmes: Three Versions of Alcott’s Little Women. In: Providence University English Festival, Taiwan. Proceedings… Taiwan; Providence University, 2009.

KINOSHITA, P. Jane Austen – Versões Contemporâneas de Orgulho e Preconceito. Curitiba: Editora Appris, 2016. 

LE FAYE, D. Jane Austen – The World of Her Novels. New York: Frances Lincoln Limited, 2002.

NUGROHO, F. A.; NUGROHO, A. Feminism in the Movie of Little Women by Greta Gerwig. Journal of English Education, v. 6, n. 2, 2020. 

PARRIL, S. Jane Austen on Film and Television – A Critical Study on the Adaptations. Jefferson: McFarland & Company Publishers, 2002.

RIVERA, T. Cinema, imagem e psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.

SAMPAIO, C. O cinema e a potência do imaginário. In: BARTUCCI, G. (org). Psicanálise, cinema e estéticas de subjetivação. Rio de Janeiro: Imago, 2000

THOMPSON, E. The Sense and Sensibility Screenplay & Diaries – Bringing Jane Austen’s Novel to Film. New York: Newmarket Press, 1995. 

TROOST, L.; GREENFIELD, S. (ed.). Jane Austen in Hollywood. Kentucky: The University Press of Kentuchy. 2nd Edition, 2001. 

WEINMANN, A. O. Sobre a análise fílmica psicanalítica. Revista Subjetividades, v.17, n.1, p. 1-11, 2017. 

WILTSHIRE, J.; MONAGHAN, D.; HUDELET, A. The Cinematic Jane Austen: Essays on the Filmic Sensibility of the Novels. Jefferson: McFarland & Company Publishers, 2009.

WILTSHIRE, J. Recreating Jane Austen. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. 

Emma – Musical

O StremingMusicals também exibe Emma, baseado na obra de Jane Austen. É possível assistir o trailler da peça/musical no site. EMMA, uma história de amor atemporal de um dos escritoras mais lidas de todos os tempos, é um musical que atrairá o público moderno a fará você se apaixonar novamente por um dos personagens mais adorados de Jane Austen. A adaptação teatral aclamada pela crítica de Paul Gordon faz uma releitura do clássico de Austen em meados do século XX, mas mantém a linguagem intacta. Pode-se alugar o vídeo por 4,99 dólares ou compra-lo por 19,99 dólares.

Elenco:

Kelli Barrett (Emma Woodhouse)Timothy Gulan (Mr. Knightley)Dani Marcus (Harriet Smith)Lauren Cohn (Miss Bates)Brian Herndon (Mr. Elton)Richert Easley (Mr. Woodhouse)Sharon Reitkerk (Jane Fairfax)Will Reynolds (Frank Churchill)Adam Daveline (Robert Martin)Don Richard (Mr. Weston)Pamela Winslow Kashani (Mrs. Weston)Caitlin Brooke (Mrs. Elton / Mrs. Bates / Katherine Martin)

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Sanditon: sexo, nudez e escravidão em seriado de TV baseado em Jane Austen

Post original do blog Shoujo Café

A BBC publicou uma matéria com esse título que dei ao post sobre o seriado baseado em Sanditon, obra inacabada de Jane Austen, que está para estrear no canal ITV.  O centro do artigo é Andrew Davies, que assina o roteiro da série.  Para quem não sabe, ou lembra quem é Davies, ele assinou a adaptação de Orgulho & Preconceito de 1995, que quebrou a internet na época quando Mr. Darcy, interpretado por Colin Firth, mergulhou no lago e desfilou com sua camisa molhada.  Não foi a única cena de fanservice de Darcy/Firth em O&P 1995, mas é a que o pessoal sempre cita.

A mocinha que deveria estar de 
cabelo preso, mas não está… Mau sinal.

Pois bem, ao que parece Davies decidiu colocar pimenta em Sanditon.  Provavelmente, ele e a BBC foram meio sensacionalistas na matéria para chamar atenção para a série que está para estrear.  Pois bem, Davies disse que  “Eu tento agradar a mim mesmo quando escrevo estas coisas, sexualizar isso vem naturalmente. Se não estiver lá, eu acho que vamos colocar algumas [cenas de sexo?], eu gosto de escrever e eu gosto de assistir.”  Sei lá, parece que ele está falando de pornografia, não é mesmo?

Andrew Davies ficou um velhinho sinistro.

Segundo a matéria, teremos três personagens masculinas tomando banho nuas na praia e a protagonista, Charlotte (Rose Williams), irá encontrar um casal transando na floresta.  Há, também, Miss Lambe (Crystal Clarke), uma herdeira vinda das Índias Ocidentais cuja mãe era uma escrava.  Imagino que através dela se discutirá o tema da escravidão. No original, Miss Lambe era mestiça, não é invenção da série, só imaginei que iriam colocar uma atriz com a pele mais clara para ressaltar esse fato e, não, inegavelmente negra.  E não estou reclamando, preciso ver o resultado.

Miss Lambe será indiscutivelmente negra.

Davies prossegue falando que a produção é um trabalho de equipe e outros participantes da produção comentam sobre ousadia, desejo, luxúria e que as pessoas de outras épocas não eram muito diferentes de nós.  Sobre a nudez masculina na série, temos o seguinte: “Por muito tempo, foi normal que as mulheres expusessem seus corpos e isso é algo para o qual estamos acostumados culturalmente. Então, para que haja uma discussão agora… a mudança é necessária. É interessante que o foco esteja nos homens se despindo quando as mulheres fizeram isso por tanto tempo”, disse Rose Williams aos repórteres (*usei a matéria do The Telegraph que tinha a fala completa*).  Não vejo nada de positivo em mudar o foco da objetificação, não vejo mesmo.  “Há mais nudez masculina nos dias de hoje porque a nudez feminina pode ser uma área contenciosa”, admite Davies.  Imagino que a série seja inócua, mas não fosse minha experiência com esse tipo de produção, eu ficaria com medo.  Espero que realmente tenhamos as coisas em medidas certas.

A onda agora é tirar a roupa dos mocinhos?  
Eu curto, mas tem que ter um contexto, OK?

Quando Jane Austen faleceu, em 1817, ela estava escrevendo Sanditon, que só contou com 12 capítulos.  Tudo o que vier depois disso, é invenção da produção.  Houve gente que decidiu concluir o livro, a versão mais famosa é a de Marie Dobbs, sob o pseudônimo de “Another Lady”, publicada em 1975.  Andrew Davis tem muita experiência, além de Orgulho & Preconceito, ele tem no currículo  Middlemarch (1994), Vanity Fair (1998), Wives and Daughters (1999), The Way We Live Now (2001), Daniel Deronda (2002), Tipping the Velvet (2002), Sense and Sensibility (2008) etc.   Não estou criticando sexo ou sensualidade em filmes e seriados, não estou dizendo que “Jane Austen está se revirando no túmulo” e nada do gênero.  Estou mais acreditando que se trata de uma abordagem sensacionalista mesmo.  Aliás, o The Guardian reproduz as mesmas falas, também.

O papel feminino nas traduções de Orgulho e Preconceito

Hoje tenho uma sugestão de leitura de um trabalho acadêmico sobre o papel feminino em Austen. Trata-se do trabalho de conclusão de curso em Letras da Bianca Presotto, sob orientação de Mirian Ruffini – da Universidade Federal Tecnológica do Paraná.

O trabalho de Bianca versa sobre “A configuração do papel feminino em traduções da obra Pride and prejudice de Jane Austen” e pode ser acessado aqui.

Cena do filme Lost in Austen (20090