Todos falam de Austen

Após uma maravilhosa viagem para Gramado e Caxias do Sul, cá estou eu de volta!
Acabei descobrindo que muitos outros blogs e sites estão falando de Austen! Vejam só:

O Bruno do Moonflux fala do filme O&P 2005.

A Liana Leão da Gazeta do Povo fala sobre Milagres de personalidade, discorre sober Austen e sua obra.

O Jorge Leberg fala de suas primeiras impressões de O&P.

O Blog da Angela publicou um artigo de Fabio Silvestre Cardoso sobre O&P.

O Segredos de Pandora fala de O&P 2005.

A Aline Aquino do Nada em Excesso fala também de O&P 2005 e o ‘amor de sua vida’.

O Chat Feminino fala sobre Jane e sua obra.

O blog A Imagem Feminina apresenta uma pequena biografia sobre Austen.

A Pati Araújo fala sobre o filme Becoming Jane.

O blog Os desastres amorosos de Anita e suas amigas faz um post divertido sobre Jane.

Lindas capas de Orgulho e Preconceito

Por indicação de minha amiga Elaine Valente descobri essa linda capa de Orgulho e Preconceito – lançamento da Editora Penguin! Vejam como é linda!

A ilustração foi feita por Ruben Toledo (muito conhecido no mundo da moda)! Ruben é pintor, ilustrador e escultor, já desenhou de tudo: desde vitrines e murais até frascos de perfumes e estátuas de premiação. Os desenhos de Ruben já apareceram em revistas como Vogue, Harper’s Bazaar e Visionaire. Agora ele está usando seu talento para fazer lindas capas de livros: por enquanto fez três capas dos livros mais amadas da literatura: Orgulho e Preconceito, A Letra Escarlate e O Morro dos Ventos Uivantes. Conheça um pouco mais sobre as ilustrações de Ruben Toledo aqui.
Interessante observar nesta capa de Orgulho e Preconceito é a rejeição de
Darcy, e vejam como ele pisa na cauda do vestido de Lizzie! 🙂
O livro ainda indisponível no Brasil, custa 10,88 dólares na Amazon.
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Essa outra capa eu descobri navegando na internet, é da White Books. A ilustração foi feita por um artista japonês chamado Kazuko Nomoto. Esta edição é mesmo uma preciosidade: papel acid free, capa dura e marcador de páginas! Veja mais capas desta coleção aqui.

O livro ainda não é vendido no Brasil, custa 22,00 dólares no site da Amazon.

Edições de Bolso em espanhol

Hoje eu encontrei essas edições espanholas! São livros de bolso da Editora Debolsillo. São capas singulares, com imagens diferentes das que estamos acostumados. Porém, apenas três dos seis livros, receberam essa nova roupagem: Mansfield Park, Persuasão e Razão e Sensibilidade.

Os outros três livros, com publicação entre 2004 e 2007, ainda não receberam novas capas. Mas nem por isso, fazem feio! Gosto dos dois estilos! Para saber onde comprar é só clicar nas imagens!

A Abadia de Northanger – Versão Bilingue

A Editora Landmark acaba de lançar uma versão em português tão esperada de ‘A Abadia de Northanger’, o livro estava esgotado há muito anos aqui no Brasil e muitos leitores esperavam anciosos por este lançamento. A edição da Landmark foi traduzida por Eduardo Furtando, tradutor responsável também por legendagem de filmes para a Videolar.

A capa traz uma ilustração um tanto quanto assombrosa e obscura, fazendo referência ao livro de Austen – que se trata de uma espécie de paródia gótica.

Esta edição está com uma diagramação melhor que ‘Orgulho e Preconceito’, por permitir que o texto em português esteja sempre do lado de fora das páginas, facilitando a leitura. Entretanto, prefiro a diagramação de ‘A moradora de wildfell hall’, nesta edição o texto em português ocupa toda a página, e só em seguida é apresentado o texto em inglês.

Um detalhe interessante nesta edição é que ela traz uma declaração de Jane Austen sobre o livro (como pode ser visto abaixo):

Aproveito o post para agradecer a Editora Landmark por apoiar o Primeiro Encontro Nacional Jane Austen do Brasil em Ouro Preto (11 a 14 de junho/2009) e por ofertar livros para sorteios nos intervalos de nossas discussões.

Aos leitores do JASBRA (ou Jane Austen Club como preferirem) tenho duas boas notícias:

1) Editora Landmark concederá a todos os usuários de seu Blog 5% de desconto no preço de capa e remessa gratuita para os interessados em adquirir qualquer edição de nosso catálogo. Vocês devem entrar em contato com a editora aqui.

2) Reservamos uma cópia de ‘A Abadia de Northanger’ para ser sorteada entre os leitores do blog. Fique atenta (o)! Nos próximos dias divulgaremos as regras para o sorteio!

Edição de Luxo da Penguin

Eu já tinha visto esta edição de luxo da Penguin há algum tempo, mas nos sites que naveguei não há uma imagem mais detalhada do livro.

Para minha surpresa as meninas das comunidades Orgulho e Preconceito e Orgulho e Preconceito Fanfics lá do Orkut, fizeram um orkontro no último dia 23 – em pleno carnaval!! Só Austen mesmo para reunir essas meninas! 🙂

Minha amiga Eveline, foi até a Livraria Saraiva lá no Shopping Paulista e fotografou a edição. Vejam as fotos abaixo:

Esta edição contém os livros em inglês: Orgulho e Preconceito, Sense and Sensibility, Persuasion, Emma, Mansfield Park, Northanger Abbey, e Lady Susan. Por baixo desta capa de proteçao (florzinhas) tem uma capa verde, com letras douradas!

Gostei muito do livro, pelo que vi nas fotos! O preço também é legal: em torno de R$ 74,00.

Razão e Sensibilidade

Por indicação de minha amiga Lilian dos Anjos, descobri que a Martin Claret lançou uma edição muito baratinha de Razão e Sensibilidade (2009) = R$ 10,90

Ao que tudo indica, a tradução deve ser de qualidade pois na capa está escrito o nome do tradutor Roberto Leal Ferreira (conhecido no meio).
O que mais me chamou a atenção foi a capa, muito bonitinha! Acho que já vi em algum outro livro ou pintura, mas não estou me lembrando agora.

Resumo que está no site da Martin Claret:

Jane Austen (1775-1817) — considerada uma das mais importantes representantes da literatura inglesa, ao lado de Shakespeare — passou toda a sua vida no interior de um diminuto círculo social, formado pela aristocracia rural. Tematizando o dia-a-dia das pessoas comuns, com fina ironia e aguda percepção do ser humano inserido na sociedade da época, Austen introduziu o romance inglês na modernidade.Razão e sensibilidade (1811) é a história de duas irmãs — Elinor e Marianne, respectivamente a “racional” e a “sensível” —, as quais, em razão do falecimento do pai, têm de se adaptar a um estilo de vida mais modesto, em meio a uma sociedade inteiramente dirigida pelo status social.

Para as viciadas(os) de plantão

Já que esta semana eu estou falando sobre vício em Jane Austen e até alguns leitores do blog confessaram ter o mesmo ‘problema’ que eu, resolvi declarar: estou numa fase completamente dependente de capas de livros da Austen!! Haja visitas à livrarias físicas e virtuais e também haja dinheiro para alimentar o vício!
Há alguns meses eu fiz um post sobre os livros baratinhos da Editora Wordsworth que estavam sendo vendidos pela Livraria da Travessa. Na época eu fiquei curiosa e empolgada para comprar porque eu não tinha a coleção dos livros de Austen com ilustrações do Hugh Thomson. Na época fiquei na dúvida se compraria ou não, pois não há uma Livraria da Travessa aqui em Belo Horizonte. Quer dizer, existe uma livraria com este mesmo nome, mas não pertence à rede carioca.

Quando estive no Rio de Janeiro no final de novembro pude visitar a livraria e logo bati os olhos nos exemplares da Wordsworth! Eu comprei 5, com exceção de Orgulho e Preconceito que estava em falta! Mas ao chegar em casa, realizei a compra on-line e o livro demorou umas três semanas entre importação e entrega em minha residência.

Abaixo, um dos sinais de vício em Austen: paixão pelos livros e diferentes capas!!

Não bastasse eu já ter os livros principais de Austen de duas editoras (Dover e Wordsworth), na semana passada visitei o site da Travessa novamente para procurar um outro livro e dei de cara com a seguinte promoção:

Os livros da Collector’s Library em promoção: edição de colecionador! Os livros estão em promoção por R$ 22,04 (cada), mas este não é o detalhe principal! Veja se não dá pra ficar maluca:

– Os livros são em versão pocket (10 x 15 cm), tão mimosos e fofinhos!!!

– Capa dura em tecido vermelho com letras douradas, as laterais das páginas também são douradas.

– Contém os desenhos de Hugh Thomson!

– Os livros foram impressos em uma papel melhor e ainda contam com uma capa protetora muito bonitinha!

Vejam com seus próprios olhos!


Agora me diga, não dá para ficar maluca(o) por livrinhos tão lindos!?

Lindas bibliotecas do mundo

Sabe aquele tipo de imagem que te transporta para um lugar mágico? Creio que as bibliotecas são assim! Eu encontrei no Curious Expeditions uma série de fotos de bibliotecas do mundo inteiro! Me deleitei com tantas imagens lindas de bibliotecas da Itália, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos, entre tantas outras. Imagine quantas preciosidades escondidas entre as prateleiras? Todas as imagens do site são lindas e dignas de uma viagem imaginária por tantos corredores, prateleiras e livros maravilhosos.
Para quem quer conhecer mais existe para venda um livro chamado As mais lindas bibliotecas do mundo (figura abaixo):

Ao ver as fotos, como não poderia deixar de estar lá, deparei-me com a imagem da NYPL (New York Public Library). Logo me lembro da big apple, lugar onde fui muito feliz!! Morei em New York no primeiro semestre de 2001 , para fazer uma extensão universitária na CUNY – The City University of New York, e confesso que mesmo tendo vivido lá por tão pouco tempo, eu considero também meu lar! Nos filmes, reportagens que falam sobre Nova York, o coraçãozinho fica apertado de saudades.

Do alto do World Trade Center – junho de 2001

Voltando ao assunto da biblioteca de Nova York, apesar ter conhecido um pouco da obra da Jane Austen durante a minha graduação em Letras eu somente adquiri meus seus livros quando visitei a Biblioteca Pública de NY e visitei a lojinha que existe por lá. A biblioteca é maravilhosa e possui um acervo enorme, sem contar que a existem diversas delas espalhadas pela cidade.

Na lojinha da NYPL havia muitas coisas legais, o que me chamou atenção foi o preço dos livros em brochura (paperback) – entre 1,00 a 5,00 dólares. Logo pude encontrar três livros de Jane Austen: Emma, Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade. Infelizmente naquela época eu não disponia de tanto tempo livre para ler outros livros que não fossem os indicados pela universidade e quando visitava as bibliotecas meu foco eram os livros acadêmicos. Abaixo, a imagem dos livros e minha carteirinha da biblioteca (detalhe: nem deve mais poder ser usada).

Para matar as saudades de NY City, peguei uma a caixa de lembranças: cartões da cidade, revistas, cartões do metrô, tickets de museus, e a SACOLA da Biblioteca! Isso mesmo, a doidinha aqui acabou guardando a sacola da lojinha da biblioteca! 🙂

Hollywood sem beijo

Por Genilda Azerêdo*

Orgulho e Preconceito – Hollywood sem beijo**

Sempre que uma nova adaptação de Jane Austen aparece – e esta é a oitava de 1995 para cá – somos induzidos a (mais uma vez) questionar o que há em seus romances, publicados entre 1811 e 1817, que ainda pode atrair a atenção do espectador do século XXI. No caso desta mais recente adaptação, Orgulho e Preconceito, baseada no romance homônimo, a expectativa talvez ainda tenha sido maior, uma vez que se trata do romance mais lido e amado da autora.A própria Jane Austen referiu-se a Elizabeth Bennet, a protagonista do romance, como “uma criatura adorável, como jamais aparecera na literatura (…)”. E confessou: “Não sei como serei capaz de tolerar aqueles que não gostem dela”. De fato, Elizabeth é a mais famosa das protagonistas de Austen, uma personagem que combina inteligência e senso de humor, sensibilidade, vivacidade e rebeldia. Como se sabe, todas as narrativas de Austen constituem pretextos para que suas protagonistas amadureçam emocionalmente, passem de um estado de ignorância a um estado de consciência e conhecimento. No caso de Orgulho e Preconceito, no entanto, tem-se, de início, a impressão (o que não se concretiza), que Lizzy já é madura o suficiente, tornando tal processo esvaziado de função. De modo geral, é o personagem masculino central aquele que contribui para este crescimento emocional e afetivo da heroína. Porém, neste romance, é interessante ver como o processo de conscientização e amadurecimento se dá de forma dupla: ambos Lizzy e Darcy não só vivenciam um processo de aprendizagem, mas gradualmente ensinam um ao outro. Talvez este aspecto seja responsável por fazer deste o mais famoso par amoroso de Austen. E não fosse por outros aspectos do romance, que faz um registro dos costumes e valores da sociedade pré-vitoriana, e uma crítica social contundente à dependência que aquela mulher tinha do casamento, como único meio de sobrevivência (material e emocional), bem como aos efeitos decorrentes dos conflitos entre classes sociais, da hipocrisia e da aparência, só a história de Lizzy e Darcy já justificaria uma adaptação.O título do romance já se oferece como primeira possibilidade de compreensão da narrativa: se Darcy é imediatamente considerado por todos como orgulhoso e arrogante, Lizzy (embora se considere lúcida) não se contém em seus pré-julgamentos em relação a ele. Mas a associação não se dá deste modo único: Lizzy também tem seu orgulho abalado (lembremo-nos de uma fala sua, quando diz, “eu poderia até perdoar sua vaidade, se ele não tivesse ferido a minha”); por outro lado, o pré-conceito inicial que Darcy tem em relação à família de Lizzy vai aos poucos se materializando, de modo que o “orgulho” e o “preconceito” do título não ocupam posições estáveis, mas ambíguas. Na verdade, estabilidade é uma palavra que não combina com Jane Austen. Embora suas narrativas sejam “limitadas” a um universo principalmente feminino e doméstico, e suas temáticas focalizem a importância do casamento como único meio de sobrevivência e estabilidade para a mulher, a questão é tratada de forma tensa, a ponto de fazer com que Lizzy recuse a proposta de casamento de Mr. Collins e a primeira proposta de Darcy, algo até certo ponto inconcebível, quando pensamos na realidade de penúria que a espera. Ou seja, ao mesmo tempo em que a narrativa revela a centralidade do casamento e a importância de uma vida familiar estável naquele tipo de sociedade, ela também mostra representações variadas de casamento, além de sugerir que algo maior – além da conveniência e sobrevivência material – deve fundamentar a escolha e a decisão, ao menos, dos pares centrais.Orgulho e Preconceito já foi adaptado anteriormente, inclusive mais de uma vez. Como filme, há uma versão de 1940. Como série da BBC/A&E, foi adaptado em 1979 e em 1995 (esta, embora série, foi filmada em película). Esta mais recente adaptação (2005; dir. Joe Wright, com roteiro de Deborah Moggach) traz uma diferença bastante significativa em relação às outras adaptações de Austen: uma ênfase maior na visualidade do meio rural (animais e trabalhadores rurais são mostrados), com o propósito de não apenas situar a história no countryside inglês pré-industrial, mas de indiciar esse meio como contexto comercial e econômico daquele grupo social.No início do filme, acompanhamos Elizabeth (que caminha com um livro na mão) pelos arredores da casa, e depois pelo seu interior. À medida que nos familiarizamos com sua casa e sua família, já nos damos conta da cumplicidade existente entre ela e Jane, de um lado, e entre ela e o pai, de outro. Esta cumplicidade é relevante para traçar limites entre duas formas de se relacionar com o mundo: uma altamente pragmática, que visa uma sobrevivência imediata (representada principalmente pela mãe e pelas filhas mais novas); outra mais racional e equilibrada, porque também fundamentada na sensibilidade.A cumplicidade entre essas duas irmãs mais velhas será dramatizada no decorrer do filme, como, por exemplo, numa cena no quarto, mais especificamente na cama, antes de dormirem, em que apenas seus rostos ficam à mostra, e elas conversam como confidentes e grandes companheiras. Essa amizade de irmãs, neste filme, se coaduna com o tratamento da questão não só em Razão e Sensibilidade (uma narrativa essencialmente de irmãs), mas também na adaptação de Mansfield Park (com o título, no Brasil, de Palácio das Ilusões).

Ao contrário de outras adaptações de Austen, em Orgulho e Preconceito as músicas e as danças são festivas e alegres, algo que se alinha com certa leveza da narrativa (em oposição, por exemplo, às narrativas de Razão e Sensibilidade, Persuasão ou Palácio das Ilusões). O ritmo da música (e, conseqüentemente, da dança), no entanto, muda quando Lizzy e Darcy dançam. O contraste com as danças anteriores fica explícito. O ritmo mais lento possibilita que conversem; a câmera se demora nos dois, já que precisam ser revelados (não só um ao outro, mas ao espectador). Por um momento, inclusive, cria-se a ilusão de que apenas os dois rodopiam no salão, o que mostra a função da dança como ritual erótico.De modo geral, ainda que em determinados momentos haja exagero (Mr. Collins, por exemplo, soa caricatural), o filme consegue refletir temáticas relevantes da narrativa de Austen; consegue, ainda, em determinadas cenas, uma tonalidade de humor e ironia característica da autora.

No entanto, na tentativa de atrair um público ávido por histórias de amor (e a narrativa romântica é mais facilmente adaptável – ou transferível para a tela – que a crítica social, principalmente quando consideramos o estilo altamente irônico de Austen), esta adaptação também acaba por se definir como “hollywoodiana”, principalmente no tratamento que dá à relação entre Lizzy e Darcy.Para ilustrar a ênfase na relação romântica, tomemos como exemplo as duas cenas em que Darcy se declara a Lizzy. Em Austen, é comum o narrador fazer uso de narração sumária, ou do discurso indireto, exatamente como estratégias para a criação de um distanciamento, para a quebra ou diluição da emoção, em momentos de grande densidade dramática. É o caso no que diz respeito ao desenvolvimento gradual da relação afetiva entre Lizzy e Darcy. Mas não só isso. No romance, na primeira vez em que Darcy declara seu amor a Lizzy, eles estão dentro de casa. No filme, como era de se esperar, há não só a dramatização do diálogo (“showing” em vez de “telling”) e o deslocamento espacial, na medida em que a cena acontece ao ar livre, mas também a utilização de um contexto de trovões e chuva forte, além de uma música que adensa a carga (melo)dramática da situação, o que acaba culminando num imenso clichê romântico.A segunda cena, quando os mal-entendidos entre eles já foram esclarecidos, e Darcy novamente renova seu sentimento por Lizzy, também chama a atenção em termos de construção visual. Aqui, como no romance, o encontro se dá ao ar livre. No entanto, diferentemente do romance, o encontro entre eles se dá de madrugada, algo impensável para aquele contexto pré-vitoriano, principalmente quando consideramos os personagens envolvidos (protagonistas, e, portanto, guiados por certas regras de conduta e racionalidade). É claro que, mais uma vez, a utilização desse espaço acentua a carga dramática (tornando-a romântica) da situação e cria um deslocamento em relação ao contexto de Austen.

A fotografia nesta cena – marcadamente escura, nebulosa, uma escuridão inclusive acentuada pelas vestimentas escuras de ambos – acaba por remeter a um contexto posterior, vitoriano, sendo bem mais adequada aos arroubos e romantismo das irmãs Brontës, por exemplo, que a contenção de Austen. Esses recortes servem para mostrar a escolha ideológica por trás da adaptação. Se, como diz Dudley Andrew, “adaptação é apropriação de significado de um texto anterior” (e um texto pode ter significados variados, ficando a critério do cineasta e roteirista dar maior visibilidade a um ou a outro), fica evidente que a escolha empreendida, neste caso, tentou conciliar a crítica social de Austen à história pessoal de Lizzy e Darcy; porém, ao romantizar (principalmente em termos visuais) a narrativa privada, o filme perdeu a chance de, por exemplo, aprofundar as relações inseparáveis entre o público e o privado em Austen. No entanto, talvez como certo consolo, o final do filme acaba por resgatar, mais uma vez, a tonalidade contida de Austen, através da ausência do beijo e da conclusão do filme sem a cena do(s) casamento(s). De modo que talvez a melhor definição para esta adaptação seja “Hollywood sem beijo”.
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* A prof. Dra. Genilda Azerêdo é professora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal da Paraíba, onde atua nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Letras. É mestre em Literatura Anglo Americana (Dissertação sobre Virginia Wolf) e Doutroa em Literaturas de Língua Inglesa (com tese sobre as relações entre literatura e cinema, especificamente as adaptações de Obras de Jane Auten).

** Este artigo foi gentilmente cedido pela amiga Genilda Azerêdo, tendo sido publicado inicialmente em revista acadêmica e no blog Correio das Artes. Originalmente, o artigo não possui as imagens acima, sendo de minha responsabilidade adição das mesmas.
*** Posteriormente publicarei mais sobre as pesquisas e trabalho de Genilda Azerêdo, aguardem!

Hoje é dia do Leitor!

Hoje é dia do leitor e aproveito para fazer uma homeangem à minha filha Isabella! Em 2007 houve um evento aqui na praça da liberdade de doação de livros! Claro que fomos lá participar: várias editoras dando livros de graça, inclusive alguns autores mineiros lançando livros! Agora todos os anos esse evento se repete no mês de setembro! Ótima iniciativa para divulgar os livros e lançar novos escritores!
Na ocasião, eu ganhei um livro chamado ‘Primeira vez’ e a Isabella logo correu, se sentou no meio-fio da praça e começou a folear o livro junto com os primos. O resultado? uma fotográfa do do Jornal Estado de Minas viu a cena e logo tirou a foto! E nem imaginei… somente no final do mês o jornal publica em meia página a fota acima com o título: Graça na Praça! Infelizmente a reportagem não está disponível on-line, somente para assinantes do jornal.
Isabella desde muito pequena se interessa por livros e leitura, começou a aprender a escrever antes da escola, copiando as embalagens de bonecas e as caixinhas de sapato. Muito fofa!
Hoje já possui uma prateleira separada para os seus livros e faço questão de comprar alguns adequados para sua idade!
Eu costumo brincar com a Isa dizendo (dependo do livro que estou lendo) que hoje à noite eu vou viajar para Paris, Índia, Inglaterra, etc… Ela fica curiosa como posso dormir e viajar! Digo que é nos livros que posso conhecer esse lugares aparentemente tão longes para uma criança de 6 anos!
Vamos todos celebrar o dia do leitor com um livro! Afinal, “ler dar asas à imaginação”!