Prezados leitores, hoje é dia da Coluna das quartas-feiras: Minha história com Jane Austen!
Com vocês:
Carla Brandão, baiana, 27 anos!
Eu conheci Jane Austen bem depois como todo mundo… E obviamente que, como todo mundo, eu conheci primeiro Orgulho e preconceito. Claro que suspirei por Mr. Darcy, que me identifiquei o sarcasmo com Lizzy e óbvio que achei Lídia uma “guete”. Mas não foi isso que me fez apaixonar por esse universo muitas vezes inenarrável. O que me fez me apaixonar foi aquele beijo que não aconteceu. Aquele olhar sutil de Mr. Darcy que dizia muita coisa. Aquela história que ao tentar ser contada num resumo rápido ninguém consegue entender como pode nos prender tanto se é tão simples.
Foi em 2005. Eu tinha 19 anos. E depois de ler todos os grandes clássicos brasileiros eu esbarrei num filme inglês da época vitoriana. E eu estava perdida. Ou finalmente encontrada…
O fato é que depois daquele filme eu descobri que era baseado num romance de Jane Austen e eu me lembro de pensar: uma mulher? – forgive my prejudice, mas eu passei a vida inteira lendo os Alencar’s; os Assis, de modo que me foi difícil pensar numa mulher – daí conclui: Claro, só uma mulher pra ser tão sensível sobre a alma humana.
E de alguma forma o livro veio parar na minha mão.
Que dias maravilhosos… Dois. Precisamente. Dois dias para ler pela primeira vez Orgulho e preconceito. E só aí eu conheci de fato Jane Austen. Pra encontrar suas outras obras foi fácil. As adaptações em séries, filmes e tudo mais que tivesse o nome dela me interessava. Confesso que meu livro preferido é Persuasão. Que prefiro Cap. Wentworth a Mr Darcy, mas não me esqueço de meu primeiro amor.
Daí meus amigos começaram a me associar com seu nome, com estampas florais, com a moda vitoriana e quando eu percebi já tinha até uma expressão que sempre usávamos pra definir essas coisas: “Olha que quadro estilo Jane Austen”, “Que blusa Jane Austen”, “Que sapato Jane Austen” “Que capa de caderno Jane Austen” e tudo era mostrado a mim se algo, pelo estilo, pudesse me remeter a ela.
Hoje, aos 27 anos, com a coleção de livros de Jane, uma quantidade enorme de livros ingleses da mesma época, DVDs e mais DVDs das produções da BBC e um cachorro chamado Darcy, me pego pensando que Jane não apareceu e mudou a minha vida. Ela veio moldando-a junto comigo. Ano após ano. Devagar. Gradualmente. No melhor estilo Jane Austen…
