Orgulho e Preconceito no Teatro

Orgulho e Preconceito está em cartaz no Theatre Royal em Bath, segundo o Jornal The Times.

Jane Bennet – Mrs. Bennet (Susan Hampshire) – Mr. Bingley (Alex Felton)

Consegui algumas imagens da peça no site: http://www.behindthearras.com/
Mary Bennet (Victoria Hamnett) – Elizabeth Bennet (Katie Lightfoot) – Mrs. Bennet (Susan Hampshire) – Jane Bennet (Violet Ryder)
Mary Bennet (Victoria Hamnett) e Mr. Bennet (Peter Ellis)
Mrs. Bennet e suas filhas
Só tenho que ficar suspirando já que Bath fica tão longe do Brazil e está congelante nessa época do ano, como a Rebecca do Jane Austen Centre me contou outro dia.

Mais notícias sobre o Globo de Ouro

Ontem eu publiquei aqi no blog sobre algumas indicações ao Globo de Ouro, citando o Colin Firth, a Janet McTeer e o Hugh Laurie. Por indicação da Luciana Campelo acabo de saber que outros atores que participaram de filmes e séries baseados nos livros de Austen também participaram de séries que foram indicadas para a premiação:
Melhor mini-série ou filme produzido para a TV – Little Dorrit, que tem o Matthew Macfadyen no papel de Arthur Clennam (que fez o Mr. Darcy no filme Orgulho e Preconceito de 2005)
Melhor atriz (Drama) – Carey Mulligan por sua participação no filme: An Education (ela fez a Kitty no filme Orgulho e Preconceito de 2005 e Isabella Thorpe em Northanger Abbey de 2007)
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Para saber mais:

Globo de Ouro 2010

Atores bastante conhecidos entre os fãs de Austen foram indicados ao Globo de Ouro 2010:
Colin Firth (Mr. Darcy 1995) por sua atuação em A Single Man:
Janet McTeer, por sua atuação como Mrs. Dashwood em Sense and Sensibility (2008):
Hugh Laurie (Mr. Palmer – Sense and Sensibility 1995) por sua atuação em House:

Qual personagem você é?

Quer saber qual personagem de Orgulho e Preconceit e Zumbis você é? Descobri esse teste no Jane Austen Today – é necessário ter uma conta no Facebook para fazer o teste.  Clique aqui para fazer o teste.
As perguntas são muito engraçadas e as respostas mais malucas ainda! 🙂
Fiz o teste sem uma única pretensão de escolher respostas verdadeiras, apenas por diversão:
Eu sou Mr. Darcy! 🙂

Como o teste não faz distinção entre masculino e feminino, então é possível que uma mulher, ao fazer o teste, descubra que é um personagem masculino.

Emma e os lobisomens

Por indicação da Elaine Valente, apresento à vocês mais uma maluquice que fizeram com os livros de Austen: Emma and the werewolves (Emma e os lobisomens).

O site menciona que o personagem Emma Woodhouse já foi retratado por diversas atrizes incluindo Alicia Silverstone, Gwyneth Paltrow, e Kate Beckinsale, e a última (esqueceram de falar da Romola Garai) seria a encarnação chamada Emma e os lobisomens! Quem já leu a saga de Stephanie Meier inteira me diga por favor, qual ser invencível aparece no terceiro livro. Porque parece que estão tentando segui-la: primeiro Mr. Darcy Vampiro, agora Emma e os lobisomens.

O livro estará disponível na versão kindle a partir do dia 8 de dezembro. E a versão impressa custará cerca de 9 dólares.

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Você conhece o Kindle? – post de janeiro de 2009
Um pouco mais sobre os e-readers.

O cotidiano de Emma

O COTIDIANO EM EMMA

Alan Daniel Freire de Lacerda*
É Jane Austen uma socióloga disfarçada de escritora? A indagação surge muito a propósito após a leitura de Emma, um dos romances que reputo geniais da inglesa. Costuma-se dizer que o personagem principal do mais conhecido romance de Aluísio de Azevedo é o próprio cortiço retratado na obra e motivo do título. Highbury, a interiorana vila onde se dá todo o enredo de Emma, não chega a tirar da heroína a condição de personagem principal, mas figura imponente no texto apesar de sua pequenez.
A sociologia no texto austeniano não está tanto em grandes temas como distribuição de renda e classes sociais. Está, sobretudo, na atribuição de voz à comunidade de Highbury e na dissecação de assuntos do dia-a-dia da comunidade. Como Adela Pinch judiciosamente nota em sua introdução à edição de Emma da Oxford World’s Classics, Austen inventa novas maneiras de representar as vozes e pensamentos dos personagens. Frequentemente ela usa o termo every body para denotar impressões e fofocas que estão circulando na vila, sem lhes dar um autor. Por exemplo, é um fato reconhecido por “todos” que a loja de Ford é a melhor da vila e o objeto de compras quase diárias por parte de todos os personagens. Bailes e opiniões são propostos também como objeto de consenso sem que tenham partido de um personagem em particular.
Usando magistralmente várias técnicas narrativas, entre elas o discurso livre indireto, Jane Austen consegue dar esse sentimento de autenticidade e de proximidade que tanto a faz popular entre leitores e críticos. O discurso livre indireto permite que o autor exiba falas e pensamentos dos personagens em terceira pessoa como se eles próprios estivessem falando e pensando diretamente ao leitor. No caso de Emma, a técnica é usada tanto para personagens específicos como para os rumores de Highbury.
Uma passagem famosa com essa técnica, e relacionada à dinâmica social de Highbury, está no capítulo 9 do volume 2. Emma observa a parte mais movimentada da vila enquanto espera Harriet que está a fazer compras na loja de Ford. Sem esperar muito a respeito do que irá ver, Emma imagina em sua mente o previsível cotidiano: o Sr. Perry andando apressadamente, o Sr. Cox entrando em seu escritório, os cavalos do Sr. Cole retornando do exercício ou um rapaz carteiro em cima de uma mula teimosa. Esses pensamentos são sucedidos pelo que de fato chega à visão da personagem principal: um açougueiro com sua bandeja, uma velha senhora bem vestida voltando para casa com a cesta cheia de produtos, dois cachorros brigando por um osso sujo, e crianças levadas olhando com gula os produtos do padeiro. Mesmo Highbury, com toda a sua hierarquia social e coesão interna, oferece pedaços do imprevisível em seu cotidiano comezinho. Emma consegue inclusive divertir-se com o que vê.
Muito se comenta sobre o quão restrita é a vida de Emma, uma garota obviamente vivaz e culta, além de rica, em uma vila aparentemente tão tacanha quanto Highbury. Sua desastrada carreira como casamenteira seria uma espécie de válvula de escape para ela. Minha própria opinião é que todos os seus esforços, por mais que sejam mal-orientados em alguns momentos, são evidência de mérito. Eles mostram que Emma consegue definir objetivos para sua vida e encarar a própria vila com divertimento apesar de tudo. Esses esforços, combinados ao aprendizado de Emma sobre seus próprios limites, justificam o destino final conferido por Austen a sua heroína.
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* Alan Lacerda é potiguar, doutor em ciência política e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e co-fundador do Jasbra. Seu interesse por literatura em língua inglesa aumentou nos últimos quatro anos, especialmente em função do contato com os seis romances de Jane Austen. Seus passatempos literários incluem também ficção científica e Henry James. O cinema é outra forma de arte que o atrai profundamente desde a década passada e as adaptações de Austen tanto para a tela grande quanto para a TV têm sido objeto de sua atenção e fonte perene de divertimento.

O que Jane Austen faria?

Parece título de livro, mas não… é um texto que a Mariana Fonseca (membro do JASBRA) traduziu de um artigo do Wall Street Journal.

O Que Jane Faria?

Como uma solteirona do século XIX serve como guia moral no mundo de hoje
por James Collins
(publicado no site do Wall Street Journal em 14 de novembro de 2009)
Jane Austen é muito divertida. Suas personagens são vívidas. O equilíbrio de suas sentenças é perfeito. Seus enredos são bastante bons – pelo menos, eles mantêm você lendo. No entanto, escrever romances brilhantes não era o objetivo principal de Jane Austen: O que era mais importante para ela era fornecer instrução moral.
Em sua essência, os livros de Austen são trabalhos morais. “Abadia de Northanger” é na verdade sobre a educação moral de Catherine Morland: Ela aprende que o mundo não funciona de acordo com os princípios de um romance gótico. Como o título indica, “Razão e Sensibilidade” é um conto moral: É a história do autocontrole de Elinor e do comodismo de Marianne. O evento central tanto em “Orgulho e Preconceito” quanto em “Emma” é a descoberta de cada heroína sobre sua própria fraqueza moral. “Mansfield Park” trata de todo tipo de questão moral, da decência no envolvimento com o teatro amador até as conseqüências do abandono do marido por um outro homem. A premissa de “Persuasão” é a de que Anne Elliot um dia sacrificou sua felicidade por cumprir o seu dever e obedecer a orientação de sua guia moral, Lady Russell. Assuntos relativos à moral não são apenas refletidos nos maiores temas dos livros, entretanto: Eles são universais. Até mesmo o menor ato ou o mais breve diálogo ou a mera descrição da maneira de vestir de uma personagem é carregado de conteúdo moral.
Os leitores de hoje tendem a apreciar Austen apesar de seu didatismo e, não, por causa dele. Ela pode ser positivamente pedante e isso é um obstáculo. O leitor contemporâneo que ama Jane Austen quase pula as partes moralistas e diz a si mesmo que elas não contam realmente. É possível ignorar esse aspecto de seu trabalho, assim como é possível discutir uma pintura religiosa sem qualquer referência à intenção religiosa do artista. Mas isso parece absurdo: Ignorar a preocupação central de uma escritora é uma estranha forma de tentar apreciá-la e entendê-la.
A questão é, então, como conciliar o moralismo de Austen com a sensibilidade moderna. Para discursar sobre esse problema, seria conveniente se pudéssemos encontrar alguém com essa sensibilidade moderna que realmente lê Austen por sua instrução moral (em adição ao prazer literário que ela proporciona). Que conveniente termos à nossa disposição alguém que se encaixa nessa descrição: eu.
Eu acho que ler Jane Austen me ajuda a elucidar escolhas éticas, a descobrir um meio de viver com integridade no mundo corrupto e até a adotar o tom e a maneira adequados ao lidar com os outros. Seu moralismo e a mentalidade moderna não estão, de fato, em oposição direta, como é tão freqüentemente suposto.
Dizer que alguém valoriza a instrução moral de Austen pode provocar ceticismo porque, afinal, ela era uma solteirona vivendo na Inglaterra provinciana há 200 anos. Mas nossos mundos não são tão diferentes. Nós vemos as personagens de Austen – vaidosas, egoístas, ingênuas, compassivas – em nossas vidas todos os dias. O tempo e a localização dela são, na verdade, uma vantagem. Em seu mundo circunscrito, os problemas da vida podem ser examinados com uma precisão mais aguçada.
Austen viveu na divisão das eras augustana do século XVIII e romântica do século XIX. No nosso tempo, quase toda canção, propaganda ou filme é baseado em princípios românticos. Não importa o quanto apreciemos as “felicidades da vida doméstica”, como Austen coloca em “Persuasão”, ainda sentimos o enorme impulso romântico para fazer alguma coisa mais heróica ou intensa. Ao invés de estarmos aproveitando um bom jantar enquanto conversamos com amigos, nós deveríamos estar lá fora forjando a consciência de nossa raça na oficina de nossa alma, ou algo assim. Eu realmente não quero forjar a consciência da minha raça, mas, ao mesmo tempo, não quero perder tudo o que o Romantismo oferece. É aí que entra Austen, pois ela é uma augustana familiarizada com o Romantismo, o que a torna mais útil do que um escritor moderno para nos ajudar a encarar o desafio romântico. Só ela pode, com credibilidade, mostrar a nós que é possível ter moderação e sentimentos profundos, bons jantares e boa poesia.
Quais são, então, os valores que Austen nos ensinaria? Palavras e frases carregadas de valor aparecem a todo momento em sua obra, freqüentemente aos montes: auto-conhecimento, generosidade, humildade, elegância, decência, constância, contentamento, bom entendimento, opinião correta, conhecimento de mundo, coração cálido, estabilidade, observação, moderação, candura, sensibilidade ao que é cordial e amável.
A instrução moral de Austen aponta para uma vida mais moral – em que “moral” se refere não apenas a princípios corretos, mas à conduta em geral. O sistema de valores de Austen pode ser tido como uma esfera com camadas. O centro poderia ser chamado de “moralidade”, a camada seguinte seria a “emoção” e, finalmente, a superfície, “conduta”. Moralidade consiste nos princípios fundamentais: auto-conhecimento, generosidade, humildade, compaixão, integridade.
A ênfase que Austen dá à ordem e ao decoro pode parecer seca e rígida. Mas qualquer um que leia “Mansfield Park” sentirá o mesmo alívio de Fanny diante da mudança da estrondosa desordem da casa de sua família em Portsmouth para a ordem da mansão. Da mesma forma, a consideração de Austen pelo autocontrole, especialmente expressa em “Razão e Sensibilidade”, pode parecer dura, mas é preciso lembrar como a autora claramente vê o sentimentalismo de Marianne com grande compaixão. Austen não está defendendo a supressão dos sentimentos – apesar de seu irrepreensível comportamento, Elinor é submetida a grandes sofrimentos e sente cada um deles profundamente. O que Austen está dizendo, como um psicólogo moderno pode recomendar, é que se deve evitar a desintegração da própria personalidade. Emoções são construídas sobre a fundação de nossa moralidade: um coração adorável, sensibilidade a tudo o que é amável. A conduta, por outro lado, tem a ver com comportamento, com o modo como trabalhamos no mundo: boa educação, maneiras suaves. Certamente ainda é necessário ter modelos de bom senso e conduta honrada expostos a nós.
Como a moralidade, a emoção e a conduta podem ajudar alguém a viver no mundo? Como deveriam ser as relações entre as pessoas e o mundo? Deve-se rejeitar o mundo inteiramente como corrupto e mercenário e hipócrita e superficial? Ou há um outro caminho, em que se podem manter a integridade e a sensibilidade, mas viver no mundo também? W. H. Auden colocou bem o problema quando escreveu:
“Será que a vida só oferece duas alternativas: ‘Você pode ser feliz, saudável, atraente, sociável, um bom amante e um bom pai, mas com a condição de que não seja curioso demais sobre a vida. Por outro lado, você pode ser sensível, consciente do que está acontecendo ao seu redor, mas, nesse caso, você não deve esperar ser feliz, ou bem sucedido no amor ou em casa com qualquer companhia. Existem dois mundos e você não pode pertencer a ambos.’”
De fato, Austen está perguntando se a vida oferece apenas as duas alternativas de “Razão e Sensibilidade” e podemos simpatizar com seu grito de desespero, pois quando o dilema é colocado da maneira como ele o faz, as duas parecem inconciliáveis.
Austen vem a nosso resgate, entretanto, visto que ela consegue se ajustar entre “Razão e Sensibilidade”, rejeitando os excessos de ambas. Sua postura agrada porque a combinação de moralidade, emoção e conduta proporciona um modo de vida que permite estar no mundo e desfrutar dos benefícios da sensibilidade também. Austen não escreve sobre boêmios e rebeldes; ela não quer mudar seu mundo – “ela não mudaria um fio de cabelo na cabeça de ninguém ou moveria um tijolo” como Virginia Woolf escreveu. Suas simpáticas personagens participam plenamente de sua sociedade e aceitam as convenções dela, e ainda têm corações e mentes perfeitamente bons. Bom senso não precisa estar em guerra com a sensibilidade.
Ironia não é apenas o modo de expressão característico de Austen: É seu modo característico de pensamento. A ironia de Austen reflete um perfeito entendimento de todos os meios pelos quais o mundo é ordinário e a crença de que, apesar de não podermos lutar contra isso, podemos, pelo menos, separamo-nos disso. Em suas sentenças irônicas, há movimento com estabilidade. Ela se move em direção ao objeto de suas críticas, e então se afasta dele, e aí proporciona um bom retrato no final. Essa movimentação rítmica serve como um ideal tanto para a aceitação quanto para a rejeição dos meios do mundo ordinário enquanto se mantém o equilíbrio.
A ironia das personagens de Austen também fornece àqueles de nós que acreditam no decoro uma forma de lidar com os hipócritas. Elinor Dashwood de “Razão e Sensibilidade” é raramente irônica, mas ela nos serve como um bom exemplo. Lembre da conversa quando o odioso John Dashwood, que havia traído a promessa feita no leito de morte patriarcal de ajudar suas meias-irmãs, sugere a Elinor que a Sra. Jennings lhes deixará uma herança. Elinor responde, “De fato, irmão, sua preocupação pelo nosso bem-estar e prosperidade o levam muito longe”. Faltam a John Dashwood generosidade e integridade. Elinor o insulta, mas ela o faz da maneira mais cortês possível.
Se alguém quiser argumentar que a moralidade de Austen é útil para uma pessoa que vive nos dias de hoje, precisará lidar com três casos difíceis. Primeiro, há a objeção de Fanny ao teatro amador em “Mansfield Park”. Então, em “Razão e Sensibilidade” há a recusa de Elinor a lutar pelo homem que ela ama, Edward Ferrars, quando ela sabe que ele está oficialmente comprometido com Lucy Steele, uma mulher que “unia a insinceridade à ignorância”. Finalmente, há o reconhecimento de Anne Eliot em “Persuasão” de que ela fez a coisa certa seguindo os ditames de Lady Russel para recusar o Capitão Wentworth, mesmo que isso tenha levado a anos de penúria sem amor para ambos. Nos três casos, Austen defende uma moralidade que parece quase absurda em sua rigidez. Qual é o grande problema com o teatro? Sustentar o princípio de honra vale a pena quando ele resulta em relacionamentos ruins e arrependimento? E que tipo de sistema de valores coloca a obediência antes do amor?
Tavez a rigidez de Austen seja muito antiquada, mas qualquer um pode encontrar mérito nos conceitos de honra, dever e obediência. Essas cordas ficaram tão frouxas que não há nada errado em apertá-las com uma leitura indulgente desse aspecto de Austen; elas afrouxarão novamente logo.
Para encerrar rapidamente os casos de Elinor e Anne, direi apenas que suas ações devem ser vistas no contexto de suas próprias crenças sinceras. A lição é de que às vezes é certo sacrificar alguma coisa que queremos pelo bem de nossa consciência.
Com Fanny Price quase parece que Austen decidiu criar uma personagem que não tem nem boas maneiras nem personalidade, mas é simplesmente moralidade crua. Ela é famosa por desagradar os leitores, mas suas ações e atitudes podem ser justificadas. Apesar de toda sua timidez, ela tem coragem de verdade. Ela se opõe aos outros quando eles querem que ela participe da peça e ela até resiste ao terrível ataque de fúria de Sir Thomas quando ela recusa a proposta de casamento de Crawford. É raramente reconhecido que Fanny está correta. O perigo da encenação é que ela deixa jovens homens e mulheres juntos em um ambiente com grande carga sexual e, de fato, eles realmente acabam levados ao resultado que Fanny temia: Henry Crawford e Maria Rushworth escapam juntos. Então Fanny não está simplesmente aderindo a uma regra arbitrária e tola sobre a decência ou não do teatro amador, ela está tentando evitar uma condição que realmente termina causando dor de verdade.
Os princípios de Jane Austen são de valor transcendente, eles não são “pedantes” e seus romances ilustram e defendem um modo de viver no mundo que é ético, sensível e prático. O melhor representante para o mérito da aproximação de Austen da vida é, entretanto, a própria Austen. O reflexo da primeira sentença de “Orgulho e Preconceito” pode ser vislumbrado sob ela. “É uma verdade universalmente reconhecida que uma mulher solteira com pouco dinheiro deve estar à procura de um marido.” Não há nada irônico nisso: No tempo de Austen essa realmente era uma verdade universal. A condição de Austen como uma mulher solteira sem dinheiro e já não tão jovem era, como ela coloca na descrição da Srta. Bates em “Emma”, estar “na pior situação do mundo para ter a simpatia das pessoas”. Como essa frase indica, entretanto, Austen era capaz de olhar para a própria situação friamente, claramente e sem auto-comiseração. Os romances carregam a estabilidade, o equilíbrio, a indulgência e o humor de sua criadora. Ao lê-los, a pessoa é envolvida na personalidade dela, a personalidade que podemos desejar adotar para nós mesmos, pois parece esclarecer muitos dos costumes, problemas e outras coisas da vida

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James Collins é escritor e editor, cujo primeiro romance, “Beginner’s Greek”, foi lançado esse ano. Esse texto foi adaptado de “A Truth Universally Acknowledged”, uma antologia de ensaios sobre o porquê de lermos Jane Austen, publicada no início dessa semana pela Random House.

Bonecas de Porcelana

Pessoal, finalmente consegui comprar a primeira boneca da coleção da Planeta Deagostini: Madame Bovary (7,99 reais – preço de lançamento). Eu comprei para ver a qualidade da boneca e poder avaliar se vou encomendar com o jornaleiro as edições com as personagens de Austen. Para maiores detalhes sobre as personagens, leia o post que fiz no dia 01/11/2009. O encarte vem com a boneca e uma revista explicando a origem das bonecas de porcelana, como são feitas, algumas descrições sobre as roupas, e mais algumas páginas sobre personagem da capa. Atenção porque a coleção sai nas bancas de 15 em 15 dias. A primeira custa 7,99, a segunda sai por 14,99 e a partir dai as outras custam 24,99. Mas como são publicações quinzenais dá para colecionar.
A Madame Bovary é uma linda boneca! Muito bonitinha, e os detalhes de sua roupa, cabelos, chapéu, bolsinha, tudo é bem delicado. Tirei a foto abaixo para vocês comprovarem! Vale à pena! Porém, por questão de falta de espaço, vou tentar comprar apenas as heroínas de Austen.

Frase de efeito

Uma citação de Mansfield Park:

“I cannot think well of a man who sports with any woman’s feelings; and there may often be a great deal more suffered than a stander-by can judge of. “

Henry Crawford e Fanny Price

Seria apenas o personagem pensando ou Austen usando o personagem para mandar uma mensagem direta?

Bonecas de Porcelanda – de volta às bancas

A Planeta Deagostini traz de volta a coleção Damas de Época em 40 fascículos. A coleção já esteve à venda e foi relançada no ano passado. Da primeira vez que lançaram eu não soube do lançamento, sequer vi uma propaganda na tv. No ano passado fizeram o re-lançamento, porém a coleção não chegou a ser vendida aqui em Belo Horizonte. Dessa vez, elas estão de volta e aparentemente em todo território nacional. Eu vi uma propaganda na Record na segunda-feira passada e na quarta-feira estive na banca de revista que compro há mais de 15 anos e o Sr. Antônio me disse que elas já estão sendo vendidas. Inclusive já está no segundo fascículo. O preço inicial é 7,90 (Madame Bovary), certamente os fascículos seguintes terão um valor maior (como é o costume nessas coleções da Planeta Deagostini). Das 40 bonecas baseadas em personagens da literatura universal, 5 são personagens de Austen. Infelizmente as únicas que ficaram de fora foram: Marianne Dashwood e Catherine Morland. Pena!
Se alguém já possuir essa coleção, por favor, nos avise! Gostaríamos de saber sua opinião sober a qualidade do produto!