Quartas – Minha história com Jane Austen: Bruna da Cruz Passeto

Prezados leitores, hoje é dia da Coluna das quartas-feiras: Minha história com Jane Austen! 

Com vocês: Bruna da Cruz Passeto



Lembro-me de ver Jane Austen escrita nas lombadas dos livros da prateleira da minha mãe desde que me recordo por gente. Não, não é exagero. Minha mãe conheceu Orgulho e Preconceito pela série da BBC, que passava de madrugada, em uma das muitas noites de insônia causadas pela depressão, mas essa já é outra história.
Eu cresci, bem, não muito, mas cresci. Durante minha adolescência vi a coleção da minha mãe aumentar tanto em livros quanto dvd’s. Por vezes ela tentava me persuadir a ler Orgulho e Preconceito, que eu negava por estar em uma fase de Poe, Byron, Wilde e chorando no final de Os Sofrimentos do Jovem Werther de Goethe.
Com 20 anos, tornei as horas de cada dia no metrô, uma oportunidade de ler um bom livro desde que não fosse técnico, estava farta. Era literalmente meu break time e estava mais do que nunca atrás de um bom livro. Quando pedi o livro emprestado, o sorriso que brotou no rosto da minha mãe foi indescritível, parecia que tinha me formado muito antes de terminar a graduação. Ela empolgou-se tanto, que me fez ver como um grande spoiler, pela 20ª vez, a versão do filme de 2007. Parecia extremamente promissor!

O livro saiu do break time, foi para a sala de aula, nos intervalos, em casa… –“Só mais um capítulo antes de dormir.” – Confesso que por vezes precisei pesquisar sobre a época para melhor entender o porquê tal ato foi considerado tão mal visto. As críticas leves sobre a sociedade são deliciosas, com aquele gostinho especial e a empatia que Elizabeth cria é quase surreal. Sempre fui muito geniosa, fato que devido a boa educação que mamãe me deu (rs), nem sempre fica claro. Tenho minha tendência a fazer julgamentos silenciosos que não costumo abrir as pessoas e sou bem orgulhosa. Acompanhei Lizzy em cada sentimento como meu. – “What a hateful man!” – Cada palavra e ato do Mr. Darcy sentia como um disparate contra mim, no entanto conforme seu personagem foi revelado, senti aquela ponta de vergonha que meu orgulho dobrado sentiu ao ver seu amor.
“Ele não parece ser um mal sujeito. Ao contrário, há algo de agradável em seus lábios, quando fala. E há certa dignidade em seu trato que não passa uma ideia desfavorável do seu coração.”
Paixão, total e irrevogável pelo livro. Pesquisei sobre a autora e vendo, nós 3, Eu, Jane e Lizzy por volta de seus 20 anos, me inspirou a poder ser tão forte quanto elas. De Orgulho e Preconceito, fui para os outros livros da autora. Sentia muita falta de compartilhar essas emoções até que encontrei a JASBRA e entrei em contato com a Adriana. É ótimo ver outras pessoas que gostem dos livros, que estão divulgando essas obras e criando materiais para fãs (que estavam em falta, comparado com outros países).
Hoje em dia com meus 23 (sem pensar muito nos 24 anos que ainda vem esse ano rs), além de deixar minha mãe orgulhosa a cada vez que compro algum livro, baixo alguma série ou tento traduzir algum livro sobre a visão de Darcy para ela, vivo meu pequeno romance com um homem mais velho, assim como em Emma. Homem qual, já formado em letras, leu O&P por ser meu livro favorito e foi enredado pela bela história, crítica e construção dos personagens. Temos frases dos livros da Jane Austen espalhados por todo seu apartamento.
 “Começava agora a compreender que ele era exatamente o homem que, pelo caráter e pelos talentos, mais combinava com ela. Sua inteligência e seu temperamento, embora diferentes dos delas, teriam correspondido a todos os seus. Teria sido uma união proveitosa para ambos, pela desenvoltura e vivacidade dela, o humor dele teria sido abrandado e suas maneiras, melhoradas; e, com o discernimento, a cultura e o conhecimento do mundo que ele tinha, ela se teria beneficiado ainda mais.”
Desejo a todos ótimas horas de leitura acompanhados de seus personagens favoritos.

Bruna é uma artista, veja a Jane que ela criou:


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12 thoughts on “Quartas – Minha história com Jane Austen: Bruna da Cruz Passeto

  1. Tatiana Resende Felix Batista 08/05/2013 / 2:08 PM

    Linda história Bruna, fico feliz q esse amor por Austen tenha passado de uma geração para outra, e espero q continue assim! Achei muito fofa a Jane que vc criou!!!! Parabéns!!!!

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  2. Vania Nascimento 08/05/2013 / 3:53 PM

    Amei! Linda história…é tão bom saber e conhecer pessoas que foram tocadas com a obra de Jane Austen. Minha história com ela é bem recente, mas me apaixonei perdidamente, e agora que posso seguir o Jasbra, meu amor só aumenta…Bjos para todos, que como eu, foram conquistados pela Jane.

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  3. Renata Céli 08/05/2013 / 5:58 PM

    Adorei a história e o desenho!!

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  4. Nany 08/05/2013 / 7:46 PM

    Lindo e romântico 🙂
    e belíssimo desenho!

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  5. Priscila Caetano 08/05/2013 / 8:02 PM

    Bruna a sua história é muito bonita. Saber que os livros da Jane proporcionaram coisas tão maravilhosas como uma maior cumplicidade com a sua mãe e com o seu Darcy é realmente tocante. Seja muito feliz! Bjs

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  6. Flavia Oliveira 08/05/2013 / 8:39 PM

    Muito lindo mesmo. Histórias diferentes que nos levaram ao mesmo lugar,mas todas com um lindo envolvimento com a literatura.Parece até o trecho de um livro.

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  7. sandra de mattos 12/05/2013 / 9:41 PM

    Bruna, adorei sua história, parabéns.
    Eu já me apaixonei por Jane Austen e já estou incentivando minha filha de 10 anos, espero que ela me deixe orgulhosa também. Um abraço.

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  8. luciennemachado12 30/09/2013 / 2:51 PM

    Linda mesmo essa sua história Bruna!
    É inspirador mesmo como uma escritora pode contagiar tantas pessoas de tantas formas em um único amor,e afinidade pessoas diferentes!Muito bacana! Só JA!! 🙂

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  9. luciennemachado12 30/09/2013 / 2:51 PM

    Linda mesmo essa sua história Bruna!
    É inspirador mesmo como uma escritora pode contagiar tantas pessoas de tantas formas em um único amor,e afinidade pessoas diferentes!Muito bacana! Só JA!! 🙂

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  10. Biazinha 30/09/2013 / 2:53 PM

    Bruna que história linda a sua com a autora,paixão que passou de mãe para filha,herança literária,eu espero um dia fazer o mesmo com os meus filhos…

    Fiquei emocionada com o seu depoimento.

    bjsss

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