Entrevista com Fernanda Abreu – tradutora de Persuasão e duas outras estórias

A entrevista abaixo foi originalmente publicada no site da Editora Zahar.


Fernanda Abreu, tradutora e responsável por parte das notas da edição.
Qual o maior desafio de traduzir esse clássico do século de XIX?
O estilo Austen é capaz de passar vários parágrafos descrevendo a simples entrada de alguém em um recinto, enumerando cada detalhe, cada sensação, cada movimento. Isso torna o seu texto muito rico, mas também um pouco prolixo, dependendo do trecho: é tudo exaustivamente descrito, explicado, dissecado, e ainda com uma pontuação que muitas vezes parece estranha aos olhos do leitor contemporâneo. Como transpor para o português o máximo desse estilo sem comprometer a fluidez da tradução, considerando que inglês e português são línguas com ritmos tão diferentes? Esse foi o maior desafio. A recriação do contexto da época, inclusive nos diálogos, também foi uma preocupação constante. Além da edição em inglês que serviu de original, da Penguin, a tradução francesa de André Belamich ajudou bastante a encontrar a melhor solução para os trechos mais delicados.

E em relação às notas? Que detalhes foram destacados?
“Persuasão” é um romance bem “limpo”, intimista, sem muitas referências a fatos reais ou personagens históricos. Consequentemente, poucas notas se fizeram necessárias. Tomei cuidado para não ultrapassar a tênue fronteira entre notas e explicação de texto. O critério foi incluir notas que auxiliassem na compreensão do texto pelo leitor e enriquecessem a leitura, ou seja, para explicar referências específicas à cultura e aos costumes ingleses da época, bem como referências históricas e geográficas. Usei como referência as edições anotadas de língua inglesa e francesa.

A obra é seguida de duas novelas inéditas em português, o que destacaria nesses dois textos?
Gostei imensamente de “Lady Susan”. Austen se aventura no romance epistolar (ou melhor, no “conto epistolar”) com muita ironia e uma narrativa bem amarrada, que prende a atenção do leitor. Sua protagonista não fica nada a dever à Mme. de Merteuil de Laclos, e no final eu já não sabia por quem torcer, se por ela, pelas pobres “vítimas” da sua perfídia, ou pelos íntegros personagens que passam o conto inteiro tentando desmascará-la. Terminadas a leitura e tradução do conto, logo depois de “Persuasão”, fiquei com a impressão de que Austen tinha pego o sr. Elliot e a sra. Clay de “Persuasão”, misturado bem, e obtido como resultado Lady Susan (mas sei que não foi assim, pois o conto é possivelmente anterior ao romance). “Jack e Alice” também é bastante irônico, além um tanto fantasioso. Foi interessante descobrir uma história tão farcesca escrita por uma autora cujos romances principais são tão realistas, e também constatar que, mesmo muito jovem, ela já era dona de um olhar arguto e de um fino humor para descrever as interações sociais inglesas de sua época.

A Sensibilidade de Ivo Barroso

Olá pessoal, meu nome é Elaine Rodrigues. Sou uma das janeites do Rio de Janeiro. E sou jasbrete desde a fundação da Jasbra, em 2009. 
Recentemente estive num evento, uma sessão de bate-papo e autógrafos, onde o tradutor Ivo Barroso lançava sua 3ª edição da obra “O Corvo e suas traduções” pela editora Leya. A noite era da poesia de Allan Poe, mas eu não me contive: tive que me lembrar da prosa de Jane Austen, já que ele, o Ivo, foi um dos responsáveis pela sua obra ser lida aqui no Brasil. 
Ivo Barroso (1929 -) é poeta e tradutor. Traduziu da nossa querida escritora, Emma e Sense & Sensibilty. E não apenas a traduz, como também é admirador e estudioso de suas obras. Escreveu prefácios para Orgulho e Preconceito, Persuasão e Abadia de Northanger da L&PM Pocket, com consistente pesquisa e eloquente concisão, que parecem ser bem mais que só prefácios. É possível ver também sua admiração por Austen em sua defesa apaixonada no que diz respeito à atual e crescente gama de follow-ups e mashups da autora. Ele critica o oportunismo e a impropriedade de algumas publicações que tentam imitar, sequenciar ou mesmo fazer referência às tramas austenianas. 

Vejam os prefácios da L&PM e outros artigos no blog do Ivo.

 

Bom, quanto ao meu encontro com o tradutor, foi muito rápido, mas bem importante pra uma janeite curiosa como eu. Ainda na fila dos autógrafos, meti na cabeça que iria tirar uma dúvida: sempre quis saber por que a tradução dele de Sense and Sensibility, assim como a da Dinah Silveira de Queiroz em 1940, para a Livraria José Olympio Editora, distinguia-se das outras. Como sabem, ele traduz como Razão e Sentimento (Nova Fronteira, 1982). Essa foi a primeira edição que li da obra, peguei na biblioteca da minha escola, e já havia visto o filme de 1995 com a Emma Thompson, então estranhei o título. Mas, deixando de falácias e indo ao que interessa, eis aí minha “entrevista” 😉 com Ivo Barroso na íntegra: 
Elaine: Ivo, eu sei que a noite é do Poe, mas eu tenho uma curiosidade sobre um outro trabalho seu. O senhor traduziu Sense & Sensibility de Jane Austen como Razão e Sentimento. Tem algum motivo em especial para ter usado o termo ‘sentimento’ e não o ‘sensibilidade’, como em geral os outros tradutores da obra fazem? 
Ivo: Sensibility na época de Austen tinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofotinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofotinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofo
tinha um cunho mais psicológicotinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofo
, referia-se à qualidade daquela pessoa que tem bons sentimentos, que é sensível. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.Hoje é usado mais genericamente, como estado de quem é sentimental, de quem se deixa levar pelos arroubos do sentimento, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram “sensibilidade”, aí todos usaram essa forma.
Elaine: Hummmm.. Errr… E o senhor gosta desse livro de Austen? (dããã ;p)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro! (sorriso de velhinho fofo)
Há mais detalhes da explicação de Ivo para a tradução do título em seu blogue, inclusive ele explica porque não mateve a aliteração do inglês (Sense-Sensibility) como os portugueses “tentaram” fazer com seu Sensibilidade e Bom Senso. 
Bom, não é bem uma entrevista, mas matou minha curiosidade e talvez interesse a vocês que tanto gostam de S&S.
Abs!
Elaine
Vejam aí o autógrafo que recebi (o livro era pra minha irmã, mas pedi pra ele incluir meu nome e dividiremos a preciosidade). 
 Ivo Barroso publicou um post a respeito da edição comemorativa de Razão e Sentimento, clique aqui e leia o artigo completo.

Entrevista para o site Na Savassi

O Bruno Fonseca, do site Na Savassi (região aqui de Belo Horizonte) me entrevistou ontem por telefone e publicou hoje no site!

Tradutora de Jane Austen realiza palestra na Praça da Liberdade nesta sexta

Autora de obras mundialmente famosas como Orgulho e Preconceito, que ganhou ainda mais popularidade com o filme de Joe Wrigh,t de 2005, Jane Austen é tema de palestra nesta sexta (23), na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade.
O naSavassi conversou com a presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil, Adriana Sales Zardini, que irá realizar a palestra. A professora de inglês e também tradutora de obras de Jane Austen conta qual a relação da escritora inglesa com a realidade das mulheres da época e porque seus livros permanecem tão atuais.
Interessado? As inscrições para a palestra, que acontece às 15h, podem ser feitas pelo telefone (31) 3269-1232 ou no e-mail referencia.sub@cultura.mg.gov.br.
O tema da palestra é a questão social da mulher com base nas obras de Jane Austen. Que questão social é essa? O que os livros trazem da realidade das mulheres?
Se você acompanhar a situação das personagens nas obras da Jane Austen você percebe retratos da época e da realidade das mulheres naquela sociedade. Quando ela escreveu, a palavra feminismo sequer existia, mas ela pode ser considerada uma das primeiras feministas a partir do momento que dá visibilidade à situação da mulher, ainda que não seja rebelde, ela simplesmente vê o cotidiano e construir os personagens.
Retrato de Jane Austen em aquarela feito pela irmã, 
Cassandra Austen, em 1810.
Ela também sofreu com a situação das mulheres na época?
Claro, ela sofreu com o preconceito e teve de publicar seus dois primeiros livros com assinatura By a lady (por uma mulher). Jane era filha de um pastor que, apesar da família não ser rica, considerava vergonhoso uma mulher trabalhar. Só depois que ela alcançou  popularidade passou a publicar com o próprio nome. Para você ter uma ideia, mesmo com o sucesso que alcançou durante a vida, na base da sua lápide está escrito “filha do reverendo”. Só depois de muitos anos que incluíram uma dedicatória em ouro.
Por que ela alcançou esse sucesso se havia outras mulheres escritoras? O que Jane Austen tem de especial?
Ela rompe com o estilo de literatura que mantinha a figura do personagem “herói faz-tudo”. A Jane desconstrói essa figura e cria personagens às vezes orgulhosos e antipáticos ou então desinteressantes, um anti-herói. Você se pergunta: “poxa, esse é o personagem principal?” Além disso, ela pega de três a quatro famílias do interior da Inglaterra e monta todo o mote da história com esses personagens. Mas o mais especial, na minha opinião, é que ela fala de coisas que viveu, que presenciou.
Museu de Jane Austen em Chawton, na Inglaterra, na casa onde a escritora passou
 seus últimos anos de vida.
Por que as mulheres e também os homens ainda se interessam pelas obras de Jane Austen? O que permanece atual?
Independentemente da sociedade – brasileira, inglesa, francesa – e da época, as pessoas têm características que a gente reconhece no dia-a-dia. Quem nunca teve uma tia fofoqueira ou uma pessoa da família que quer casar os filhos com bons partidos?
Qual livro você recomenda como primeira leitura para quem nunca leu Jane Austen? E depois?
Primeiro o Orgulho e Preconceito, por causa da popularidade, fácil acesso e também pelas versões em filme e na série de TV de 1995 que eu considero insubstituível. Depois Emma, que é uma história divertida, vivaz. Em seguida, Abadia de Northanger, com uma personagem adolescente. Persuasão seria o quarto e depois Mansfield Park e Razão e Sensibilidade por último, pois são livros mais pesados de uma Jane Austen mais séria.
Qual o seu preferido?
O que mais gosto é Persuasão, pois é um livro sobre espera. A personagem se apaixona muito jovem, mas é induzida a não se casar porque é um rapaz pobre. É uma espera muito longa até quando eles se reencontra e o que me chama atenção são as sutilezas na narrativa e a preciosidade da carta que o personagem principal escreve.
Imagem do filme Orgulho e Preconceito, de 2005, 
com Keira Knightley no papel da protagonista.
Jane Austen é uma literatura difícil?
Não é difícil, mas ajuda muito ter uma edição com boas notas de rodapé porque ajudam a contextualizar com os valores da sociedade da época. Por exemplo, o tipo de carruagem, quantas rodas tinha, já diz do nível financeiro do personagem.
Você traduziu livros da Jane Austen. Quais?
Traduzi Mansfield Park e Razão e Sensibilidade fiel, pela editora Landmark e está em processo de revisão para ser lançado até maio o Emma, pela Martin Claret.
Como funciona a Jane Austen Sociedade do Brasil? Como participar?
A sociedade tem regionais em vários estados: Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Em Minas, são cerca de 10 a 15 membros, nos encontramos a cada dois meses em média, geralmente na Savassi. As pessoas têm de 15 a 70 anos. Em janeiro de 2013 iremos receber em Minas um encontro nacional comemorando os 200 anos de lançamento de Orgulho e Preconceito. Temos um e-mail adriana@jasbra.com.br e o site http://www.janeaustenbrasil.com.br/.

Jane Austen e Medicina

Médica e fã de Jane Austen, Cheryl Kinney,  revelará como nossa amada escritora conseguiu transmitir, em suas histórias, um conhecimento acima da média a respeito de saúde e doenças típicas do período da Regência. Obstetra e ginecologista Cheryl Kinney, que mora em Dallas (EUA) é uma ávida fã de Jane Austen. De fato, MD, é um ávido fã da autora Jane Austen. De fato, ela viaja pelo país fazendo palestras sobre como Austen escreveu a respeito de saúde e doenças de sua época.
A entrevista foi conduzida por Dr. Sound Medicina Kathy Miller sobre Jane Austen e os males sofridos por seus personanges. O programa faz parte das publicações do site Sound Medicine da Universidade de Indiana e está disponível para download, basta clicar aqui.
Infelizmente o programa é em inglês, a doutora faz interessantes observações sobre o olhar perspicaz de Austen em relação à saúde do século XIX e doenças típicas de sua época. Cheryl também destaca algumas doenças e doentes presentes na obra de Austen. Muito interessante!

JASBRA no Identidade Noroeste

A Aline Diedrich, do site Identidae Noroeste, me convidou para um bate papo sobre Jane Austen e a JASBRA. Confiram abaixo a entrevista! Você poderá ler a entrevista completa aqui

Apresentando Maria Grazia – Parte 2

This is a bilingual post – Este é um post bilíngue

We’re going to read more about  our lovely virtual friend Maria Grazia (the first part I published yesterday). Today, she will tell us more about her profession and what she thinks about the movies and tv series based on Jane Austen books.
Dando continuidade a apresentação de Maria Grazia (que comecei ontem na parte 1), hoje publico mais um pouco sobre nossa querida amiga virtual. Hoje, ela nos contará um pouco sobre sua atuação profissional e o que pensa a respeito das adaptações para o cinema e a tv dos livros de Jane Austen.

***
Now I love teaching about Jane Austen to my students – though it isn’t always an easy task to make teenagers, especially boys, to appreciate her work. I’m working on Northanger Abbey with my eldest students these days, we’ve just started and, they had never heard about Jane Austen in their lives before!
Agora, eu adoro ensinar e falar sobre Jane Austen para os meus alunos – embora não seja uma tarefa fácil fazer com que os adolescentes, especialmente os rapazes, gostem do trabalho da escritora. Atualmente, estou trabalhando A Abadia de Northanger com meus alunos mais velhos, estamos ainda no começo, embora eles não tenham ouvido falar de Austen antes!

O livro favorite de Maria
I also love discussing Jane Austen and her world with other Austenites both in real life and the blogosphere. This is why last year I accepted to lead a reading club of mixed aged women in my town’s public library. We read or re-read Jane Austen’s major six, one each month from January to June, and met the last Saturday of each month to discuss. I wrote about that experience on my blog, My Jane Austen Book Club, which I started at the same time. You can see some pictures from our first meeting here.
Eu também discuto Austen e sua universo com outras Austenites, tanto na vida real quanto na blogosfera. Foi por isso que no ano passado eu aceitei conduzir um clube de leitura, composto por mulheres de diversas idades, na biblioteca pública da minha cidade. Nós lemos e relemos as seis principais obras de Austen, um a cada mês (de janeiro a junho), e nós nos encontramos no último sábado de cada mês para as discussões. Eu escrevi sobre esta experiência em meu blog ‘My Jane Austen Book Club’, que comecei na mesma época do clube de leitura da biblioteca. Vocês poderão ver algumas fotos do nosso primeiro encontro aqui.
O grupo que discutiu Austen na biblioteca de Subiaco (Roma)
I’ve become an eager reader and reviewer of Austen-based fiction and an even more eager watcher of Austen – based movies and drama.

What has Jane Austen added to my personal life? Lots of emotions, exciting adaptations to be watched (What about Emma 2009? Just lovely!), new friends and acquaintances, an Austen – dedicated blog, a great deal of delightful Austen –based fiction, stimulating discussions and events … being part of an enthusiastic worldwide community!

Eu me tornei uma ávida leitora e resenhista de livros inspirados em Austen e ainda mais ávida por filmes e séries baseados nos livros de Austen.

O que Jane Austen acrescentou à minha vida? Muita emoção, excelentes adatapções para assistir (O que dizer de Emma 2009? Simplesmente adorável!), novos amigos e contatos, um blog dedicado à Austen, um grande prazer pelos livros baseados nos da escritora, discussões estimulantes e eventos… fazendo parte de uma  entusiasmada comunidade mundial !

Cena favorita de Maria!
***
Grazie Maria! Vorei que questo post sia il primo di molti!

Apresentando Maria Grazia – Parte 1

This is a bilingual post – Este é um post bilíngue

As Maria Grazia (My Jane Austen Book Club Blog) invited me to write a post in her blog, now it’s my turn to invite her to write here at JASBRA’s blog. My post was published last week and today is Maria’s post for you! Please, welcome Maria, an italian fan of Jane Austen! This is the first part, the second part will be posted tomorrow.
Retribuindo o convite feito por Maria Grazia (My Jane Austen Book Club Blog), eu a convidei para escrever posts aqui no blog da JASBRA. Meu post foi publicado na semana passada e hoje é a vez de apresentar Maria para vocês! Por favor, deem as boas vindas a esta italiana apaixonada por Jane Austen! Esta é a primeira parte, a segunda será publicada amanhã.
Bio – Maria Grazia Spila
Teacher of English as a foreign Language and English Literature (since 1988)
Living in Subiaco (Rome) Italy, married with 2 teenage sons
Maria Grazia Spila é professora de Inglês como língua estrangeira e de literatura inglesa (desde 1998). Mora em Subiaco (Roma/Itália), é casada e tem dois filhos adolescentes.
Blogs:
Facebook: Fly High
Twitter:
SMaryG

 
 

Me and Jane Austen – Eu e Jane Austen

 

When I was 14 I hungrily read everything I found in my relatives’ libraries : classics, children’s books, modern romances, history books, essays. I had been reading books since I was 8 and I still remember my first one was L. May Alcott’s Little Women. What I can’t forget is when I happened to read Pride and Prejudice. One of my aunts had given it to me saying, “Maybe you’ll find it a little boring”. Boring? I can still see my “little me” identifying herself with Elizabeth and experiencing her proud contempt for Mr Darcy, sympathy for Wickham, then her regret for her wrong first impressions, her acknowledging her affection and esteem for Mr Darcy little by little and, finally, her having the chance to marry him. It was so exciting!
 
Quando eu tinha 14 anos eu devorava qualquer tipo de livro que encontrava na biblioteca dos meus pais: clássicos, livros infantis, romances modernos, livros de história, artigos. Eu tenho lido livros desde os 8 anos de idade e ainda me lembro do meu primeiro livro: Little Women de L. May Alcott’s (Traduzido aqui no Brasil como ‘Mulherzinhas’). O que não posso deixar de me lembrar foi quando li Orgulho e Preconceito. Uma de minhas tias me deu o livro e dizendo: “Talvez você o ache um pouco entendiante”. Entediante? Eu ainda posso me ver, tão jovem, me identificando com Elizabeth e vivenciando seu orgulho em relação ao Mr. Darcy, sua simpatia por Wickham, seu arrependimento por ter tido falsas impressões, e em seguida, aos poucos,  o reconhecimento de seu afeto e estima por Mr. Darcy, até que finalmente, ela teve a chance de se casar com ele. Foi muito excitante!
 
Maria no lago Canterno – Itália

Then I met Jane Austen again at university. But the approach was completely different, it was even a bit disappointing at first. I almost didn’t recognize the lovely novel I had read 4 or 5 years before: social satire, female social role, no sentimentalism, irony, witty style, round characters, context, the Regency, literary sources … why did they want me to juxtapose all that to one of my favourite stories? But that’s what academic studies usually do to our favourite tales … I had to cope with the hard task and, finally, I even got to appreciate Jane Austen more and more. My adult outlook to her work made me go on and read her Sense and Sensibility, then Emma, Northanger Abbey, Mansfield Park and last but not least, Persuasion (now my favourite one).
Eu reecontrei Jane Austen novamente na universidade. Porém, a abordagem foi completamente diferente, e até mesmo um pouco decepcionante. I quase não reconheci o adorável romance que eu havia lido há 4 ou 5 anos: crítica social, o papel social da mulher, não ao sentimentalismo, ironia, estilo espirituoso, personagens, contexto, a Regência, fontes literárias… Porquê eles queriam que eu fizesse uma justaposição de uma das minhas histórias favoritas? Bem… é isso o que os estudos acadêmicos fazem com nossas histórias favoritas… I tive que lidar com a difícil tarefa e, finalmente, comecei a apreciar Jane Austen cada vez mais. Meu olhar adulto para o seu trabalho me conduziu à leitura de Razão e Sensibildiade, Emma, A Abadia de Northanger, Mansfield Park e por não último, mas não o último Persuasão (que é o meu favorito).

Maria em sua cidade favorita, com o marido e o filho Valério
My love for period drama and adaptations (not only of Jane Austen‘s works) only started after watching Sense and Sensibility 1996. Living in Italy, missed BBC 1995 cult adaptation of Pride and Prejudice and I only saw it after P&P 2005 with Matthew MacFadyen and Keira Knightley! I even watched it after Bridget Jones’s diary! (*blushes*)
Meu amor pelos filmes e séreis de época (não apenas baseados nos trabalhos de Jane Austen) começou logo após eu assistir Razão e Sensibilidade (1996). Já que moro na Itália, eu perdi a adaptação de Orgulho e Preconceito de 1995, e só pude assistí-la após ter visto o filme Orgulho e Preconceito (2005) com Matthew MacFadyen and Keira Knightley! Eu até assisti O diário e Bridget Jones antes de assistir a adaptação da BBC! (*ficando corada*)

*Aguardem até amanhã, pois publicarei a segunda parte do post de Maria Grazia!
 

Grazie per tutti Maria!

Jane Austen na Globo News

Agora que os dois programas foram exibidos no Programa Espaço Aberto Literatura  (30 de abril e 07 de maio de 2010) do Canal Globo News, posso publicar os dois vídeos juntos! Foi com grande alegria que recebi o convite da equipe de jornalismo do programa e mais feliz ainda por saber que o blog da JASBRA foi encontrado no site de busca do google e escolhido pela relevância do meu trabalho e das publicações aqui escritas (palavras do Claufe Rodrigues, respórter que conduziu a entrevista). 
Para quem ainda não assistiu os dois programas aqui estão:
Primeiro programa – resumo da Globo News: Jane Austen nasceu na Inglaterra há quase 200 anos, mas nunca esteve tão viva. As tradutoras Adriana Zardini e Celina Portocarrero analisam o impacto da autora, que virou tema de mostra nos Estados Unidos e tem fã clube no Brasil. 

Segundo programa – resumo da Globo News: No segundo programa sobre Jane Austen, conheça o estilo desta escritora inglesa que usava de ironia e humor para criticar a rígida sociedade em que vivia. Observação: Diferente do que está escrito na página da Globo e do que a Celina afirmou, Jane Austen não publicou todos os livros com o pseudônimo de A Lady. Jane recebeu reconhecimento em vida e inclusive na publicação de Emma, ela já era tão conhecida que até o príncipe regente da Inglaterra lia seus livros. Eu cheguei a mencionar essa correção durante a entrevista, porém, durante a edição, a minha fala foi para o primeiro programa.

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Box Jane Austen da Editora Logon

Eu ganhei o Box Jane Austen da Logon, mas acabei me separando do presente porque emprestei à Globo News para que eles usassem imagens das séries nos dois programas que fizeram sobre Jane Austen, no qual estive presente.
Como o Claufe Rodrigues já me devolveu o box, agora é hora de mostrar os detalhes do box!
Detalhes da caixa
Detalhes do papéis de carta e dos selos
Parte trasseira do box
Detalhes dos DVDs (ao todo são 7 DVDs)

Jane Austen Celebridade

Hoje, às 21:30, a segunda parte do Programa Espaço Aberto sobre Jane Austen: Jane Austen Celebridade. A segunda parte do programa continuará com o bate-papo entre eu, Celina Portocarrero e Claufe Rodrigues.

Horários:
Sexta-feira, 21h30
Sábado, 01h30; 08h30; e 16h30
No domingo, os vídeos serão exibidos também no site da Globo News.