Olá pessoal, meu nome é Elaine Rodrigues. Sou uma das janeites do Rio de Janeiro. E sou jasbrete desde a fundação da Jasbra, em 2009.
Recentemente estive num evento, uma sessão de bate-papo e autógrafos, onde o tradutor Ivo Barroso lançava sua 3ª edição da obra “O Corvo e suas traduções” pela editora Leya. A noite era da poesia de Allan Poe, mas eu não me contive: tive que me lembrar da prosa de Jane Austen, já que ele, o Ivo, foi um dos responsáveis pela sua obra ser lida aqui no Brasil.
Ivo Barroso (1929 -) é poeta e tradutor. Traduziu da nossa querida escritora, Emma e Sense & Sensibilty. E não apenas a traduz, como também é admirador e estudioso de suas obras. Escreveu prefácios para Orgulho e Preconceito, Persuasão e Abadia de Northanger da L&PM Pocket, com consistente pesquisa e eloquente concisão, que parecem ser bem mais que só prefácios. É possível ver também sua admiração por Austen em sua defesa apaixonada no que diz respeito à atual e crescente gama de follow-ups e mashups da autora. Ele critica o oportunismo e a impropriedade de algumas publicações que tentam imitar, sequenciar ou mesmo fazer referência às tramas austenianas.
Vejam os prefácios da L&PM e outros artigos no blog do Ivo.
Bom, quanto ao meu encontro com o tradutor, foi muito rápido, mas bem importante pra uma janeite curiosa como eu. Ainda na fila dos autógrafos, meti na cabeça que iria tirar uma dúvida: sempre quis saber por que a tradução dele de Sense and Sensibility, assim como a da Dinah Silveira de Queiroz em 1940, para a Livraria José Olympio Editora, distinguia-se das outras. Como sabem, ele traduz como Razão e Sentimento (Nova Fronteira, 1982). Essa foi a primeira edição que li da obra, peguei na biblioteca da minha escola, e já havia visto o filme de 1995 com a Emma Thompson, então estranhei o título. Mas, deixando de falácias e indo ao que interessa, eis aí minha “entrevista” 😉 com Ivo Barroso na íntegra:
Elaine: Ivo, eu sei que a noite é do Poe, mas eu tenho uma curiosidade sobre um outro trabalho seu. O senhor traduziu Sense & Sensibility de Jane Austen como Razão e Sentimento. Tem algum motivo em especial para ter usado o termo ‘sentimento’ e não o ‘sensibilidade’, como em geral os outros tradutores da obra fazem?
Ivo: Sensibility na época de Austen tinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofotinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofotinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofotinha um cunho mais psicológicotinha um cunho mais psicológico: referia-se ao estado de quem era sentimental, de quem se guiava apenas pelos sentimentos. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.
Elaine: (cara de quem descobriu a pólvora)
Elaine: Ééé, o senhor gosta do livro? (dããã)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro. (sorriso de velhinho fofo, referia-se à qualidade daquela pessoa que tem bons sentimentos, que é sensível. Hoje é usado mais genericamente, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram sensibilidade, aí todos usaram assim.Hoje é usado mais genericamente, como estado de quem é sentimental, de quem se deixa levar pelos arroubos do sentimento, mas no tempo dela era assim. Depois veio o filme com a Emma Thompson e colocaram “sensibilidade”, aí todos usaram essa forma.
Elaine: Hummmm.. Errr… E o senhor gosta desse livro de Austen? (dããã ;p)
Ivo: Se eu gosto?! Eu traduzi o livro! (sorriso de velhinho fofo)
Há mais detalhes da explicação de Ivo para a tradução do título em seu blogue, inclusive ele explica porque não mateve a aliteração do inglês (Sense-Sensibility) como os portugueses “tentaram” fazer com seu Sensibilidade e Bom Senso.
Bom, não é bem uma entrevista, mas matou minha curiosidade e talvez interesse a vocês que tanto gostam de S&S.
Abs!
Elaine
Vejam aí o autógrafo que recebi (o livro era pra minha irmã, mas pedi pra ele incluir meu nome e dividiremos a preciosidade).
Ivo Barroso publicou um post a respeito da edição comemorativa de Razão e Sentimento, clique aqui e leia o artigo completo.