Para ler: Austenland

A música começara, os casais iniciando os movimentos, mas Mr. Nobley fez uma pausa para segurar o braço de Jane e sussurrar, “Jane Erstwhile, se eu nunca mais tivesse de falar com outro ser humano além de você, eu morreria um homem feliz. Gostaria que essas pessoas, a música, a comida e todas as bobagens desaparecessem e nos deixassem sozinhos. Eu nunca canso de observá-la ou escutá-la.” Ele respirou. “Pronto. Este cumprimento foi de propósito. Eu juro que nunca irei cumprimentá-la à toa novamente”.

A boca de Jane estava seca. Tudo o que ela conseguiu dizer em resposta foi: “Mas… mas certamente você não considera banir toda a comida.”

Ele considerou aquilo para então concordar com a cabeça. “Certo. A comida fica. Faremos um piquenique.”

Confesso que não estava esperando muita coisa desse livro – na verdade, ele só passou à frente na minha lista de prioridades porque vi a notícia de que seria lançado um filme ano que vem inspirado nele, e isso me deixou curiosa: uma vez que Stephanie Meyer é a produtora do filme, fiquei pensando que o Mr. Darcy dessa história talvez brilhasse no escuro.

Ainda assim, a forma como comecei esse volume é interessante… eu estava lendo Assombrações do Recife Velho de Gilberto Freyre e, embora o livro fosse maravilhoso, chegou um certo ponto em que me toquei de que (1)todo mundo tinha ido dormir, (2)uma tempestade furiosa lá fora estava fazendo janelas e portas balançarem criando barulhos estranhos e, (3)de uma forma geral, a qualquer minuto apareceria uma alma penada como as que assombravam os casarões que Freyre descrevia.

Destarte, antes que minha imaginação hiperativa produzisse algum fantasma ou eu entrasse num surto histérico ou coisa parecida, larguei Freyre e peguei o próximo livro da pilha junto à minha cabeceira. Minha idéia era começar a ler alguma coisa açucarada e bobinha que me relaxasse o suficiente para que o Boca de Ouro não aparecesse em meus sonhos.

Devia ser umas dez da noite quando comecei o livro… e a cada página virada eu dizia ‘só mais uma depois vou dormir’ ou ‘ainda é cedo, mais um capítulo’ e quando vi eram quatro da manhã: em duas horas eu tinha de estar pronta para sair para o escritório, mas eu não estava nem aí, sorrindo com um sorriso besta de quem foi para o sétimo céu e voltou.

Pois é… Austenland é o tipo de livro que faz você perder completamente a noção da hora e não larga até terminar – e quando termina quer começar tudo de novo enquanto arruma as malas para passar uma temporada no bendito resort também.

Ok, então… Jane Hayes tem um vício: Mr. Darcy. Mas não qualquer Mr. Darcy e sim o interpretado por Colin Firth na série de 95. Toda vez que Lizzie e Darcy trocam aquele olhar por cima do piano, depois que ela socorre Georgiana, Jane derrete-se em seu sofá.

Essa obsessão, contudo, chegou a um ponto que Jane continuamente se sabota em seus relacionamentos – os homens que encontra em sua vida real estão aquém de sua própria intensidade romântica e têm o grande, enorme defeito de não serem Mr. Darcy.

Jane reconhece isso e está disposta a mudar e deixar de lado todos os seus sonhos austenianos para trás e embarcar na ‘realidade’, quando recebe um inesperado legado no testamento da tia-avó: uma viagem de três semanas para um resort inglês no qual os hóspedes mergulham completamente num mundo criado pelos livros de Austen.

Não estou brincando, é uma imersão total MESMO.

Agora, antes que vocês comecem a fazer fila e perguntar onde providenciar as reservas, tentem se lembrar das inúmeras restrições às mulheres da época – e que Jane percebe muito bem ao longo de sua estadia em Austenland.

Você começa tendo de entregar todos os aparatos tecnológicos e roupas modernas que possui, incluindo aí as roupas de baixo. É obrigado a aprender um tanto de etiqueta da época e depois despachado para o seio de uma família de atores, que dali por diante representará sua própria família.

Assim, Jane vai passar três semanas com os tios ingleses que estão hospedando Miss Charming, Coronel Andrews e Mr. Nobley. Para completar, temos um jardineiro bonitão chamado Theodore (nome verdadeiro: Martin) e uma penca de situações farsescas emulando cenas de todos romances de Austen.

Como não podia deixar de ser, no momento em que Jane jura que vai desistir dos homens em geral – e daqueles que usam casaca, em particular – ela passa a ser disputada pelo jardineiro e por Mr. Nobley, que faz as vezes de Mr. Darcy à perfeição.

Mas onde termina fantasia e começa a realidade? Como você pode acreditar em sentimentos surgidos enquanto estava atuando? E, afinal de contas, você estava realmente atuando o tempo inteiro?

Austenland é uma história leve, gostosa de ler, que em nenhum momento subestima a capacidade de seu leitor. Surpreendeu-me da melhor forma possível. Considerando que vai ter filme, eu não duvidaria da possibilidade de vermos esse título sair em português por aqui. Seria uma excelente pedida.

* Lu Darce (JASBRA-PE) está no momento se empanturrando de chocolate para compensar sua frustração com o fato de que não conseguiu fazer reservas em algum resort paradisíaco para viver as aventuras literárias de que tanto gosta. Ela nem fazia tanta questão que fosse em Austenland, ficando bem feliz se a despachassem para Nova Zelândia, a fim de visitar Valfenda. Essa e outras frustrações, vocês podem encontrar no Coruja em Teto de Zinco Quente.

Adaptação de Austenland, de Shannon Hale

Olá, pessoal, Lu Darce aqui de novo…

Estava pesquisando algumas coisas para escrever a resenha desse mês (já está quase pronta…) quando me deparei com a notícia de que o romance Austenland, de Shannon Hale será adaptado para o cinema.

A história gira em torno de Jane Hayes, fã de Austen e obcecada por Mr. Darcy de tal forma, que sua paixão pelo personagem está afundando sua vida amorosa, uma vez que homem algum pode se comparar a ele. Aí entra na história uma tia rica que dá a ela de presente uma viagem para um resort inglês que reproduz o mundo criado dos romances de Austen.

Aí incluindo um Mr. Darcy para chamar de seu…

De alguma forma, a sinopse do livro me lembrou a premissa de Lost in Austen, mas como ainda não o li, não posso falar muito mais sobre o assunto. O elenco é encabeçado por Keri Russell, J.J. Feild e Bret McKenzie, com Stephanie Meyer, a autora da série Crepúsculo estreando como produtora.

Tive um pensamento cretino agora… mas vou ficar calada. Já sei contudo que mês que vem passarei Austenland para frente na minha lista de resenhas…

Fonte: Enchanted Serenity of Period Films

Orgulho e Preconceito 2011

Em fevereiro de 2010, eu escrevi uma pequena notinha sobre as gravações de uma versão moderna de Orgulho e Preconceito da PaperCut Produtora.
Por indicação da amiga Andréia Dellucas, acabei descobrindo o poster de lançamento.
Ficha:
Direção: Bonnie Mae
Elenco:
Maia Petee … Elizabeth Bennet

Caleb Grusing … Mr. Darcy
Christina Lafon … Jane Bennet
Mark Mook … Mr. Bingley

Confira a lista completa aqui.

Para conferir mais fotos desta produção clique aqui.

O trailer também está disponível:

From Prada to Nada em DVD e BluRay

From Prada to nada (versão moderninha de Razão e Sensibilidade), já está à venda nos Estados Unidos nos formatos DVD e Blu-Ray. Na verdade, é uma pré-venda do lançamento que será no dia 03 de maio. Para quem não conhece esta nova versão, leia aqui maiores detalhes e assista ao vídeo.
DVD à venda na Amazon por $ 14,99
Blu-Ray à venda na Amazon por $ 14,99

Scents and Sensibility (2011)

A new version of Sense and Sensibility? Take a look on IDMB page. See my post, in english, at Jane Austen World.
Eu descobri hoje um novo filme sendo rodado lá nos Estados Unidos com o título: Scents and Sensibility (Possível título em português: Aromas e Sensibilidade). Como não há um resumo e nem sequer uma linha sobre Jane Austen, a única coisa que liga esta produção à Razão e Sensibilidade é o fato de alguns dos atores escalados receberem personagens com os mesmos nomes dos personagens do livro.
Pelo que entendi, as duas primeiras atrizes (ainda sem personagem) devem fazer o papel de Elinor e Marianne.
Detalhes:
Diretor: Brian Brough
 
Atores: Marla Sokoloff  e Ashley Williams (já apareceram em várias séries de tv). Provavelmente farão os papéis de Elinor e Marianne.

Nick Zano (Brandon) – está atualmente na série Cowgar Town
Danielle Chuchran (Margarett Dashwood)
Brad Johnson (Edward Farris) provavelmente um erro de digitação, não é mesmo?
Jason Celaya (John Willoughby)
Veja este post, em inglês, no blog Jane Austen World.
Veja aqui a lista atualizada de atores e personagens. Leia o post mais atual com o trailer do filme.