Sorteio Comentarista do mês – O que aprendi com Jane Austen?

Prezados leitores, para participar do sorteio basta seguir as regras abaixo:

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6) Participações até 30 de setembro



Gazeta de Longbourn: Aprendi com Jane Austen

William Deresiewicz tinha 26 anos quando conheceu a mulher que mudaria sua vida. E, para ele, pouco importava que ela tivesse morrido quase 200 anos atrás. A verdade é que até aquela época, o então estudante de pós-graduação, habituado à leitura de James Joyce e Joseph Conrad, nunca havia desejado ler Jane Austen, o que veio a acontecer meio por acaso e até contra sua vontade. O resultado, porém, não poderia ter sido mais revolucionário. Os romances da escritora inglesa que viveu entre 1775 e 1817, como pontua Deresiewicz, iriam ensinar-lhe tudo o que viria a saber a respeito do que realmente é importante na vida.

‘Gente, mas que livro maravilhoso!’ – foram estas minhas exatas palavras ao terminar Aprendi com Jane Austen, pouco antes de voltar ao começo para reler minhas partes favoritas (todo ele).

Há um milhão de motivos para devorar este volume. O primeiro é que se trata de uma história real, de uma série de experiências de vida intimamente ligadas aos livros de Austen – de uma resposta, enfim, à importância e impacto que esta genial romancista consegue produzir em seus leitores mesmo duzentos anos após o início de suas publicações.

Em segundo lugar, ele foi escrito por um homem.

Não é preciso ir muito longe para perceber o quanto isso é importante. Nos fóruns de discussão da própria JASBRA – no facebook, a lista de emails, o próprio fórum – eles são uma minoria. Eu tenho o enorme prazer de ter no Clube do Livro aqui do Recife um deles (oi, Michel!) e ao menos dois grandes amigos meus já foram influenciados e admiram a obra dela (um deles viciou-se no filme de Orgulho e Preconceito e está tendo de sair de casa para reassistir, porque ninguém lá agüenta mais uma repetição XD).

Seja como for, um livro escrito por um membro do sexo masculino assumindo a importância que as obras de uma autora supostamente de romances água-com-açúcar (idéia errônea que muita gente ainda tem) – e não apenas academicamente, mas em sua vida e crescimento pessoal – é algo para se aplaudir. É um livro, enfim, para romper preconceitos e abrir caminhos.

Além de tudo isso, é um livrinho delicioso, direto ao ponto, cheio de humor – humor cáustico, humor leve, humor bem-humorado. Deresiewicz não tem medo de admitir nada, nem mesmo aquilo que pode depor contra ele – ele revela seus piores e melhores momentos enquanto passeia pelas obras de Austen.

Ao terminar Aprendi com Jane Austen, além das análises que ganhamos de cada um dos títulos apaixonantes de nossa autora preferida, bem como do sentimento de familiaridade, praticamente amizade que o tom íntimo de Deresiewicz nos oferece, fica um gosto de quero mais, de ler e reler de novo e de – porque não – começar a nossa própria história do que aprendemos ao mergulhar no mundo maravilhoso de Jane Austen.

* Lu Darce (JASBRA-PE) está pensando em escrever seu próprio roteiro de coisas que aprendeu com Jane Austen, entre as quais “não há nada como um bom livro para unir pessoas numa bela amizade”. Essas e outras conclusões você encontra em Coruja em Teto de Zinco Quente.

A força da obra de Jane Austen – William

Entrevista publicada originalmente no site da Revista Marie Claire:

De janeiro para cá, triplicaram os blogs dedicados a Jane Austen na Inglaterra e nos Estados Unidos (somados, já passam de 1 milhão). A influência que a escritora inglesa nascida no século 18 exerce até hoje impressionou até mesmo o crítico literário, William Deresiewicz, que agora lança Aprendi com Jane Austen (Rocco, 256 págs.). O autor só pensava em James Joyce e Joseph Conrad quando um exemplar de Emma, de Austen, caiu em suas mãos. “O livro mudou a minha vida”, diz. 
Veja aqui os posts que já escrevi sobre o livro ‘Aprendi com Jane Austen‘. Aguardem, pois farei um sorteio deste livro aqui no blog!
Marie Claire – Qual foi a maior lição que você aprendeu com Jane Austen?
William Deresiewicz Que esse papo de amor à primeira vista é uma grande incoerência.
MC Como assim?
WD Também fui criado para um dia, sem mais nem menos, encontrar o amor da minha vida, minha alma gêmea. Mas, depois de ler Austen, acordei para o fato de que temos de nos preparar para o amor. Estar prontos para ele e conhecer muito bem a pessoa por quem vamos nos apaixonar. As heroínas de Austen casam pelo motivo certo: o amor. E este encontro também se dá no mundo das ideias.
MC A que você atribui essa redescoberta de Jane Austen?
WD Apesar de terem sido escritos por volta de 1810, os livros de Austen já falavam de uma mulher emancipada, que tinha força para atuar em todos os setores da sociedade. E que, como a mulher de hoje, também buscava o verdadeiro companheiro, queria ter encontros com as amigas, se vestir bem. Ela escreve sobre um mundo contemporâneo num cenário de séculos atrás.

Aprendi com Jane Austen – Lançamento Editora Rocco

A Editora Rocco acaba de lançar o livro ‘Aprendi com Jane Austen – Como seis romances me ensinaram sobre amor, amizade e as coisas que realmente importam’

Autor: William Deresiewicz
Tradução:André Pereira da Costa
ISBN:978-85-325-2681-6
Páginas:256
Formato : 14×21
Valor:  R$ 34,50 site da editora

Leia meus outros posts sobre o livro, aqui.

Sinopse (Editora Rocco):

William Deresiewicz tinha 26 anos quando conheceu a mulher que mudaria sua vida. E, para ele, pouco importava que ela tivesse morrido quase 200 anos atrás. A verdade é que até aquela época, o então estudante de pós-graduação, habituado à leitura de James Joyce e Joseph Conrad, nunca havia desejado ler Jane Austen, o que veio a acontecer meio por acaso e até contra sua vontade. O resultado, porém, não poderia ter sido mais revolucionário. Os romances da escritora inglesa que viveu entre 1775 e 1817, como pontua Deresiewicz, iriam ensinar-lhe tudo o que viria a saber a respeito do que realmente é importante na vida.

Em Aprendi com Jane Austen, Deresiewicz leva o leitor pelo caminho percorrido ao longo dos anos em que escreveu sua dissertação para a conclusão da pós-graduação em literatura, anos durante os quais foi se envolvendo cada vez mais com Jane Austen. Inicialmente, de forma impaciente e desconfiada; depois, entregando-se às histórias contadas por aquela que é considerada uma das mais importantes escritoras de língua inglesa de todos os tempos. Simultaneamente, narra momentos marcantes em sua própria vida a partir da leitura de Austen.

Deresiewicz dedica um capítulo a cada uma das seis obras de Jane Austen. Os livros não são ordenados de forma cronológica, mas de acordo com a ordem das leituras realizadas pelo autor, assim como pelas descobertas feitas por ele ao longo do caminho.

Emma é a primeira obra a ser esmiuçada. Dessa leitura, tira indicações sobre como encarar de maneira mais produtiva o cotidiano. Em seguida, comenta de forma detalhada o clássico Orgulho e preconceito, analisando o comportamento dos famosos protagonistas, Elizabeth Bennet e Mr. Darcy. Entre a análise literária e observações pessoais, Deresiewicz divide com o leitor as transformações pelas quais foram passando seu pensamento, leitura após leitura.
O contato com seu orientador nada convencional e a leitura de A abadia de Northhanger revelam-se um aprendizado e tanto. Já a importância de ser autêntico é percebida ao ler Mansfield Park. A essa altura, Deresiewicz já está encantado com Jane Austen. Há, porém, ainda muito a ser aprendido, o que se confirma com a leitura de outros dois conhecidos livros da escritora inglesa: Persuasão e Razão e sensibilidade.

Depois desse mergulho no universo de Jane Austen, Deresiewicz não seria mais o mesmo, tampouco sua vida e seu modo de agir diante do mundo. É parte disso que ele procura passar para quem deseja tirar melhor proveito de suas experiências de vida, ou simplesmente descobrir a literatura de Jane Austen, fonte inesgotável de encantamento geração após geração. Não é à toa que a autora permanece entre as preferidas dos jovens e sua obra segue inspirando múltiplas releituras e adaptações, de filmes a histórias em quadrinhos.

As obras de Austen como guia de orietação para a vida

Jane Austen Education (William Deresiewicz) – livro já comentando aqui no blog.

Por indicação da leitora deste blog, Luiza, acabo de ler um artido publicado no Estadão, com o seguinte título:

A literatura como orientação da vida

A partir de Jane Austen e de Montaigne, duas obras publicadas nos Estados Unidos investem na ideia de que livros e autores podem fazer, no dia a dia, as vezes de guias da própria existência

 

Quando o ensaio e o romance surgiram como formas literárias populares na Europa do século 17, os leitores procuraram neles a orientação espiritual e prática que até então encontravam em obras mais notoriamente filosóficas, como o Eclesiastes e as Meditações de Marco Aurélio. Samuel Richardson, romancista do século 17, tinha certamente plena consciência disso quando extraiu dos próprios romances “sentimentos morais e edificantes, máximas, advertências e reflexões”, como os definiu, publicando-os em um volume separado.
O desejo de destilar sabedoria da literatura continua existindo, embora com a tendência contemporânea à autoajuda. É o caso de A Jane Austen Education, de William Deresiewicz, e How to Live, de Sarah Bakewell. Ambas as obras se baseiam em textos literários conhecidos para mostrar como o leitor pode aprender a viver melhor, embora os enfoques dos autores sejam bem diferentes quanto ao seu propósito.
Ph.D. pela Universidade Colúmbia e membro do corpo docente de Yale, Deresiewicz é um destacado polemista que expõe (tomando emprestado o título do seu tão discutido ensaio de 2008 publicado na revista American Scholar, de uma sociedade acadêmica americana) “as desvantagens de uma educação elitista”. Nele, o autor afirma que Yale e outras escolas do mesmo calibre “esqueceram que a verdadeira finalidade da educação é formar mentes e não carreiras”, e observa que, hoje, elas não têm lugar para os pesquisadores e as mentes inquiridoras que, outrora, as instituições de ensino privilegiavam. Em outras palavras, ele não hesita em descrever o declínio que está na base de tantas análises contemporâneas sobre formação, educação, moral e a própria juventude. 
Assim como o seu ensaio, A Jane Austen Education pode ser entendido como a afirmação de uma missão. Em parte, ele repudia o elitismo e a arrogância intelectual que já levaram o jovem Deresiewicz a preferir Conrad e Joyce a Austen e Charlotte Brontë, preferência que ele abandonou quando a sabedoria dos romances de Austen venceu seu esnobismo obtuso. Embora de início menosprezasse a escritora, a leitura de Emma representou uma descoberta; por exemplo, ele constata que o romance expõe as provocações do personagem do título à idosa Miss Bates, como algo cruel e não espirituoso no sentido de cômico (moral: ser arguto e arrogante não é necessariamente uma coisa boa). 
Transformado por essa leitura, Deresiewicz encontra em cada obra de Austen uma lição de vida, às vezes banal. Aprendemos mais quando estamos errados do que quando certos (Orgulho e Preconceito). E finalmente: ter riquezas, poder e carisma pessoal não é garantia de felicidade (Mansfield Park).

Continue lendo o artigo aqui.

Fonte: Jornal Estadão
Texto de: Jenny Davidson
Traduzido por: Anna Capovilla

Lançamentos de livros em Inglês

Ao visitar o site da Amazon, fiquei curiosa para ler e comprar dois livros.
O primeiro é um lançamento previsto para dia 28 de abril. O nome do livro é ‘Jane Austen Education, A: How Six Novels Taught Me About Love, Friendship, and the Things That Really Matter’. O livro será vendido em dois formatos: impresso (16,60 dólares) e digital (12,99 dólares). A diferença entre os dois livros é muito pequena, porém, se você for comprar a versão impressa ainda terá que levar em conta o frete e a prazo de entrega.
Leia aqui a resenha e uma entrevista com o autor William Deresiewicz (ele também escreveu o livro Jane Austen and the Romantic Poets’). 
A minha segunda sugestão é o livro ‘Jane Austen; Her Homes & Her Friends’, à venda em formato impresso, também na Amazon. É possível visualizar algumas páginas do livro no site da livraria. O livro escrito por Constance Hill parece ser muito interessante, além de possuir ilustrações de Ellen G. Hill e reproduções em fotografura. 
Detalhe de uma das ilustrações do livro: