Domingos – Guia do Romance parte 2

Domingo é dia da Coluna Guia do Romance! 

A ideia surgiu quando li uma série de livros e posts sobre dicas de Jane Austen sobre romance. Então resolvi traduzir os posts publicados da Sparknotes, chamada Jane Austen Dating School.

Guia do Romance 2 – Instruções para lidar com a rejeição*
By: enthusiasm&austen

Se eu tivesse que resumir a última semana em apenas uma palavra, eu diria: faculdade-fitzwilliam-amigos-gargalhadas-planeta-da-esquisitice-sem-celular-saudades-do-fitzwilliam-convidada-para-um-baile-de-formatura-matando-filhotinhos-mr-collins-embaraço-ligações-de-telefone-garotos-garotos-garotos.

Entenderam? Bem, espero que não, porque de outra forma o resto deste post vai ser muito redundante e chato.

Primeiramente – visitando La Universidad de Fitzwilliam. Com minhas calças que elevam muito auto-estima, para corajosamente para o que seria a minha primeira visita à faculdade… e foi bastante divertido! Gostei muito da escola! Fitz agiu com bastante naturalidade (bem, a maior parte do tempo)! Houve alguns momentos que ele partiu em uma jornada individual para o Planeta da Esquisitice, onde ele se tornou muito distante e estranho, que eu não consegui saber o que ele estava pensando: não sabia se ele estava prestes a explodir ou se não estava pensando em nada importante. Mas, na maior parte do tempo, ele esteve ‘normal’ ao meu lado, aqui mesmo no Planeta Terra! Encontrei muitos de seus amigos, foi tudo muito divertido e descontraído.

A única desvantagem é que de alguma forma ele conseguiu deixar o telefone no carro de seus pais, e não recuperá-lo até sexta-feira. Isso significa, é claro, que eu passei uma semana inteira em uma espécie de dieta Fitzbilly. E foi também uma semana especial porque eu fui convidada para um baile de formatura. Não foi um convite de Fitzwilliam, mas de um dos meus amigos… que chato isso! Já suspeitava disso há algumas semanas, pois já havia percebido que um dos meus colegas de classe tinha uma quedinha por mim. Por um motivo insondável… eu não estava preocupada pois imaginava que o rapaz não iria tomar a iniciativa – pensei comigo mesma. Eu não tinha planejado ter um namorado para me acompanhar a um baile por diversos motivos – ir com os amigos parece ser mais divertido, sou péssima em dançar agarradinho, além do Fitz, é claro. Mas ficou evidente que eu não deixei isso muito claro.
Na quinta passada, meu amigo me disse que gostaria de mostrar algo. Fiquei muito envergonhada, porém o segui. Ele me levou até um cômodo onde havia um piano… e ele tocou “Cho Chang/Ginny”. Por um milésimo de segundo, eu pensei que talvez, apenas talvez, fosse só aquilo que ele desejava me mostrar. Mas… ele terminou a música e acabou me convidando para o baile.  E assim, se repete a velha e gloriosa tradição: meninos errados que gostam de meninas certas. Isso é algo que se repete desde os tempos mais remotos, para não dizer pré-históricos, talvez até na época dos dinossauros, quando eles faziam bailes! 🙂
De fato, essa tradição continua até mesmo nos bailes dos romances de Austen. Desde o chatíssimo Mr. Collins (Orgulho e Preconceito) até o paquerador Herny Crawford (Mansfield Park), mais de uma heroina teve que lidar com um pretendente desagradável. Em comparação aos desastrosos de Austen, eu até que tive sorte, pois meu amigo até que é um bom partido, e eu só tive que recusar seu pedido, não um pedido de casamento! Mas isso não quer dizer que não aprendi com eles! Bem, vejamos o pedido de casamento desastroso de Mr. Collins a Lizzie Bennet – veja o vídeo abaixo:

Basicamente o cara é um desengonçado e causa arrepedios em qualquer um. Mas lembre-se, Lizzie é a heroina! Ela permanece firme e forte, até mesmo quando sua própria tenta força-la a se casar com Mr. Collins. Ela não chega a ser rude com ele (se bem que se ela fosse, quem poderia culpá-la?), mas Lizzie era determinada!

Então, caros amigos, eu também recusei o convite do meu amigo. Me senti como se tivesse assassinado um filhotinho de cachorro com uma pá. Até que ele aguentou firme. Mas as coisas pioraram, eu, ele e mais um outro colega tínhamos planos para o sábado… me senti bastante desconfortável. Mas, o final de semana passou, tudo terminou bem e pude respirar aliviada. O meu amigo parece se recuperar muito bem, enquanto eu ouço aquela música que ele tocou umas 7 ou 8 vezes por dia. Eu acabo sempre tentando me convencer que fiz exatamente o que Lizzie teria feito, o que me faz sentir um pouco melhor. Para concluir, ontem, finalmente eu e Fitzwilliam nos falamos ao telefone. E advinhem só! Ele parece ter recuperado a alegria, o que me fez sentir nas nuvens.

* Adaptação e tradução: Adriana Zardini

E vocês, prezados leitores, o que acharam destes conselhos?

Conheça aqui os outros posts desta coluna.

Sedutor mesmo 200 anos depois

Graças à boa vontade da leitora Priscila Caetano, que digitalizou o Jornal o Globo de 09 de março, hoje posso publicar a matéria completa. Vejam abaixo o artigo!

Divagações sobre Mr. Darcy

Prezados Leitores, apenas para retificar: o post abaixo  é de autoria de Luciana Darce (JASBRA-PE)! 

Mr. Darcy, a princípio, fora quase com relutância que lhe admitira uma certa beleza; no baile olhara para ela sem admiração, e na vez seguinte olhou-a apenas para criticar, Porém, mal ele se certificara a si e aos amigos da quase inexistência de um traço bonito naquele rosto, quando começou a achá-la invulgarmente inteligente pela bonita expressão de seus olhos negros. Embora seu olho crítico tivesse detectado mais de uma falha de simetria na forma de seu corpo, era forçado a reconhecer-lhe uma figura pura e agradável; e, apesar de considerar seus modos muito aquém dos do mundo elegante, cativaram-no por sua graciosidade simples.

Ao contrário de muitos fãs fanáticos de Austen, Orgulho e Preconceito não é meu romance favorito da autora (eu continuo adorando-o, mas não é meu favorito). Como já discutimos amplamente em algum lugar lá pelo Coruja, meu coração pertence ao Capitão Wentworth… Eu tenho uma certa birra com Darcy por conta daquela primeira declaração. A verdade é que naquele momento, ele não é muito diferente de Mr. Collins – tanto Darcy quanto Collins se aproximam de Elizabeth com a certeza absoluta de que seu pedido será aceito. Afinal, que outras perspectivas ela tem? Não apenas eles tomam o pedido formal como apenas uma norma de etiqueta a ser cumprida como ambos não questionam se Lizzie gosta ou não deles. Sério, prestem atenção na cena em Rosings. Darcy fala…

“Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente”


Ele não se pergunta se Lizzie pode amá-lo. Em vez disso, impõe os seus sentimentos e não duvido que ele não se importaria, nesse momento, se ela tivesse aceitado se casar com ele simplesmente porque ele é um bom partido. Talvez por isso o reencontro dos dois em Pemberley tenha tanto impacto, porque daquela feita é óbvio o quanto ele deseja o afeto e aprovação dela. Ele não tem, a princípio, esperança de que ela de repente decida que está loucamente apaixonada por ele (e creio que mesmo o orgulho e o medo aja aqui um pouco para segurá-lo diante da possibilidade de uma nova rejeição), mas isso não o impede de procurar a boa opinião dela.


E esse é o grande ponto do Darcy, essa mudança pela qual ele passa, não necessariamente para conquistar a garota (mas também por isso), mas porque ele é capaz de enxergar e admitir seus erros e é absurdamente difícil fazer isso. É difícil assumir que você errou, que você não agiu da melhor maneira possível. E ele não apenas assume isso como busca por todos os meios possíveis, se não consertar, ao menos tentar fazê-lo. Mais até do que o que ele faz pela Lizzie, surpreende-me a coragem que ele teve de assumir para Bingley o papel dele na separação do amigo e de Jane Bennet. Aqui ele corre um risco muito grande, de perder a amizade de Bingley (uma coisa real, em contraste com a possibilidade abstrata de algum afeto da parte de Elizabeth) e mesmo assim ele assume sua culpa. Particularmente, eu acho isso fantástico. Aliás, esse é o fator principal para que eu goste tanto do Wentworth – a capacidade de admitir que estava errado e saber pedir desculpas. A diferença entre os dois é que o capitão foi profundamente magoado no passado pela Anne, enquanto Darcy começa achando que é o rei da cocada preta (o que ele é, mas não precisa ser um cretino sobre isso). Enfim… mesmo quando é um cretino, Mr. Darcy é ainda incrivelmente passional e talvez por isso a gente acabe… ‘ignorando’ certas atitudes dele. E, claro, uma vez que você pense como vai ser a relação dele com a Lizzie após o final do livro – quando você imagina o cuidado, o carinho e também a paixão que ele dedica à mulher, é difícil dizer que estando no lugar dela, teríamos também dito não àquele primeiro pedido. Eu acredito que eu diria não, mas quando você está lendo pela segunda, terceira, décima vez o romance e sabe exatamente o que o homem será capaz de fazer por ela mais tarde, talvez não seja possível dissociar as imagens de Darcy pré e pós Rosings. E vocês? Quais são suas divagações sobre Mr. Darcy?

Conversando sobre Jane Austen com… o elenco de Austentatious: Um Romance Improvisado

Sem dúvida um dos shows dos circuitos de comédias improvisadas, Austentatious: Um Romance Improvisado, é uma peça de comédia improvisada de uma hora de duração que gira no estilo inimitável de Jane Austen e inteiramente baseada em sugestões do público. Nunca Jane Austen tinha sido tão divertida! Incluindo um excelente elenco: Cariad Lloyd (Indicado ao Fosters Award de Melhor Relevação 2011), Parris Rachel (Finalista do Hackney Empire 2011), Amy Cooke-Hodgson (Olivier Award por La Boheme), Joseph Mopurgo (Oxford Imps), Dickson Graham (UCB) e Andy Murray (Private Eye) apresentam uma eloquente, irreverente e 100% improvisada peça sobre os trabalhos da nossa amada autora. Interpretados em trajes da época com acompanhamento ao vivo, Austentatiousé um deleite envolvente e divertido para os fãs de Austen além de uma comédia improvisada. Austentatious é encenada regularmente no Wheatsheaf, Rathbone Place (Londres) e recentemente encenada no Edinburgh Festival Fringe 2012. Entrei em contato com Cariad Lloyd, que gentilmente aceitou coordenar uma entrevista com o resto do elenco por email. Este é o resultado da nossa conversa. É hora de conhecer a brilhante Austenacious e desfrutar do nosso bate-papo sobre Jane Austen e seu próprio trabalho.
Olá a todos! Que bom que vocês aceitaram serem meus convidados, Austenacious. Minha primeira pergunta é por que Jane Austen e não Dickens ou Shakespeare?
Nós todos gostamos muito da Jane Austen e alguns de nós estudaram sobre ela na universidade. Não foi porque não gostamos de Dickens ou Shakespeare, mas foi um amor compartilhado por Jane Austen que a fez ser a autora escolhida, eu acho.
A jovem Jane Austen adorava entreter sua família e fazê-las rir. Vocês acham que ela poderia ter gostado do jeito que vocês entretêm seu público através do seu trabalho?
Esperamos que sim! São muitas adaptações amorosas, muitas vezes zombamos dos clichês da Jane Austen, dos senhores arrojados e terminamos em casamento, mas a peça é definitivamente feira a partir de um lugar de admiração, por isso acreditamos que ela teria adorado!
Quem teve a ideia para uma série tão peculiar? Quando e como? Como vocês seis acabaram no elenco de Austentatious?
Amy e Rachel vieram com a ideia há quase 02 anos atrás e o restante nós viemos juntos. Nós todos tínhamos feitos muitas improvisações antes e Amy, Rachel, Joe e Andy estavam todos juntos num grupo na universidade. Nós queríamos atuar num formato de improvisação divertido e éramos fãs da Jane Austen e “period dramas” em geral e eu acho que todos nós gostamos da ideia de viver nesse mundo por um tempo.
Em suas peças vocês tentam persuadir Elizabeth Bennet que Mr Darcy é um idiota (risos). Vocês escolheram satirizar o trabalho de Jane Austen porque vocês não poderiam suportar isso ou porque vocês não gostaram?
Cariad: O público sugere os títulos, escrevendo em tiras de papel que se parece com os livros da Penguin Classic, de modo que foi um título sugerido pelo público! Nós temos todos os tipos de títulos diferentes desde “Parque Cheio de Homem”, “Gerenciamento da Ira do Norte” até “Darcy Agachado, Bennet Escondida”. Assim, basta tirarmos um titulo de dentro da cesta. Somos todos, definitivamente, fãs do trabalho da Jane Austen e eu não acho que você poderia criar um show como este se você não amasse de coração seu trabalho e o mundo que ela criou.
Ela era uma mestra da ironia e sagacidade, mas viveu em uma época diferente e distante como o Período Regencial. Quanto da nossa forma de rir e se divertir mudaram? Nós ainda sorrimos da ironia sútil dela?
Andy: Eu acho que a maneira de rir é realmente muito similar – rimos das falhas de outras pessoas e quando Jane escreve são nítidas, linhas muitas engraçadas, elas ainda tem o poder de nos fazer estremecer e rir ao mesmo tempo. Sempre que leio as obras, eu me pego rindo alto. Ninguém nunca se cansa de rir de bobagens e todos esses tipos de personagens: a Sra Bennets, a Tia Norrises – ainda estão com a gente hoje.
Quais dos seis grandes romances vocês incluíram no show?
Nós não incluímos automaticamente materiais de qualquer uma das novelas. Nós preferimos apresentar trabalhos novos, com todos os personagens – mas o que podemos fazer se o público pede! Por exemplo, se recebemos uma sugestão para um trabalho chamado “Cinquenta Tons do Mr Darcy”, então nossa peça acontecerá no universo de Orgulho e Preconceito, mas não será o mesmo romance que todos conhecemos.
Quais foram as coisas mais bizarras ou estranhas que o público já sugeriu para o Mr Darcy ou Elizabeth?
Andy: Bem, acho que o título “Darcy e Bingley: Um Amor Proibido” chega bem perto…
Eles muitas vezes sugerem Jane Austen mash-up com shows de monstros, zumbis e vampiros?
Andy: Nós não tivemos muitas sugestões como essas! Tivemos “@Jane Austen: #Zombis” que foi muito divertido, mas não temos sugestões que nos permitem ir além do mundo normal de Jane Austen. Algumas vezes, nos afastamos em histórias de crimes, de horror gótico, mas mesmo assim tentamos reagir da maneira que os personagens de Jane Austen poderiam ter feito se confrontados com estas situações. Eu gostaria de uma sugestão que nos permitissem ir para o espaço…
Alguém totalmente inexperiente em Jane Austen pode desfrutar da sua comédia?
Joseph: Absolutamente. Os livros da Jane Austen são todos sobre personagens distintivos, raciocínio rápido e alta tensão – se você gosta desse tipo de coisa, você é tão experiente quanto precisa ser. Naturalmente, as pessoas que são plenamente informadas sobre Jane Austen e seus contemporâneos serão capazes de entender as piadas, referencias e peculiaridades específicas da Jane Austen, mas realmente é tudo sobre a estória que estamos criando naquela noite.
Qual é o aspecto mais divertido de ter que improvisar e qual é o mais difícil?
Andy: O mais difícil é estar no palco com pessoas cuja companhia você realmente gosta e ser capaz de ser se divertir com elas. Muitas vezes, elas são tão divertidas que você tem que se lembrar de que há um público lá, caso contrário, você começa a rir! Quanto ao mais difícil, é lembrar-se de todos os detalhes que as pessoas mencionam no começo do show – se você consegue segurá-lo e trazê-lo de volta mais tarde, é uma grande sensação para os artistas e o público, mas é definitivamente muito difícil de fazer.
Esta questão é para Joseph, Graham e Andy. Por que os homens são convencidos de que Jane Austen é para meninas?
Bem, considerando que dois dos meninos do elenco dedicaram meio ano estudante Jane Austen na universidade, nós discordamos. Ainda assim, eu acho que é justo dizer que eles são, em geral, livros femininocêntrico: eles são cheios de protagonistas femininas, eles são em grande parte sobre meninas, mesmo que eles não sejam exclusivamente para eles. Isso faz a diferença. Mais importante, porém, acho que a forma como os livros de Jane Austen foram comercializados nos últimos cem anos provavelmente desempenhou um papel maior na formação do que na percepção de qualquer palavra que Jane Austen escreveu. Eles têm muito a dizer, igualmente, aos homens e mulheres.
A próxima é para Cariad, Rachel e Amy: com quem entre os homens de Jane Austen, vocês fugiriam e para onde?
Darcy é, obviamente, um dos favoritos, mas todos nós temos um ponto fraco por Bingley e Knightley. Eles são todos tão adoráveis, infelizmente ninguém aprecia muito Mr. Collins.
Se você pudesse estar em “Lost in Austen” (como Jemina Rooper na série de TV), que cena da série você adoraria voltar a viver?
A cena final de “Sandition”. Porque, então, nós poderíamos fazer literalmente qualquer coisa que quisesse.
Eu sei que vocês se divertem fazendo todos os personagens cômicos, mas quais são os personagens de Jane Austen mais cômicos sem a intervenção de vocês?
Eles são/foram muitos realmente, é difícil escolher um. No último show tinha as primas Genevieve & Francesca Larch, que vivia com a superproteção do pai e que desejam serem cortejadas por Wally (Duque de Malborough) e Lorde Brackenbury, mas foram frustradas por servo mal Smithers e foram ajudadas pela velha governanta de Wally, Lady Thatch em um final feliz e um casamento duplo. E isso foi apenas um show!
Como foi sua experiência no Edinburgh Fringe? Deve ter sido especial?
Edinburgh foi incrível! Nós estávamos no Free Fringe e não sabíamos se alguém viria, mas eles estavam há uma hora numa fila para obter um lugar! E nós fomos comprimidos por 150 pessoas num dia e mantivemos uma distancia por prevenção. Nós todos estávamos sobrecarregados e muito gratos pelo nosso público adorável e como tudo aconteceu.
Qual foi o momento mais gratificante em uma experiência tão emocionante?
Eu acho que só fazemos shows que fazem as pessoas rirem e desfalecerem. Após a maioria dos shows, as pessoas vêm até nós e dizem o quanto gostaram e isso é realmente tudo que você pode pedir.
Quais são os próximos locais de Austentatious?
Estamos encenando em Leicester Square Theatre em 15 de setembro no espaço principal. E nós encenamos duas vezes por mês no Pub Wheatsheaf em Oxford Street. Confira no http://www.austentatiousimpro.com ou @austenimpro para mais detalhes. Por favor, tweet para nós, escreveremos de volta cada tweet. Nós ficamos felizes em ouvir todos vocês.
Obrigada por serem meus convidados e por responderem as minhas perguntas. Espero encontra-los e desfrutar de um dos seus shows na minha próxima viagem a Londres. Boa sorte a todos vocês com Austentatious, nas suas futuras carreiras e em suas vidas particulares. Vamos ficar de olho em vocês esperando vê-los ao vivo no palco ou na tela algum dia. Dedos cruzados!
Obrigado! Nós esperamos também!

Rua Darcy em Paris

Não… você não leu errado! Tem uma rua Darcy em Paris sim! A Luciana Darce e Carolina Lins (da JABRA-PE) foram lá conferir enquanto visitam a cidade Luz, em companhia da querida Claire SaimJane Austen Lost in France
 Pelo visto um parente do nosso querido Fitzwilliam Darcy foi uma pessoa muito famosa, tem até nome de rua em Paris! Brincadeira à parte, o Sr. Darcy em questão era irlandês (1725 – 1779) e foi um engenheiro e físico.
 Pausa para Luciana e Carolina verem as fotos tiradas. 

 Mais uma placa da rua Darcy! 
É uma pena que eu não conhecia a Claire quando estive em Paris em janeiro passado! Certamente eu teria visitado esta rua! 
C’est une honte je ne savais pas Claire quand j’étais à Paris en Janvier! Certes, j’aurais visité cette rue!

Howard Jacobson: Se você acha que não há sexo em Jane Austen, você está errado sobre o Amor, Sexo e Austen

Depois de tanto estardalhaço sobre uma versão erótica de Orgulho e Preconceito, Howard Jacobson (escritor inglês) fez uma crítica inteligente sobre o fato. O artigo foi publicado no jornal The Independent no dia 21 de Julho.  Abaixo, segue o texto traduzido.

Alguém pode pensar o que faz “Orgulho e Preconceito” ser mais sensual ao descrever Darcy como “quente, sensual e gostoso”?

É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma boa fortuna deve estar na falta de uma boquete” – Ah, os clássicos! Estou me referindo, claro, aos Clássicos Clandestinos! Uma nova edição, para aquelas que não querem abandonar completamente Jane Austen e as Brontës em favor dos ebooks “pornôs para mamães”, mas mesmo assim, gostariam que eles fossem conforme os costumes sexuais contemporâneos. Algo como, ao longo destas linhas, se eu posso continuar na minha própria versão…
“Eu devo ter uma palavrinha para com minha pequena Lizzy”, disse o Sr. Bennet para sua senhora, quando a notícia de que Netherfield Park tinha sido deixada para um libertino com cinco mil por ano e uma pica grande que alcançou primeiro a vizinha.”
“Eu desejo que você não faça tal coisa”, voltou Sra. Bennet. “Lizzy não é um pouco melhor que as outras. Tenho certeza que ela não tem a metade da competência da Jane quando se trata de desabotoar um cavalheiro e eu estou certa em acreditar que ela não devora.”
Quer ir pelos seus próprios caminhos? É surpreendentemente fácil! O pornô soft nunca foi qualquer outra coisa. Fácil de escrever, fácil para ler e fácil, você teria pensado, de ignorar. Mas, aparentemente, não é bem assim. As esposas e mães deste país, mesmo impecáveis, acabam por ser tão eroticamente estúpidas como os pais e maridos. Como assim? Indagam-me.
Não chegaremos ao real motivo pelos quais as mulheres não seriam, de outra forma chamadas de idiotas, se de repente ficassem ardentes sob seus aventais e terninhos executivos balançando as bolas, considerando que a literatura do ‘esfrega a si mesmo’ já está disponível há séculos. Nós nunca entenderemos porque as crianças que ficam na fila a noite inteira para comprar Harry Potter, com suas histórias mal escritas sobre meninos-mágicos, são legiões ou por que alguém iria escolher assistir Jeremy Clarkson quando caras mal-humorados que gostam de carros velozes crescem como árvores.
Uma onda rompe algumas vezes – na música, na moda, na televisão, nos livros e todo mundo é varrido. É como uma destruição em massa, presumivelmente. Há a onda e nós todos vamos afogar juntos. Poderia ser até darwinista: um freio biológico para assegurar que a espécie nunca cresça muito inteligente para sua própria sobrevivência.
Eu sou contra o pornô “água com açúcar” pela mesma razão que eu sou contra imitações insípidas do nada. Tenha a audácia dos seus desejos, eu digo. Se você deseja ler algo que atrase sua vida – ou mais – então leia aqueles escritores que vão levá-lo adiante na vida. História de O de Pauline Réage é um bom começo e em seguida, Venus in Furs de Sacher-Masoch, seguido de qualquer coisa de Bataille ou de Sade. Os dois últimos vão virar seu estômago e pode deixá-lo fora do sexo, não importa se é pelo sado-masoquismo ou pela vida – o que poderia ser melhor para você e sua família – mas os quatro obrigarão você a olhar para as mandíbulas do inferno.
A morte é quando o impulso sexual cresce pelas extremidades frenéticas e se você não está dentro para se arriscar então você não está nisto de forma alguma. Meu conselho é o mesmo que daria para quem quisesse viver perigosamente: divirta-se, mas saiba que você está num jogo. E se você estiver jogando apenas pelo jogo, então você está desperdiçando sua vida e não vivendo.
No final, eu não posso dizer que me importo como uma mulher entediada com a pouca alfabetização, pouca coragem e nenhum senso de ridículo ao desperdiçar suas horas. Mas eu me importo com qualquer um que possa ler tão mal, a ponto de pensar que ‘Orgulho e Preconceito’ não é nem um pouco sensual para descrever Darcy como “quente, sensual e gostoso”. O sexo não é nada, apenas o acúmulo de estupidez e razão? Não valorizamos o sexo modesto e sem nenhuma linguagem, que precisa do estímulo de um anúncio de desodorante antes de perceber a atração?
Entre as razões para a popularidade extraordinária de Jane Austen com as leitoras de todos os tipos há o calor que envolvem os seus amantes, as frustrações insuportáveis que eles sofrem quando mal-entendidos os mantém separados, as rapsódias de felicidade que eles experimentam, quando todas as barreiras para as suas felicidades são removidas. E se você diz: “Ah, sim, mas isso é só o amor sem o sexo”, então você está errado em todos os aspectos: errado sobre a natureza do amor, errado sobre a natureza do sexo e errado sobre Jane Austen, que sabia, assim como ninguém, como o desejo destrutivo provoca os nossos afetos, nossas lealdades e nossas inteligências.
Há poucas cenas na literatura que são, ao mesmo tempo, tão dolorosas e tão emocionantes, tão precárias e, sim, tão excitantes, como as de ‘Persuasão’ em que o Capitão Wentworth impõe as mãos sobre as de Anne Elliot pela primeira vez desde que se afastaram. Em uma delas, ele alivia-a do peso de uma criança problemática, puxando-a de suas costas e arrancando suas mãos do pescoço dela – um desempenho tátil de consideração que a deixa “perfeitamente sem palavras”, à mercê dos “sentimentos mais desordenados”. Em outro momento, vendo que ela está cansada, novamente sem palavras, ele a coloca em uma carruagem. Se submissão à vontade de um homem é a sua bagagem, então aqui está: “Sim – ele tinha feito isso. Ela estava na carruagem e sentia que ele a havia colocado ali, que a sua vontade e suas mãos tinham feito isso”.
  
Um ato de natureza e autoridade cuidadosa, mas a mínima autoridade, prestada na prosa mais sutilmente angustiada, cada detalhe do que acaba de acontecer vivida como uma sensação que não pode ser limitada quanto ao tempo ou significado, não há distinção possível entre instintiva bondade e o oportunismo da sua parte física, ou gratidão e a saudade dela, o drama da consciência sexual aguda muito mais do que a soma das partes dos agentes sexuais.
Mas – oh, hum! – se ainda é do explicito brutal que você precisa, aqui vamos nós: … “Emma Woodhouse, bonita, inteligente e com seios enormes …”


Orgulho e Preconceito – Fotos exclusivas

Mr. Darcy e Elizabeth Bennet
Na noite passada tive uma agradável surpresa ao receber um email de ninguém menos do que Mr. Darcy! 🙂
Brincadeiras à parte, fiquei maravilhada com as fotos! Quem me enviou o e-mail foi o ator Guilherme Magalhães, que faz o papel de Darcy na peça ‘Orgulho e Preconceito’ que está em cartaz até o final do mês em São Paulo.

Vejam abaixo a família Bennet:

 Pelo rostinho sapeca das moças à direita, dá para sabermos quem é quem na peça! 🙂

Eu já havia escrito alguns posts sobre a peça, com imagens dos ensaios e poster do evento. Mas as imagens que o Guilherme me envio são maravilhosas! Já sinto não poder ir à São Paulo nestas férias…

Todo o elenco!

Estou encantanda só de ver as imagens, imagino como deve ser ao vivo! Parabéns à toda equipe do Grupo Fora de Foco e muito obrigada por enviar as fotos!

Já consegui com o Mr. Darcy, quer dizer, com o Guilherme Magalhães, uma entrevista! Aguardem!
Crédito das fotos: Yuri Pallaro

Para quem mora em São Paulo é uma ótima opção, vejam os detalhes abaixo:
“Orgulho e Preconceito”
Teatro Cultura Inglesa Pinheiros
Rua Dep. Lacerda Franco, 333 – Pinheiros
Entrada franca
Sabados 20h
Domingos 19h
Até 31/7

Homem Darcyniannus

Marcelle Vieira é uma mineira apaixonada por Austen! Recentemente ela escreveu o texto abaixo e agora está disponibilizando aqui no blog. Obrigada Marcelle! Com vocês: Homem Darcyniannus!

Mr. Darcy por Sebastian Faulks

O Jornalista Inglês, Sebastian Faulks, faz uma breve análise do Mr. Darcy (o amante ideal na literatura). O vídeo foi indicação da Maria Grazia (My Jane Austen Book Club).

"A Darcy before I die" – Um Darcy antes que eu morra

 

Antes de declamar o poema, Ronnie explica o contexto do livro e fala sobre o Mr. Darcy interpretado por Colin Firth em Orgulho e Preconceito (1995) e em Bridget Jones.

“A DARCY BEFORE I DIE” © June 2007 Ronnie Taheny
In a world of expectations, of standards far too high,
I want a Mr Darcy before I die.
Dependable, capable, passionate and bright,
Intelligent and witty, athletic, erudite.
Someone of integrity, somewhat of a gent.
In a world of extraordinary men this one’s heaven-sent.
He has to be handsome, romantic and fetching
and he must have a character that’s done its own sketching.
Cos I want him fully rendered with a sense of humour dry.
You see, I want a Darcy before I die.
We can ask Eliza Bennet, we can ask that Bridgit too,
We could even squeeze the truth from Germaine Greer before we’re thro.
The competition’s fierce for we girls upon this earth
But surely there must be more than one Colin Firth.
So I’ve asked in Scandinavia where divorce rates are high
And I’ve asked sheilas DownUnder to this brutal reply;
“Blokes?! They’re all a bunch of bastards and we couldn’t give a shag —
cos every good one is taken, or married, or a fag.”
And I’ve asked them in Beirut where they’ve even slept around
From New York, to Rio and old London town.
But they don’t want Peter Allen, they don’t want a clown,
They don’t want another well-meaning letdown
With a beggar’s bowl of courage and a tincture of good sense,
A guy to bore the pants off us by sitting on the fence.
We want someone who’s challenging but underneath quite shy.
Seems we all want a Darcy before we die.
Who’s solid and stable with a quick and quirky mind.
Honest and able, considerate and kind.
Thoughtful and provoking but not into control,
Disciplined and driven, whose career’s not on the dole.
With no pride nor prejudice, no addictions as such.
Just loyal and mannerly — am I asking too much?
Cos it’s really got me baffled and it’s harder than I thought
I’m a girl with standards and these guys keep falling short.
It’s becoming quite a mystery, a pandemic and a trend,
but it makes me feel much better if I blame it all on men.
See, I don’t need a mirror, I don’t need to change at all-
Surely, it’s not me who’s ageing, anal, rigid or twee, intolerant and cynical…
Or frumpy in my thinking, a Cyclops who cannot score
No, that’s for all the other girls; I’ve heard their shit before.
See, I’ve done my homework and I know I’m pretty hot.
Surely, it’s not me who’s shrouded in self-delusion with one massive, personal blind spot.
So in this world of expectations and standards never too high
I deserve a Darcy before I die.
Dependable, capable, passionate and bright,
Intelligent and witty, athletic, erudite.
And all those other things I said before I really meant
In this room of extraordinary men surely one of you is 100%.
I don’t need to compromise and nothing less will do.
Cos guys, I’m looking for a Darcy; does he sound a bit like you?
***
Para quem não lê em inglês, poderá ter uma idéia do poema usando o Google tradutor.