Filmes
Scents and Sensibility (2011)
Vídeo da Editora LogOn
Eu encontrei este vídeo na página da LogOn no Youtube. Trata-se de uma divulgação do lançamento do Box Jane Austen, contendo 7 DVDs das seguintes séries: Orgulho e Preconceito (1995), Razão e Sensibilidade (2008) e Emma (2009). Para conhecer mais sobre o box, veja aqui os meus posts.
Jane Austen in Manhattan – uma resenha
Queria tanto assistir a esse filme, e, agora, minha decepção é indescritível! Por um lado, estou feliz de ter assistido, porque tinha ouvido falar do filme, e era um dos únicos relacionados a Austen que eu ainda não havia visto. Até o adicionei à minha coleção de DVDs, mas…foi excessivo, acho: definitivamente não merece ser assistido mais de uma vez.Neste absurdo “romance” chamado Jane Austen in Manhattan (1980, EUA, 111 minutos), produzido pela Merchant Ivory, o passado encontra o presente, e egos extravagantes colidem quando duas companhias de teatro competem entre si pelo direito de montar uma jóia literária: a peça recém-descoberta de uma das autoras mais amadas da Grã-Bretanha. Ao delinear a sedução de uma garota inocente por um libertino, o filme tenta misturar a esperteza da encantadora criação oitocentista de Jane Austen às forças, ambições e costumes sexuais da Nova Iorque da década de 70. O resultado é um dos mais esquisitos e bizarros filmes a que já assisti.
As duas companhias teatrais – igualmente ansiosas por realizar a estreia mundial da peça – precisam competir pelos direitos sobre a obra, propriedade de uma fundação artística. Uma das companhias é dirigida pela tradicionalista Lilianna Zorska (Anne Baxter); a outra, por seu antigo protegido – e ex-amante – o carismático Pierre (Robert Powell), que dirige uma trupe de vanguarda. Para complicar a situação, há Ariadne (Sean Young), a jovem e bela atriz que Pierre está determinado a seduzir, e separar do marido, Victor (Kurt Johnson). Eventos modernos começam a espelhar os temas de sedução e salvação presentes na peça de Austen, enquanto Lilianna luta para deter Pierre e salvar Ariadne de suas garras.
A inspiração por trás de Jane Austen in Manhattan reside em um evento real: a venda, pela Sotheby’s de Londres, do manuscrito de uma peça da juvenilia de Jane Austen, peça esta baseada em Sir Charles Grandison, de Samuel Richardson. O manuscrito passou à produção da Merchant Ivory. A companhia o considerou leve demais para merecer uma produção própria, mas material ideal para uma “peça dentro de outra peça”.Na minha opinião, eles desperdiçaram uma boa oportunidade. A idéia da peça dentro de outra peça não era nada má. Mas eu teria ambientado a ação na casa de Jane Austen, com sua família encenando a pequena peça. Não tão original, mas uma boa oportunidade para um filme de época. James Ivory tem entre seus créditos um filme de época maravilhoso, Uma Janela Para o Amor (A Room With a View), baseado no romance de E.M. Forster. Adoro aquela adaptação! Talvez fosse isso que eu esperava dele como diretor, e não tendo encontrado um pouco daquela poesia e bela fotografia, senti-me meio traída.
O oponente: amor e posse em Jane Austen
“Não apenas o rival amoroso, mas aquele que precisa (?) ser mais: o inimigo da própria alma, aquele que costuma dar pimenta à história, render páginas e páginas a mais e tirar o sono do protagonista mais sóbrio, em suma, o canalha necessário.São aqueles que aparecem sutilmente quando o livro está andando, quase que imperceptivelmente e tomam conta da trama. São os excelentes e bem elaborados oponentes de Jane Austen. Sem eles, muitos livros da autora – senão todos – correriam o risco de ficar em um embate entre os sexos.”
“A entrada estratégica e fundamental de William Elliot na história irá marcar uma reviravolta, não apenas no jeito que Wentworth age em relação à Anne, mas também como ela própria passa a mostrar um caráter mais decidido, afinal, ela está “insuflada” não apenas pelo vento, mas pela admiração deste que se julga ser um cavalheiro qualquer.”
“Em resumo, a função de William Elliot em Persuasão é bem clara: aproximar velozmente Anne de Frederick. Este, ao vê-la praticamente perdida nos braços do primo, revive todo o amor do passado. Ela, ao receber uma atenção especial do primo e voltar a ter diante de si uma perspectiva que tinha abandonado há muito tempo: a de se casar e de se tornar legítima herdeira da mãe, adquire a auto-confiança e o brilho necessários para a reconquista do seu Wentworth. O interessante é toda a construção de William como um jovem sensato, um cavalheiro, excelente sobrinho e pessoa de bom senso (já que corteja Anne e não Elizabeth) é virada do avesso, como acontece com vários oponentes de Jane Austen.”
“A função deste oponente é também aproximar os protagonistas, porém não se colocando como possível par amoroso (como é o caso de William Elliot), mas evidenciando os erros de juízo do casal. Lizzy percebe que se deixou levar durante muito tempo pelas aparências, favorecendo em seu julgamento aquele que acreditava a ser o menos afortunado, o mais franco, cavalheiro e doce dos dois; e Darcy percebe que julgava poder tê-la só para si, isolada da sociedade e da família de onde vinha, trazendo apenas seus dotes genéticos à linhagem dos Darcy.”
“A questão que fica é: por que Jane Austen fez desse personagem tão maravilhoso um oponente, enquanto o Coronel Brandon é – assim como Elinor – alguém que age subliminarmente, nas sombras, em suma, tão apagado, comparado com o brilhante John Willoughby? Por que justamente Marianne foi a escolhida para se casar com o homem mais sensato de toda a história?”
“Comparativamente aos outros oponentes citados nessa série, Lucy Steele parece ter menos influência sobre Elinor e Edward Ferrars do que aquela que ocorre com outros protagonistas. Levada por estas impressões, confesso que fiquei refletindo se estaria certo incluí-la entre a lista dos oponentes, uma vez que está claro que estas figuras surgem nos romances de Austen com a função de formar tramas paralelas ou contrárias à narrativa principal. (…) Tendo em vista o exposto, revi o seu caso e percebi o quanto eu estava errada e que, sem sombra de dúvida, deveria incluir Lucy Steele na lista dos oponentes de Austen. Pelas seguintes razões: ao surgir na trama e perceber que Elinor é querida por Edward, Lucy, em sua própria defesa, adota uma estratégia de guerra que envolve uma série de passos que irão desestabilizar tanto Elinor quanto Edward – que inclusive adia a visita à família das Dashwood com receio de se expor. Além disso, Lucy vai praticamente testar TODO o bom-senso e (até) sangue-frio de Elinor, que precisa mostrar uma coisa que não sente, participar como confidente de uma história que desejaria não conhecer e oferecer um exemplo de auto-controle à Marianne – afinal, ALGUÉM tem que fazer isso! Sem comentar o desenlace final, em que Lucy, persistente na sua ambição de subir nos degraus da escala social, dá um golpe fatal e muda de foco na família Ferrars. É preciso admitir que a moça é coerente e persistente com suas metas, do início ao fim (ao contrário de Willoughby, por exemplo, que acaba se envolvendo de fato com Marianne).”
Aisha – lançamento mundial
Bright Star – Brilho de uma Paixão
Londres, 1818. Um jovem e ocioso poeta de origem humilde se envolve com uma jovem de classe média, mas o relacionamento entre ambos enfrenta dificuldades de adequação. Ele, pobre e sonhador. Ela, espirituosa e repleta de idéias e atitudes que a colocam à frente do seu tempo. Ele, escritor errante e ligeiramente amargo, em busca de fama e receoso quanto ao futuro. Ela, determinada e completamente convicta de seus ideais. Entre o casal, as convicções sociais e regras rígidas de comportamento, características daquela época bucólica. Orgulho, preconceito, razão, sensibilidade, persuasão…
Não fosse esta uma história baseada em fatos reais, seria fácil confundi-la como uma adaptação dos clássicos literários da escritora romântica Jane Austen. Os elementos que compõem a obra da escritora – diversas vezes adaptadas para o cinema e a TV – estão presentes em “Brilho De Uma Paixão”, belíssima produção de época dirigida por Jane Campion.Inspirada ou não por sua xará, Jane Campion traz as telas uma história romântica incorrigível. Com base na biografia do poeta John Keats escrita por Andrew Motion, a cineasta criou um roteiro que prioriza a história de amor entre o jovem poeta e sua vizinha Fanny Brawne, tendo como pano de fundo a sua escalada no mundo literário em busca de reconhecimento (que só veio após sua morte).Para dar maior requinte ao vitral que compôs, ela se esmerou na fotografia, direção de arte e figurinos. As formalidades, o pudor, a elegância e sutileza dos gestos mostram um retrato sofisticado de personagens que passeiam entre a arrogância e a simplicidade, sempre armados de frases rebuscadas.


































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