Frances O’Connor como Fanny Price
Já é madrugada de segunda-feira e ainda navegando na internet em busca de subsídios para uma pesquisa sobre internet e ensino de idiomas. Enfim, o que isso tem a ver com Jane Austen? Não venham me perguntar como, mas acabei encontrando um artigo da Isabela Boscov da Veja a respeito de Palácio das Ilusões/Mansfield Park (1999). Tenho que confessar que esse livro não me sai da cabeça por motivo óbvios, não é mesmo? Assim, tudo que for possível publicarei aqui a respeito de Mansfield Park e suas adaptações para o cinema e a tv. Segue abaixo a avaliação de Isabela sobe o filme:
“Jane Austen (1775-1817) é talvez a mais perfeita escritora da língua inglesa, mas nem ela era infalível. Seu romance Mansfield Park tem uma heroína tão insípida que fica difícil torcer por ela. Isso não vale, porém, para Palácio das Ilusões (Mansfield Park, Inglaterra/Estados Unidos, 1999), que se baseia nessa obra e estréia na sexta-feira em São Paulo e no Rio. A mocinha Fanny Price exibe aqui uma verve e uma inteligência irresistíveis. Lembra muito a própria Austen, dona de uma língua afiadíssima. Explica-se: a diretora Patricia Rozema reavivou a personagem com falas tiradas das cartas que a escritora enviava, entre outros, à sua irmã. Fanny (Frances O’Connor) é uma menina pobre que vive de favor com seus parentes ricos. Não é tratada como uma igual pelo seu tio austero (o dramaturgo Harold Pinter) e suas primas fúteis, mas encontra um aliado no primo Edmund, por quem alimenta uma paixão platônica. Essa vidinha é perturbada pela chegada dos irmãos Mary e Henry Crawford (o ótimo Alessandro Nivola). A moça conquista Edmund, e Henry, um cafajeste galante, encanta-se com Fanny – que, para revolta dos parentes, recusa suas atenções. A diretora tomou várias liberdades. A tia de Fanny é viciada em ópio, seu tio nutre sentimentos um bocado intensos pela sobrinha e há até uma cena de adultério explícito. Os puristas se arrepiaram com essa falta de sutileza. Patricia, contudo, preserva o que a autora tem de fundamental: o tom perversamente satírico e o olhar sempre alerta, que não deixa escapar nada.”
Poster que encontrei no site: Movieposter
Em cena: Jonny Lee Miller(Edmund Bertram) e Embeth Davidtz(Mary Crawford)
Fanny Price e Sir Bertram
Neste filme o tema escravidão e abolição é tratado com mais profundidade que nas outras versões que conheço: 1983 e 2007. É um excelente tema para discussões e pesquisas, não acham?
Edmund Bertram e Fanny Price
* Uma outra opinião sobre filme: Palácio das Ilusões traz adaptação da obra de Jane Austen – Orlando Margarido – Investnews/Gazeta Mercantil
** Em tempo: O ator que faz o papel de Edmund Bertram nesta versão de 1999 é o Jonny Lee Miller, que também participou de Mansfield Park (1983 – série da BBC) quando era muito novinho. Jonny fez o papel de um dos irmãos de Fanny Price, o Charles Price, que só aparece nos dois últimos capítulos da série. Jonny atualmente está gravando Emma 2009 como Mr. Knightley. O rapaz parece que gosta mesmo de clássicos de Jane Austen!
Encontrei um trailer do filme em espanhol para quem ainda não conhece e não é fluente em inglês:
Acho que não vi as outras versões. Recentemente consegui Emma e Persuasão dos anos 70, o elenco de Emma parece fora da idade, mas ambas as adaptações são melhores que as mais recentes. Descobri Emma recentemente, devo confessar. Acho que ainda sou uma fã superficial de Jane Austen… Enfim…
Mas queria o DVD original de Mansfield Park. Não consegui comprar “Castelo das Ilusões” ainda. Um dia garimpo e acaba comprando… Eu acho que tenho sorte com essas coisas.
Adriana, parabéns pela tradução de Mansfield Park, tenho certeza de que está muito, muito melhor que Orgulho e Preconceito que ficou bem ruim. Eu comprarei com certeza.
Ah, antes tarde do que nunca, coloquei o link do seu blog no Shoujo Café. Como é um site pessoal e de variedades, acho que vale entrar tudo o que eu gosto. 😉
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Valéria, obrigada pelos comentários e pelo link!
O filme eu consegui na locadora, realmente é algo difícil de se encontrar. É uma pena porque o filme é de 1999, e não é tão velho assim para não estar à venda.
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Eu vi no cinema e na época não me impressionou. No entanto, gostaria de assistir de novo até porque nesse meio-tempo já li Mansfield Park e é bom fazer uma comparação. Discordo de Boscov quando ela registra o termo “perversamente satírica” em relação a Austen. Trata-se na verdade de ironia refinada e sutil, não sátira, a meu ver, o que a autora faz.
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Prezado Lord Daniel, suas observações são sempre oportunas!
Como eu estava citando diretamente o texto de Isabela Boscov eu resolvi não fazer nenhuma adaptação e colocar minhas opiniões pessoais.
Particularmente eu não gosto muito das críticas que ela faz na Veja…
Eu também tenho que rever esse filme, já que faz um tempão que assisti. Sem contar que agora, com a tradução, tenho outra visão do texto de Austen.
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“Seu romance Mansfield Park tem uma heroína tão insípida que fica difícil torcer por ela”. Sinceramente, não tenho mais paciência para esse tipo de lugar-comum. O que torna a Fanny Price especial é justamente o fato de ser totalmente diferente das outras heroínas. Jane Austen retrata uma pessoa introvertida, que sofreu desde a infância, mas que conseguiu manter a firmeza de caráter. As pessoas dizem que ela é fraca, mas o que dizer daquela cena do ensaio em que ela se mantém firme e diz “não” mesmo sofrendo uma pressão enorme por parte de todo mundo? Na minha opinião, o filme peca justamente por tornar Fanny igual a todas as outras heroínas.
Quanto ao DVD, comprei o original há uns dois anos no Mercado Livre.
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Boa tarde à todos, devo confessar que li a abadia de northanger e achei Catherine morlland morna demais, eu diria até insípida e será uma grande decepção se Fanny price passar perto disto. Descobri Austen com orgulho e preconceito e depois de Elizabeth Bennet esperei que todas as sua heroínas fossem iguais ou melhores que ela. é esperar pra ver.
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O primeiro livro que li da Jane Austen foi Razão e Sensibilidade. Estou para ler Mansfield Park e Emma, aí acabou. E posso dizer que nem mesmo a Elizabeth pôde superar a Elinor Dashwood, de Razão e Sensibilidade. Acredito que as duas estão pau a pau.
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Elaine, penso igual à você! Fanny é interessante justamente porque é diferente das outras heroínas de Austen, e foi isso que escrevi na introdução do livro.
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Maria, Fanny não é e nunca será uma decepção se você procurar entender que ao escrevê-la Jane passava por outra fase da vida e justamente queria sair do padrão de suas heroínas anteriores.
Fanny, não é bem aceita pelos leitores do século XXI porque somos imediatistas, queremos uma heroína que resolva tudo e não seja passiva.
Espero que mude sua opinião sobre Fanny, pois o interessante é ver o diferente.
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Vocês sabem bem como não gosto da Fanny Price, mas desse filme eu não gostei mesmo, justamente porque tentam dar uma “temperada” na personagem. Eu não gosto da Fanny mas entendo que seu caráter é fruto de toda uma vida de sofrimento. No filme, a coisa meio que perde a razão de ser.
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Oi Adriana!
A Edição de Mansfield Park que eu comprei foi a em inglês! Mas com certeza vou comprar a edição que você traduziu! E aí, se o seu exemplar ainda não tiver chegado, prometo que tiro uma foto e te aviso!
Obrigada por comentar no meu blog =D
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Monolice, obrigada pela visita!
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ADri, eu não assisti a versão de 1983, então não posso opinar.
Como disse, como é tratado a questão da escravidão nesta versão com a Frances O'Connor, chega a dar arrepios…
A infidelidade também é mais forte!!!!
Vou assistir de novo para argumentar melhor…
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Cláudia, eu também gostaria de assistir novamente para me lembrar.
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Oi Adriana, obrigado por visitar e comentar no meu blog. Show de bola o seu, muito legal!!! Parabéns, muito legal mesmo!!!
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Hitoshi, seja bem vindo!
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Adri,
Eu ñ conheço a versão de 1983 de MP, mas conheço a de 1999 e 2007.
Embora a maioria ñ goste da Fanny eu acho o comportamento dela compreensivel. Ora pelo sentimento que ela sentia pelo primo e ao mesmo tempo se reprovava de sentir, ora pela imagem superior que ela tinha dos tios.
É comum nas obras de JA, “almas perdidas” se encontrarem. E MP se diferencia apenas pelo amor que envolve os personagens.
Apesar de estranho para muitos, eu gosto do Edmund. Acho-o doce e suave. Mas tal amabilidade do personagem não me tira a certeza de que ele tinha nobreza de espírito suficiente para fazer Fanny (excessivamente) feliz.
Abçs
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Cacá, que belo comentário!
Eu também tenho muito respeito por Edmund!
Te aconselho ver MP de 1983 a Fanny está muito bem caracterizada pela atriz Sylvestra Le Touzel. Se você assistiu A Abadia de Northanger (2007) com certeza conhece o trabalho de Sylvestra, ela fez o papel de Mrs. Allen.
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Eu vi essa adapatação e aquela serie da BBC de 2007, eu acho. Enfim, como você sabe eu ainda não li essse livro (tô economizando pra comprar sua tradução pela Landmark), então não sei se essa versão é ou não fiel ao livro, mas eu particularmente gostei bem mais de “Placios das Ilusões” que daquele seriado da BBC com aquela Fanny Prince loira e sem graça.
Eu gostaria de comprar também o DVD desse filme,mas já procurei na net em sites como Saraiva, Submarino e não achei. 😦
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Eu vi essa adapatação e aquela serie da BBC de 2007, eu acho. Enfim, como você sabe eu ainda não li essse livro (tô economizando pra comprar sua tradução pela Landmark), então não sei se essa versão é ou não fiel ao livro, mas eu particularmente gostei bem mais de “Placios das Ilusões” que daquele seriado da BBC com aquela Fanny Prince loira e sem graça.
Eu gostaria de comprar também o DVD desse filme,mas já procurei na net em sites como Saraiva, Submarino e não achei. 😦
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Dayana, obrigada pela visita! Na verdade a série/filme mais fiel ao livro é a de 1983, ainda sem legendas e publicação aqui no Brasil. Você pode importar no site da Amazon.
Eu gosto muito das duas versões (1999 e 2007), fazer o quê! São crias do meu filhinho (o livro traduzido)! 🙂
Adriana
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Olá a todos
Gostei muito deste blog e do post em particular. Já li alguns livros de Jane Austen e só vejo as adaptações se forem bem cotadas.
Consegui baixar os filmes de 1999 e de 2007 de Mansfield Park e irei vê-las para comparar.
Enfim, desde já grato por tudo e continuem este blog que já o favoritei e coloquei ele no meu feed/rss,
Tchau e até a próxima …
p.: o link do filme legendado de 2007 é este:http://www.putlocker.com/file/9D814DDCAA8AC72E#
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Prezado (a) Len,
obrigada por suas contribuições!
Adriana
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Prezados, quem quiser assistir Palácio das Ilusões (a última versão) está disponível no site de filmes Netflix. Orgulho e preconceito também está lá.
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OBrigada pela Lembrança Marcelo!
Eu também tenho Netflix e acabei me esquecendo de publicar a dica!
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Eu estou louca para olhar Palacio das Ilusões versão 1999, mas não acho em lugar nenhum! alguem poderia me dizer algum site??
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Julia, você poderá assistir no Netflix!
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Confesso que Mansfield Park e Palácio das Ilusões são duas obras distintas. Foi mantida a essência proposta por Austen, mas a obra foi modificada, as características peculiaridades e personalidade dos personagens foram modificadas (a Fanny foi algo “gritante”). Contudo não posso negar que prefiro o Edmmund de Palácio das Ilusões do que o da obra original (Li críticas bem negativas quanto a ele, mas eu gostei bastante dele no filme, no livro ele deixa bastante a desejar). Gostei do filme, e mesmo sendo um pouco mais “caliente” do geralmente são as adaptações dos livros da Jane, eu gostei muito. No filme a questão da escravidão ganha um enfoque que achei bem legal, que no livro não existe. Por fim, gostei bastante muito desse romance tanto do livro quanto filme, aos que estão apenas assistindo ao filme recomendo a leitura da obra original. Jane Austen sempre perfeita na construção de suas histórias.
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Confesso que Mansfield Park e Palácio das Ilusões são duas obras distintas. Foi mantida a essência proposta por Austen, mas a obra foi modificada, as características peculiaridades e personalidade dos personagens foram modificadas (a Fanny foi algo “gritante”). Contudo não posso negar que prefiro o Edmmund de Palácio das Ilusões do que o da obra original (Li críticas bem negativas quanto a ele, mas eu gostei bastante dele no filme, no livro ele deixa bastante a desejar). Gostei do filme, e mesmo sendo um pouco mais “caliente” do geralmente são as adaptações dos livros da Jane, eu gostei muito. No filme a questão da escravidão ganha um enfoque que achei bem legal, que no livro não existe. Por fim, gostei bastante muito desse romance tanto do livro quanto filme, aos que estão apenas assistindo ao filme recomendo a leitura da obra original. Jane Austen sempre perfeita na construção de suas histórias.
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Leila, a adaptação de Palácio das ilusões é realmente uma releitura de Austen, eu também gosto muito desta versão!
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Pela primeira vez prefiro o filme ao livro, e a razão é que não consegui sentir o amor de Edmund por Fanny no livro, é como se ela fosse a segunda opção por não ter dado certo com a Senhorita Crawford. Já o filme o romance entre Edmund e Fanny é muito mais forte. No livro é bem sem graça, como se não fosse por amor que ele terminou com Fanny mas sim por ser conivente a ele. Será que interpretei o livro errado? Quero o ler novamente. Alguém teve a mesma impressão. O filme que assisti é com o ator Jonny Lee Miller.
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