Gazeta de Longbourn apresenta: Two Histories of England

Henry the 6th
I cannot say much for this Monarch’s sense. Nor would I if I could, for he was a Lancastrian. I suppose you know all about the Wars between him and the Duke of York who was of the right side; if you do not, you had better read some other History, for I shall not be very diffuse in this, meaning by it only to vent my spleen AGAINST, and shew my Hatred TO all those people whose parties or principles do not suit with mine, and not to give information.

Eu já estava com a resenha desse mês pronta quando Two Histories of England chegou pelo correio e me toquei que era melhor passá-lo à frente para fevereiro a fim de lembrar o bicentenário de nascimento do Charles Dickens.

Sorte minha que o livro é curtinho e consegui terminá-lo de uma única sentada. Ainda assim, quase que essa resenha não sai, uma vez que tive de viajar, tô enrolada com mais um milhão de projetos e toda vez que sentava no computador eu arranjava alguma outra coisa para fazer…

Mas, enfim, estamos aqui. Então, vamos ao que interessa…

Para começo de conversa, não se deixem enganar pela capa. Postei uma foto da capa e contracapa do livro no grupo da JASBRA no Facebook e todo mundo acho lindo e muito fofinho – rosa e azul bebê, com as silhuetas dos dois autores, parece um livrinho para crianças.

E, a bem da verdade, a parte que o Dickens escreveu é, realmente, para crianças – não à toa o título é A Child’s History of England. Mas isso não significa que seja um livro ingênuo, fofinho ou meigo. A capa é pura propaganda enganosa.

A primeira parte do livro cuida de uma das peças da Juvenilia de Jane Austen. The History of England from the reign of Henry the 4th to the death of Charles the 1st by a partial, prejudiced & ignorant Historian já revela do título os verdadeiros propósitos de Austen. Ela começa pegando um dos períodos históricos mais conturbados da história inglesa e revirando tudo de pernas para o ar, numa paródia que critica a ingenuidade de certos argumentos históricos. É uma peça curta – no original, de 1791, são 34 páginas manuscritas – mas deliciosa.

Bem valeria à pena alguma editora trazer para o Brasil um volume com a Juvenilia, não? Esses trabalhos da Austen mais nova servem como um verdadeiro estudo do desenvolvimento dela como autora – a ironia e a inteligência que são suas características já estão ali, apenas um pouco menos sutis que em seus romances maduros.

A segunda parte do livro traz apenas alguns capítulos do A Child’s History of England, de Dickens – indo do governo de Elizabeth até a morte de Charles I quando da Guerra Civil. É mais ou menos o mesmo período histórico que Austen retratou em sua própria História.

Dickens não deixa de julgar os atos de todos os reis, rainhas e políticos que perpassam por suas páginas, sem levar em consideração atenuantes de contexto histórico – motivo pelo qual historiadores não gostam muito de seu livro. Ele os pesa dentro de seus próprios princípios e sensibilidades morais e não hesita em chamar a atenção para aquilo que ele acha errado.

O que mais achei curioso enquanto lia Two Histories of England é que os dois autores não iam muito com a cara da Rainha Elizabeth – Austen chega ao ponto de chamá-la de ‘peste’. Sempre tive a impressão de que Elizabeth era uma unanimidade, mas acho que me enganei…

* Lu Darce (JASBRA-PE) adora História e quase se engasgou de rir com a forma como ela é contada nesse livro. Sobre esse e outros livros engasgantes, você pode encontrar em Coruja em Teto de Zinco Quente.

Encontro de Natal – Recife

Terminado o Nacional… é hora de começar a planejar os encontros regionais…. e aqui no Recife já temos data (se brincar, começo ano que vem já fazendo agenda para o ano todo… huahuahua…)
É novamente ‘aquela época maravilhosa do ano’, quando o sentido da compaixão e da solidariedade se derrama pelo mundo, trocamos presentes, votos de felicidades e histórias de fantasmas. Ou, pelo menos, era assim na era vitoriana, quando Dickens escreveu seu clássico Conto de Natal. Venha participar dessa tradição, quando discutiremos a obra desse grande escritor e trocaremos nossas próprias histórias de fantasmas natalinos!
Marquem na agenda: dia 17 de dezembro, a partir das 14 horas, na Livraria Saraiva do Shopping Recife. Tragam marcadas, sublinhadas, manuscritas, impressas, ou decoradas (1) sua parte favorita do livro e (2) uma história fantasmagórica.
E que ninguém diga que não avisei com antecedência ou mandarei os fantasmas dos natais presente, passado e futuro puxarem seu calcanhar de noite!
Atenciosamente,
Luciana Darce.
p.s.: os vídeos do encontro nacional estão em processo de edição. Não prometo nada com certeza, mas acredito que eles já estarão disponíveis semana que vem.

Little Dorrit

Gente, o blog é sobre Austen, mas vez ou outra eu publico algo relacionado aos autores britânicos. Hoje falarei de um livrinho (quase 800 páginas) chamado Little Dorrit. Charles Dickens economizou no título, mas não poupou no número de páginas, não é mesmo?

“Embora o livro tenha sido escrito entre 1855 e 1857, seu tema central continua atualíssimo nesses tempos de crise financeira: Amy Dorrit (interpretada pela novata Claire Foy) é a filha caçula do presidiário William Dorrit (Tom Courtenay), encarcerado na prisão de devedores de Marshalsea há mais de 20 anos. Note-se que na época de Dickens era este o destino de qualquer homem que não tivesse meio de saldar suas dívidas, tendo o próprio pai do autor passado por uma experiência similar na mesma prisão.” Texto de Emília Ferraz do Bolsa de Mulher – leia mais sobre Little Dorrit aqui.

Esse livro abaixo é da Wordsworth Classics e custou R$ 8,90 na livraria da travessa (Rio) – 801 páginas, com introdução de Keith Carabine e Peter Preston.:



Detalhe da capa ilustrada por Hablot K. Browne – partes do livro  eram publicadas mensalmente.


Detalhe de uma das ilustrações de Hablot K. Browne:


Outro dia estive conversando com Indira e Lu Campelo e descobri que elas não sabia de uma edição em português do Brasil do Little Dorrit, que logo foi traduzido para A Pequena Dorrit. Trata-se de uma adaptação do orignal, traduzido por Ênio Gonçalves e publicado pela Editorial Bruguera em 1968.  Curiosamente o nome do autor foi traduzido também: Carlos Dickens.

A minha edição está em excelente estado de conservação e espero que tanto Lu quanto Indira consigam comprar esse livrinho, que só pela capa já chama a atenção! Digo isso porque aqui em casa, assim que o livro chegou e minha filha de sete anos o viu, logo disse: mamãe, mais um livro para mim? Ela ficou até mesmo encantada com as 250 ilustrações e ficou curiosa para saber do que se tratava a história.



Detalhe de uma das ilustrações:



Adaptações para a tv:

2008 – 5 episódios, em exibição na PBS Americana atualmente. Não há previsão para o Brasil. No entanto, podemos comprar o DVD (sem legendas em português) na internet, como fez Lu Campelo (apaixonada pelo Matthew Macfadyen – Mr. Darcy 2005):






1998 – Não conheço ainda essa versão, está à venda na amazon.com:



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Os marcadores de livro que estão juntos com meus livros são presentes das amigas: Gabriela Salgueiro – Vivá (com fita rosa) e Adriana Ferreira (com pedrinhas transparentes). Já falei sobre o trabalho da Gabriel Salgueira aqui no blog.