Editora Intrinseca
Sorteio: Kit da Editora Intrínseca
Resultado do Sorteio Kit de Livros da Editora Intrínseca
Sorteio de um Kit de livros da Editora Intrínseca
Grandes nomes da literatura ganham novas versões
Grandes nomes da literatura brasileira ganham versões de suas obras mixadas com elementos pop
Texto originalmente publicado no blog da Valéria Fernandes Shoujo Café.
Estava demorando! E, apesar de não ter gostado de Orgulho & Preconceito, & Zumbis (*ouça o Shoujocast e saiba os motivos*), eu acho muito válido que os autores e autoras (*viva!*) nacionais comecem a se arriscar nesta área. É um filão popular e nós aqui no brasil precisamos de literatura popular. A escolha foi bem curiosa e um dos meus clássicos favoritos, Senhora, está na roda. Realmente não senti vontade de ler nenhum, não tenho muita inclinação a investir meu dinheiro em outro material desse tipo, mas vai que Escrava Isaura conseguiu se tornar um bom livro com a entrada dos vampiros na história? ^_^ A matéria saiu no Jornal O Globo, olhem os comentários, para o povo que passa por lá, os autores desses livros estão matando a literatura nacional. Não é apra tanto, né?
Mashups’ – Grandes nomes da literatura brasileira ganham versões de suas obras mixadas com elementos pop – por Lívia Brandão (O Globo)RIO – Jane Austen tem passado por um intenso revival pop. A escritora inglesa, morta há quase dois séculos, jamais deixou de vender (muitos) livros, mas agora sua obra conta com a forcinha de artifícios modernos para se recriar. Foi ela que deu início à febre mundial de paródias literárias, que renderam uma versão em que a autora é uma vampira bicentenária (“Jane Austen – a vampira”, do selo Lua de Papel da Leya Brasil) e até um filmete intitulado “Jane Austen’s fight club” (assista aqui), em que a personagem Elizabeth Bennet comanda um clube da luta como o criado por Chuck Palahniuk e filmado por David Fincher em 1999.Seguindo os mesmos princípios, os americanos Seth Grahame-Smith e Ben H. Winter foram responsáveis pela inusitada mistura de “Orgulho e preconceito” e “Razão e sensibilidade” com zumbis e monstros marinhos (Editora Intrínseca). Esses mashups literários, um tipo de renovação pouco ortodoxa de grandes clássicos, inspiraram versões brasileiras que se apoiam em cânones da nossa literatura e acabam de chegar às prateleiras. Aqui, é Machado de Assis a nossa Jane Austen de bigodes. Se estivesse vivo, o Bruxo do Cosme Velho veria Bentinho e Capitu em meio a ETs, Simão Bacamarte investigando mutantes e Brás Cubas vivendo como um zumbi sanguinário.Em “Memórias desmortas de Brás Cubas” (Tarja), Pedro Vieira buscou atualizar a trajetória do defunto autor que, por suas mãos, tornou-se um morto-vivo. Já “Dom Casmurro e os discos voadores” e “O alienista caçador de mutantes” (Lua de Papel) inserem sci-fi em meio às tramas originais, fazendo com que os escritores Natalia Klein e Lucio Manfredi se tornassem co-autores de Machado.– Eu só não gostaria de encontrá-lo na rua – brinca Natalia, que se viu às voltas com a árdua tarefa de macular um dos seus livros preferidos fazendo referência a elementos hoje corriqueiros como Facebook, Twitter e disque-pizza, mas que jamais fariam parte do universo de Machado de Assis. Assim como miolos, sangue e terror.– “Memórias póstumas de Brás Cubas” era a escolha mais óbvia para escrever um livro deste tipo. Machado deu a deixa para uma história de zumbis ao criar um personagem que se autodenomina defunto autor – justifica Vieira – Em “Memórias desmortas”, o famoso emplastro de Brás Cubas foi o responsável por sua “zumbificação”, e ele esbarra em outros personagens machadianos, que são devidamente devorados e transformados em mortos-vivos.Mas não pense o leitor que a brincadeira para em Machado: Outros dois lançamentos da Lua de Papel são “A escrava Isaura e o vampiro”, em que Jovane Nunes emprestou o apelo pop dos bebedores de sangue de dentes afiados à trama de Bernardo Guimarães, e “Senhora, a bruxa”, uma “parceria” de Angélica Lopes e José de Alencar.– “Senhora” é quase um folhetim. Por ser centrado numa história de vingança, poder e sedução, achei natural representá-lo por meio de bruxas – conta Angélica, que usou sua experiência com livros adolescentes e roteiros de novelas para adicionar ao cotidiano da senhora Aurélia as magias das bruxas-irmãs Blair, inspiradas por filmes como “Bruxas de Salém”. E não são só as feiticeiras a revirar o mundo da protagonista: os quatro parentes da protagonista Aurélia que morrem no original reaparecem agora como fantasmas.Alvo principal é o público jovemEngana-se quem pensa que pegar uma história pronta e adicionar a ela novos elementos é um exercício fácil. Os autores da coleção da Lua de Papel tiveram apenas dois meses para se debruçar sobre as obras – todas de domínio público – e alterar estrutura e linguagem. O objetivo? Fazer de cada clássico uma obra mais palatável ao público jovem, alvo maior da moda dos mashups literários.– Dei uma rejuvenescida na história – confessa Natalia, autora do blog Adorável Psicose. – Quando li “O alienista” pela primeira vez, tive que recorrer ao dicionário para descobrir o significado de algumas palavras. Muitas eram comuns entre os leitores da época em que ele foi escrito, mas caíram em desuso. Achei melhor remover esses “obstáculos” para não afastar o leitor jovem, já que a proposta é justamente atraí-lo. Para Angélica, a maior dificuldade neste sentido foi lidar com as descrições minuciosas de José de Alencar:– “Senhora” é muito detalhista. Tentei deixar o andamento mais ágil, mas respeitei os momentos-chave e as características principais de cada personagem. Alguns até cresceram.Já Vieira coloca a culpa pelas alterações estilísticas no personagem-título de “Memórias desmortas”.– Na trama, que se passa em 2010, o próprio Brás Cubas se preocupa com a aceitação livro entre os adolescentes, forçados a ler suas “Memórias póstumas” nas aulas de literatura. Por isso, ele tenta adaptar sua própria linguagem, cogitando até o uso do “miguxês” (o dialeto em que se “iXcReVi aXxXim”, usado na internet). Como até o Brás Cubas zumbi tem pudores, ele logo descarta a ideia, mas também não usa uma mesóclise sequer.Tanta deturpação é alvo fácil para críticas. Quem se desvia das prováveis pedras a serem atiradas pelos defensores da literatura tradicional é Pedro Almeida, editor da Lua de Papel, que rechaça o rótulo de descartável de sua nova coleção.– Na escola, os adolescentes têm que ler livros escritos para adultos há um século ou mais. Isso cria uma barreira entre eles e os autores. Revisitar um clássico através de um mashup ou de uma paródia é um meio de criar interesse e estebelecer um novo contato com o autor – justifica Almeida, que prometeu três novos mashups para breve. – Serão clássicos recentes, de autores vivos ou mesmo mortos há pouco tempo… – despista. Pelo visto, a moda só está começando.
Nota: A JASBRA publica este artigo do O Globo, portanto não é autora de todas as afirmações acima.
Zumbis – investimento pesado!
Orgulho e Preconceito e Zumbis
Vídeos disponíveis no site internacional do canal, clique aqui.
Orgulho e Preconceito e Zumbis – uma opinião
Depois de publicar aqui no blog sobre o futuro lançamento de Orgulho e Preconceito e Zumbis pela Editora Intrínseca, acho interessante fazer um post sobre uma das muitas avaliações do livro.
O texto abaixo é da Camila D. do Liquid Dreams of… – que gentilmente nos cedeu sua opinião. Obrigada Camila!
Não sei bem como começou este fenómeno dos remakes no campo da literatura. Talvez seja uma evolução natural do fenómeno das sequelas ou talvez seja uma profissionalização da moda de escrever fanfiction, mas o facto é que me parece que os remakes literários – e vou chamar-lhes assim porque passa a mensagem e me parece que ainda ninguém criou uma nomenclatura melhor – vieram para ficar.A ideia é clara e simples, e passa um pouco pela fórmula que é usada para a música e o cinema: pegamos numa obra que já existe e damos-lhe uma roupagem diferente, mantendo a estrutura básica para que a obra seja reconhecida e apreciada pelo público conhecedor do original ao mesmo tempo que tenta utilizar as diferenças para captar um novo público.Parece-me que é quase um dado adquirido que remakear – new word! – uma obra mais conhecida tem uma probabilidade bem maior de atingir um publico mais vasto, ou seja ter um maior número de vendas, do que remakear uma qualquer obra obscura de um autor maldito.
Este fenómeno é de tal forma evidente que muito autores estão já a fazer remakes das próprias obras, usando o truque sempre bom do contar-exactamente-o-mesmo-mas-de-outra-forma-ou-seja-as-mesmas-personagens-nas-mesmas-situações-com-os-mesmos-diálogos-mas-do-ponto-de-vista-de-uma-personagem-diferente. Um dos exemplos mais flagrantes é o caso da Stephanie Meyer (parece que falo sempre no mesmo, mas a culpa não é minha) que prepara uma nova versão de Twilight, mas contando agora a história do primeiro tomo da série do ponto de vista do vampiro.
Tenho uma estranha sensação nestes casos. No fundo, é como se os autores estivessem a fazer fanfiction das suas próprias obras!… (shudder!)Estes remakes conseguem por vezes fugir um pouco à fórmula anterior, apresentando takes efectivamente diferentes, mudando o enfoque da história e criando situações diferentes; o que pode ter um efeito colateral complicado porque pode levar o autor a recriar as personagens e atribuir-lhes comportamentos e atitudes que os fãs não lhes reconhecem, alienando assim o público do trabalho original.
Cheguei a ver comentários na Amazon neste sentido, onde fãs irados tratavam as personagens como pessoas reais, que eles conheciam detalhadamente, afirmando: “Ela nunca faria isso! Ela nunca diria isso!”. Há, no entanto, algumas obras curiosas que apesar de serem remakes literários conseguem acrescentar dimensões interessantes às histórias originais e isso dá-lhes mérito próprio. Lembro-me do caso de Mary Riley de Valerie Martin que me pareceu bastante interessante. Antes ainda de abordar o livro que me levar a criar este post, resta-me recordar o leitor mais distraído que sou uma assumida fã de Jane Austen e uma coleccionadora edições de Pride and Prejudice: diferentes formatos, diferentes línguas, continuações e remakes.Tenho-o até em Holandês e Dinamarquês, em BD e em texto dramático; confesso que tenho os “diários” de Mr. Darcy em diversas versões por diferentes autores, a versão digest e o companion da série da BBC de 1995 com fotografias dos locais de filmagem e até uns livros onde o casal Darcy se transforma numa espécie de parelha Poirot . Deuses, até tenho uma coisa verdadeiramente assustadora – sim, mais do que as enumeradas anteriormente – que é uma versão christian novel do romance, muito mais pudica – se é que conseguem imaginar – e passada nos dias de “hoje”.Assim, quando descobri que iria sair um novo remake, desta vez uma edição virada para o horror, fiquei atentamente à espera que estivesse disponível uma versão softcover para comprar.
Já comprei e já li (dentro do possível). Deixem que vos diga que este trabalho é mau e que o pior é que ele é essencialmente preguiçoso. Seth Grahame-Smith, autor (de apenas algumas linhas), agarrou no texto de Austen, provavelmente downloadando uma versão digital do Project Gutenberg ou qualquer coisa semelhante, fez um copy-paste para dentro de um documento Word e foi colocando umas frases pelo meio, sempre tudo relacionado com zombies e a estranha praga que grassa pelas terras de sua majestade… e voilá! Está feito um fabuloso “New York Times Best Seller” como diz o sticker na capa da minha edição. De facto, pensado bem, devia ter percebido isso imediatamente no momento em que o nome de Jane Austen é colocado na capa num tom de quase “parceira” do projecto, como se o livro tivesse sido escrito a quatro mãos.Como é que é possível que tenham deixado publicar uma coisa destas! Chega ao ponto dos acrescentos de Grahame-Smith nem sequer fazerem sentido! Tentei mesmo dar uma hipótese ao livro (caramba, se eu li a versão em christian novel e esta era mesmo mázinha…) e cheguei a usar duas abordagens diferentes no que toca à sua leitura. Numa primeira linha, tentei ver o livro como um remake de uma história que já conhecia e partir daí: foi terrível, tudo soava tão oco e absurdo (in a bad way) que tive de desistir.Voltei ao livro algumas leituras depois, abordando o produto como sendo uma coisa absolutamente nova e séria, numa mistura efectiva da vida na época da Regência com zombies, numa espécie de história alternativa. Ainda foi pior. O facto de manter todo o texto original e, ao longo de várias páginas seguidas, alterar apenas algumas palavras e contextos, como limitar-se a transformar os dotes de piano e costura das meninas das várias famílias em treinos de judo com mestres orientais e habilidades com catanas, quebra o texto e a história. Aposto que, mesmo quem nunca tenha lido nada de Jane Austen, consegue facilmente distinguir a sua prosa da de Grahame-Smith! É mesmo assim tão obvio, garanto! Ver uma Lizzie a queixar-se que 50 milhas é muito longe tendo em atenção que aos 21 anos já foi duas vezes ao Oriente é um pouco, como direi?… deslocado? pouco consistente?Não sei quem serão os leitores de uma obra destas: não estou a ver os fãs de livros de zombies com paciência para a linguagem e os enredos de Austen a cru, nem estou a ver os fãs de Austen a ter muita vontade de encontrar o Mr. Darcy a cortar cabeças aos zombies da vizinhança enquanto regressa à sua adorada Pemberley. O que mais de deixa aborrecida é sentir-me enganada: achei que ia encontrar aqui uma coisa original e engraçada. Talvez a culpa seja minha e seja eu quem não tem o sentido de humor necessário para “perceber” o alcance e a dimensão do livro e da ideia do autor. A ideia é gira, mas era preciso que o autor tivesse tido trabalhado e ter, de facto, criado uma versão alternativa onde os mesmos personagens vivem uma história de amor semelhante, mas com esta dimensão, que é uma dimensão de peso, com implicações maiores do que trocar as aulas de piano por aulas de artes marciais.Este é, na minha opinião, mais um caso de uma ideia boa com uma execução duvidosa. Podemos juntá-lo ao “30 Days Of Night” sem bem que é quase ofensivo: pelo menos este teve originalidade! O meu veredicto é que o livro é mau. É preguiçoso e um descarado roubo do trabalho de Austen, uma artimanha de baixo nível para ganhar uns trocos em direitos de autor. Gostava de saber quanto é que este “autor” recebeu por este “trabalho” que lhe deve ter demorado, no máximo, umas duas ou três tardes a concluir! Ah! mas entretanto, preparem-se porque há mais gente a achar que este é um bom filão: “The War of the Worlds Plus Blood, Guts and Zombies” de H.G.Wells e Eric S. Brown também anda aí. Pelo título e utilização do nome do autor original, cheira-me que o processo foi o mesmo. PS: e contrariamente ao que andam a dizer, o livro não é uma paródia ao original; é mesmo só um rippoff descarado.
"Orgulho e Preconceito e Zumbis" em português
Texto retirado integralmente da página da Folha Online:
Livro de Jane Austen “Orgulho e Preconceito”, de 1813, é considerado um dos grandes romances da língua inglesa, um exemplo primoroso da utilização literária do discurso indireto que revela os costumes ingleses da época ao narrar a epopéia de moças em busca de amor e casamentos vantajosos. Já “Orgulho e Preconceito e Zumbis” tem como objetivo “transformar este clássico da literatura mundial em algo que você gostaria de ler”.Sátira modifica pouco do texto original para incluir zumbis no clássico de Jane AustenA editora Intrínseca anunciou que irá lançar em 2010 essa sátira que mantém cerca de 85% do texto original da autora britânica, modificado apenas o bastante para que a história se passe em meio a uma violenta praga de mortos-vivos pela Inglaterra. O livro chegou a figurar na terceira posição da lista de mais vendidos do NY Times no primeiro semestre deste ano e ficou entre as melhores capas do ano escolhidas pelos leitores da livraria virtual Amazon.Na história, o Sr. Bennet insistiu que todas as suas filhas fossem treinadas nas artes marciais por monges Shaolin, o que causa certo atrito com a família do Sr. Darcy, que prefere a tradição japonesa de combate às forças do mal. A obra se utiliza do original a todo o momento. Se na história original Lady Catherine esnoba a falta de criados da família de Elizabeth durante o jantar, nesta versão a nobre diz a Elizabeth, retratada como uma espécie de Buffy do século 19, que acha estranha as meninas serem criadas sem um contingente de ninjas para ajudar nas batalhas.O “co-autor” da obra, junto de Jane Austen, é o norte-americano Seth Grahame-Smith, que já adaptou outro livro da autora para o universo trash, “Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos”, além de “Abraham Lincoln: O Caçador de Vampiros”, obra de humor que diz provar, através de documentos e fotos históricas, que Abraham Lincoln lutou contra vampiros em sua época. A editora Intrínseca afirmou que eles também serão lançados no Brasil, na mesma coleção de “Orgulho e Preconceito e Zumbis”.















